Em 2022, as escolas das freguesias de Campo de Ourique e Estrela ganharam três novas hortas urbanas. A iniciativa começou em 2019 nas Escolas Josefa de Óbidos e Ressano Garcia, e agora chegaram às escolas do Agrupamento Manuel da Maia.
O projeto “Germinar um banco de Sementes”, é desenvolvido pela associação Margens Simples, com o apoio do programa BIP/ZIP da Câmara Municipal de Lisboa e visa a criação de um banco de sementes a partir da escola, envolvendo a comunidade local e é acessível a qualquer cidadão do território nacional.
A iniciativa desenvolve-se em várias atividades, dentro e fora da escola, envolvendo diretamente os alunos, professores, educadores e a comunidade local. Ao mesmo tempo, são ainda realizadas ações de formação e de sensibilização. Nas escolas das freguesias de Campo de Ourique e Campolide, esta sensibilização envolveu um público de 441 alunos.
Estes jovens são alunos das Escolas de 1º Ciclo Ressano Garcia, Vale de Alcântara, Fernanda de Castro e das Escolas Secundárias Josefa de Óbidos e Manuel da Maia. Os alunos aprendem temas sobre plantas, ecossistemas e agroecologia, e estão integrados no seu programa letivo, através de exercícios práticos.
Nestas cinco escolas, explica a Câmara de Lisboa em comunicado, foram criados estufins para a germinação e hortas em camas elevadas (onde as sementes germinam e crescem nos pátios). Os alunos estão em contacto direto com a terra e são envolvidos desde a fase de planeamento e construção até à gestão e recolha das sementes. Além destas atividades práticas, o programa complementa-se com exercícios de ilustração científica, para que os mais novos possam olhar para a natureza de forma atenta, e com atividades de cariz artístico, onde são produzidas toalhas e pratos para o banquete final.
O objetivo desta iniciativa é educar para uma cidadania ativa na construção de uma sociedade mais conhecedora do seu património natural, de formas de consumo sustentáveis e de mecanismos de economia colaborativa, e ainda sensibilizar os decisores de amanhã para a salvaguarda do património genético e dotá-los de conhecimento e capacidade ativa na construção de um futuro mais sustentável.
“Perante a crise ambiental que está a afetar o mundo, não podemos ficar indiferentes. Numa escala sem precedentes, é urgente adotar medidas para deter e reverter esta situação, e todos nós somos
chamados a atuar. O nosso projeto nasce desta constatação do presente e serve como um pequeno contributo, mas que desejamos que se replique”, explica Maria João Fonseca, coordenadora do projeto, citada em nota de imprensa.
Segundo a OCDE, mais de metade da população mundial vive em centros urbanos, valor que deverá chegar aos 60% até 2030 e aos 70% até 2050. Por isso, esta iniciativa vem ao encontro de garantir uma redução da poluição e a utilização sustentável dos recursos naturais.
Este projeto criou e gere um “arquivo de sementes”, um repositório físico e uma plataforma digital, onde as sementes podem ser requisitadas, e integra ainda as caminhadas “Explorador do meu território”, que tem como objetivo aumentar o conhecimento florístico e faunístico de proximidade.
No próximo dia 4 de junho, haverá um dia aberto na escola, destinado a alunos, pais e interessados no projeto. A partir de setembro, vai haver novas atividades integradas no projeto. “Germinar um banco de sementes” tem como parceiros o Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão, o Agrupamento de Escolas Manuel da Maia, o Banco de Sementes A.L. Belo Correia, da Universidade de Lisboa, a Caravana Agroecológica, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e a Biblioteca do Ambiente, da Rede de Bibliotecas de Lisboa.