“ABRIL EM LISBOA” ARRANCA AMANHÃ COM SÉRGIO GODINHO

É com um concerto gratuito de Sérgio Godinho, esta quarta-feira, que começam as celebrações dos 48 anos da Revolução de 1974. O festival Abril em Lisboa, organizado pela EGEAC, arranca mais cedo para assinalar o dia em que Portugal passa a viver mais tempo em democracia do que viveu em ditadura.

O programa “Abril em Lisboa 2022” foi apresentado hoje, 22 de março, no São Luiz Teatro Municipal. Já amanhã, o concerto de Sérgio Godinho no Campo Pequeno marca o arranque das celebrações. O programa do festival Abril em Lisboa, organizado pela EGEAC – Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural, E.M., foi apresentado pelo vereador da Cultura, Diogo Moura, e pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas.

No ano em que os 48 anos de democracia começam a superar os 48 anos que durou o Estado Novo, o festival Abril em Lisboa arranca com Sérgio Godinho e os seus Assessores. O concerto, com entrada gratuita, contará também com Manuela Azevedo, dos Clã, com a ‘rapper’ Capicua, o canta-autor Samuel Úria e os instrumentistas Filipe Raposo e Tó Trips, como o próprio Sérgio Godinho anunciou em mensagem gravada, por não conseguir estar presente, por se encontrar «a ensaiar intensamente para o concerto no Campo Pequeno»

Diogo Moura, vereador da Cultura, começou por apresentar os destaques da programação, realçando que a apresentação do programa ocorre na véspera do dia em que teremos passado mais tempo em democracia do que em ditadura».

Já Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, regozijou-se com a presença do presidente da Associação 25 de Abril, coronel Vasco Lourenço, e do historiador Pacheco Pereira, da Associação Cultural Ephemera. «Falar desta liberdade, é uma responsabilidade política enorme como presidente da Câmara», vincou Carlos Moedas. Para o autarca, o «grande desafio, é como continuar a contar a liberdade e essas histórias de maneira diferente num mundo diferente».

O autarca lisboeta fez questão de salientar que o «25 de Abril marcou a minha vida e, se não fosse a revolução dos cravos, provavelmente não seria o que sou hoje». Por isso, para o edil, «festejar Abril é renovar a esperança, é relembrar as grandes e pequenas lutas dos homens e é também refletir sobre a tenebrosa atuação da PIDE/DGS».

No dia 25 de abril, entre as 10h e as 20h, as portas dos Paços do Concelho vão estar abertas a todos os visitantes, lembrou, ainda, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

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Programação

A responsável da EGEAC, Joana Gomes Cardoso, recordou que, este ano o festival Abril em Lisboa arranca mais cedo com o concerto simbólico de Sérgio Godinho, que assinala o momento em que a democracia começa a superar os dias em que o país viveu em ditadura.

Segundo o programa do festival Abril em Lisboa, de 2 e 25 de abril, o projeto “48”, vai intervir na cidade. Serão pintados “passeios de ruas e praças de Lisboa com pensamentos, poemas ou aforismos da autoria de 48 mulheres, escritoras, poetas e canta-autoras portuguesas”, diz a EGEAC em comunicado.

Também este ano, e depois de dois anos de interrupção devido à pandemia, a autarquia volta a abrir as portas dos Paços do Concelho a visitas durante o dia 25 de abril, das 10h00 às 20h00. Já no edifício que foi sede do jornal “Diário de Notícias” vai estar a exposição «Proibido por Inconveniente – Materiais das Censuras no Arquivo Ephemera». A mostra comissariada por Júlia Leitão de Barros e Carlos Nuno reúne o espólio do antigo eurodeputado José Pacheco Pereira pode ser visitada de 7 a 27 de abril.

Noutro ponto da cidade, no Museu do Aljube dias 23 e 24 de abril, das 16h00 às 20h00, o público é desafiado a entrar e, na antiga prisão beber “cocktails revolucionários” e dançar ao som de músicas de intervenção com Luís Varatojo, DJ Cândido aka DIDI, Surma e Tó Trips.

Também no mesmo museu haverá três murais sob orientação artística do escritor angolano Ondjaki, do ilustrador Nuno Saraiva e da arquiteta Inês Vieira da Silva.

Outra das iniciativas para celebrar abril passa pelo Cinema São Jorge, em Lisboa, onde vai decorrer o “Festival Política”, entre 21 e 24 de abril, dedicado este ano à temática da “Desinformação”. “Através de filmes, música, debates, performances, espetáculos e conversas” vai debater-se o poder do jornalismo e das redes sociais, diz a EGEAC.

No cartaz das comemorações dos 48 anos do 25 de Abril há também programação em outros espaços como no Teatro LU.CA, em Belém onde haverá uma formação para professores sobre canções de intervenção, no Museu de Lisboa com um percurso histórico pela cidade e no Museu da Marioneta com um workshop.

Iniciativas da Comissão dos 50 anos

A marca de Portugal passar a viver mais dias em democracia, do que viveu em ditadura é também assinalada pela Comissão para as Comemorações dos 50 anos do 25 de abril, comissariada por Pedro Adão e Silva.

Assim, hoje, terça-feira, realizou-se também no Pátio da Galé, em Lisboa, a abertura solene das Comemorações dos 50 Anos do 25 de Abril, numa cerimónia em que participam o primeiro-ministro, presidente da Assembleia da República e presidente da República.

Na iniciativa com a participação da Orquestra Geração e da poetisa Alice Neto de Sousa, tendo sido impostas condecorações a 30 militares de abril e foi apresentada uma “Cápsula do Tempo – 100 anos de Democracia”.

Na quinta-feira, dia em que Portugal já vai ter mais dias de democracia do que de ditadura, está marcado um colóquio que vai decorrer na Reitoria da Universidade de Lisboa onde diversas personalidades irão debater o papel dos movimentos associativos estudantis na construção da democracia.

Nesse mesmo dia, mas ao final da tarde será inaugurada a exposição “Primaveras Estudantis: da crise de 1962 ao 25 de Abril”, no Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa, comissariada por Álvaro Garrido.

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