Carlos Moedas, que ganhou a Câmara de Lisboa por mais um por cento do que Fernando Medina, cumpriu primeira promessa eleitoral e almoçou com funcionários camarários em Lisboa, sublinhando que se tem de «deixar a política de fricção» e prometendo usar todas as suas capacidades e experiência para gerar «consensos para governar a cidade».
Foi preciso esperar pelas primeiras horas da madrugada de hoje para que se soubesse quem ficava à frente da Câmara de Lisboa: Fernando Medina ou Carlos Moedas. A diferença de um por cento ditou a vitória para Carlos Moedas que, entusiasmado, afirmava: «Fizemos história, fez-se história hoje em Lisboa!».
«Não tenho palavras para agradecer o voto de confiança que me foi dado pelos lisboetas. Comprometo-me, lisboetas, não vamos falhar», afiançou Carlos Moedas no seu discurso.
A vitória em Lisboa levou hoje o novo presidente da Câmara a cumprir a primeira promessa, almoçar com os funcionários da câmara no refeitório municipal do polo dos Olivais. «É um gesto simbólico em relação à maneira como quero estar na governação desta Câmara Municipal e estou muito contente, será este e outros gestos que terei», afirmou Carlos Moedas, adiantando que, no seu mandato, «o sinal é ouvir as pessoas, trabalhar com elas, sou um homem de consensos, que gosta de incluir as pessoas nas suas decisões».
«Estou aqui a trabalhar para encontrar soluções para os problemas que sentem e é normal que esteja aqui. Não vamos fazer mais do que aquilo que é. É uma promessa que fiz sexta-feira e que estou aqui para cumprir, tenho imenso gosto de estar aqui com estes homens e mulheres que cuidam da nossa cidade e trabalham e vivem em condições muito difíceis», defendeu.
«Conto com todos os partidos e vereadores», disse. «Tudo aquilo que são as minhas propostas serão trabalhados com todos os eleitos, com muito gosto. Já recebi mensagens de vários de outras forças políticas. Temos de deixar a política da fricção e passar para a política de construção de resultados, e a Comissão Europeia é talvez a melhor escola para trabalhar com todas as forças políticas e é isso que eu vou fazer».
«Vamos começar a implementar medidas, não vamos falhar nas nossas promessas aos lisboetas. Temos pessoas com mais de 65 anos sem médico de família, essa será uma das primeiras medidas», reforçou, anunciando que «já teve uma excelente conversa com Medina, vamos organizar tudo e estamos aqui todos com grande boa vontade dos dois lados, vamos fazer uma transição correta e genuína para bem de Lisboa e dos lisboetas. Não temos data para tomada de posse».
Carlos Moedas não esqueceu o governo, com quem espera trabalhar em conjunto no futuro. «É importante a Câmara da maior cidade do País ter a capacidade de desafiar o poder nacional como se passa em muitos países, mas é um desafio construtivo, para melhorar, escrutinar. Vamos ter esse desafio de trabalhar com um governo nacional que é diferente da opção política de Lisboa», assumiu.
Esquerda maioritária na Assembleia Municipal
O próximo presidente da Câmara da capital diz ter «uma maneira diferente de fazer política, sem fricção e apenas concentrada nos resultados e pessoas». «Vou fazê-lo com pragmatismo, para termos uma cidade melhor e uma mudança que todos ansiavam e muitos não esperavam. Contraventos e marés, tudo e todos, aqui estamos, mudamos Lisboa», acrescentou.
Apesar de ter ganho a presidência Câmara Municipal, governada pelo poder socialista há 14 anos, o novo executivo camarário irá enfrentar uma Assembleia Municipal dominada pelos partidos de esquerda.
Carlos Moedas prometeu usar todas as suas capacidades e experiência em gerar consensos, aprendida em Bruxelas enquanto deputado europeu, para “governar” a cidade.
Para Carlos Moedas, «esta vitória é a prova de que podemos mudar o sistema, porque a democracia não tem dono e os lisboetas disseram alto e bom som que queriam mudança».
«Serei o presidente de todos os lisboetas, o presidente que vai unir todos os lisboetas», declarou, dispondo-se a trabalhar com “todos” sobretudo para proteger os mais “frágeis”, como os idosos, quem cria emprego, como os “pequenos comerciantes”, e os mais novos “que terão futuro em Lisboa”.
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