À terceira foi de vez: Carlos Ardisson, de 48 anos de idade, foi eleito presidente da Junta de Freguesia do Parque da Nações, pela coligação Novos Tempos, liderada por Carlos Moedas, o novo presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
Licenciado em gestão e marketing, Carlos Ardisson, na «hora de assumir a presidência» de junta de uma freguesia do Parque das Nações (que conhece melhor que a palma das suas mãos), «quer estar junto das pessoas, falar com elas e, principalmente, ouvi-las».
Há 20 anos a residir no Parque das Nações, o novo presidente eleito para a Junta de Freguesia foi, durante todo o mandato que agora termina, o líder da oposição na freguesia, tendo apresentado 62 propostas na Assembleia de Freguesia, confessando-se «satisfeito» com o trabalho feito na oposição, mas lamenta, contudo, não ter conseguido pressionar o executivo, que agora termina o seu mandato, a recuperar a qualidade do espaço público do Parque das Nações.
Agora, que vai assumir o executivo da junta, Carlos Ardisson promete «iniciar o caminho da recuperação da qualidade do espaço público», devolvendo a essa zona «o esplendor» que já teve.
Também presidente da Associação de Moradores – ACIPN, o presidente eleito gostaria de «ver o jardim Garcia da Horta recuperado», construir um novo Centro de Dia, com valências de residência sénior, prometendo ainda reforçar «o desenvolvimento social e acionar o elevador social».
Apaixonado pelo Parque das Nações, a que está ligado desde 1992, altura em que foi anunciada a construção da Expo 98, Carlos Ardisson adquiriu, em 1993, uma máquina de filmar para registar as «diferentes etapas da evolução do território», que se iniciou com a construção da Expo, que alterou totalmente uma das zonas mais degradadas de Lisboa num dos melhores espaços públicos da capital, nomeadamente para residir.
Contudo, esta não foi a primeira eleição a que Carlos Ardisson se submeteu: em 2013, concorreu pela Plataforma Cidadania, não tendo sido eleito. Em 2017, concorreu como independente pelo CDS conseguindo o segundo lugar. Mas, como não há duas sem três e à terceira foi de vez, Carlos Ardisson foi agora eleito pela coligação Novos Tempos presidente da Junta de Freguesia do Parque das Nações e quer «fazer melhor, muito melhor».
Recuperar tempo perdido
Na perspetiva de Carlos Ardisson, é necessário recuperar o tempo perdido, prometendo que irá desenvolver, no âmbito das comemorações dos 25 anos da Expo98, «interações entre as empresas privadas (sedeadas na freguesia) e a Junta de Freguesia, para promover ações de recuperação e requalificação do espaço público, nomeadamente dos jardins».
Assim, do seu ponto de vista, com os apoios das empresas nacionais e multinacionais, que estão «no Parque das Nações desde a Expo98, e com os da Câmara Municipal de Lisboa, vai ser possível desenvolver várias obras de reabilitação e recuperação do espaço público, devolvendo à freguesia «o esplendor e o glamour de outros tempos». Carlos Ardisson explica que essa interação é possível e que, inclusivamente, já foi feita uma parceria com o Oceanário para a requalificação do espaço público envolvente.
Segundo o presidente eleito, «os espaços públicos, os jardins, o mobiliário urbano e a arte pública estão degradados», sendo necessário implementar, urgentemente, medidas para os recuperar.
As escolas são outra das preocupações de Carlos Ardisson, que considera que toda a oferta pública de educação terá de ser revista, pedindo a construção da escola secundária prometida e a criação de um Agrupamento de Escolas da Freguesia.
A entrevista com Carlos Ardisson pode ser lida na integra na edição impressa de Olhares de Lisboa, a sair brevemente.