Na sequência do ataque russo à Ucrânia, as diferentes entidades de Cascais, nomeadamente a Câmara Municipal, associações de moradores e o Grupo de Forcados Amadores de Cascais, uniram-se para prepararem «o acolhimento dos refugiados, o envio de bens alimentares, roupas e medicamentos para a Ucrânia». Numa atitude que demonstram as suas vontades de «permanecerem ao lado dos mais necessitados».
As manifestações em defesa da Ucrânia e de protesto contra a Rússia têm sido diárias em Portugal. No concelho de Cascais são várias as entidades, desde a Câmara Municipal, passando pelo Grupo de Forcados Amadores, até às associações de moradores, que se mobilizaram e estão a realizar várias ações de solidariedade co o povo ucraniano.
A Câmara Municipal de Cascais declara. em comunicado, que pretende «federar vontades e emprestar organização e escala aos muitos movimentos individuais por todo o concelho. Para que todos os esforços individuais dos cascalenses tenham o maior impacto possível na linha da frente».
A campanha organizada por Cascais, SOS UCRÂNIA, arranca oficialmente esta quarta-feira, dia 2 de março, correrá em três eixos: abastecimento de bens ao povo Ucraniano; missão resgate de refugiados na fronteira da Ucrânia e transporte para Cascais; e acolhimento em Cascais.
A contribuição de cada um dos 216 mil cascalenses em cada um destes pilares é essencial para que a liberdade, a solidariedade e a bondade prevaleçam e para que a Paz regresse à Europa.
Associação de moradores envia donativos
Por seu turno, a Associação de Moradores da Quinta da Carreira, em São João do Estoril, vai enviar donativos para a Ucrânia, na sequência da invasão russa ao país. O presidente da associação, Carlos Guimarães, adianta que «comida seca e de longa duração, equipamento médico e agasalhos» são os principais donativos que chegaram durante o fim de semana.
A ajuda também passa por preparar a chegada dos refugiados a Cascais, onde vivem muitas famílias ucranianas.
«A comunidade ucraniana em Cascais é muito significativa temos de dar especial atenção aos maiores de 60 anos, homens e mulheres, às mulheres, aos jovens em idade escolar e às crianças com menos de seis anos vamos ter de responder às necessidades destes quatro universos», referiu o presidente da associação de moradores da Quinta da Carreira.
Forcados Amadores de Cascais lançam campanha de apoio à Ucrânia
Já o Grupo de Forcados Amadores de Cascais refere que «a situação que a Ucrânia está a passar, tocou os nossos corações. Corações de homens íntegros que não têm metade da coragem destes heróis».
«Sempre fomos ensinados a proteger a nossa família, os nossos amigos, mas jamais nos ensinaram a ter que deixar todos aqueles que nos amam para nos sacrificarmos pelo nosso País. Como disse John dos Passos “Podemos arrancar um homem do seu País, mas nunca arrancar o País do coração de um homem”. E talvez seja isso que move estes heróis», acrescentam os forcados.
«O Nosso Grupo terá toda a honra de poder dar “umas primeiras” a estes soldados e aos seus familiares, para isso contamos com todos para angariar alimentos enlatados, medicamentos, cobertores, roupa quente e uma palavra de conforto… A solidão mata, mas ficar de braços cruzados faz de nós uns inúteis», explicam os forcados de Cascais, salientando, ainda, que para participar nesta ação ou simplesmente pedir informações, contactar o número de telefone 967 437 314.
Câmara lidera ações
A Câmara Municipal de Cascais, em comunicado, sintetiza a mensagem que as diferentes entidades envolvidas neste movimento solidário pretendem passar, ao condenar a «invasão da Ucrânia ordenada por Vladimir Putin», por esta representar «uma das maiores ameaças ao nosso modo de vida livre, tolerante e solidário. Um modo de vida verdadeiramente europeu do qual nos orgulhamos, que defendemos com unhas e dentes e que, na verdade, em Cascais faz parte da nossa identidade, daquilo que somos».
A autarquia recorda que, na «primeira metade do século XX, fomos porto de abrigo e casa para todos os que fugiam de uma Europa varrida pelo delírio assassino de nazis e outras forças totalitárias… Cascais não mais viria a perder essa dimensão de farol para quem procura uma vida melhor, de quem procura viver de acordo com os princípios da civilização e da humanidade».
«Na Europa, nenhum governo nacional ou local, nenhuma empresa, associação ou cidadão, pode ficar indiferente», afiança a autarquia e, por isso, «o mínimo que podemos fazer é estar ao lado dos que lutam por aquilo que nós amamos».