O Presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão, participou, no dia 29 de junho, na cerimónia de inauguração do complexo Foodlab, no MARL – Mercado Abastecedor da Região de Lisboa, em São Julião do Tojal, tendo aproveitado a ocasião para defender que é urgente a criação de um parque industrial no concelho. Para que depois estas novas empresas tenham onde se fixar e não fujam para os concelhos vizinhos”, alertou.
O Foodlab do MARL, agora inaugurado, trata-se de um espaço, financiado pelo POR Lisboa, pela Câmara Municipal de Loures e pelo MARL, que pretende dar resposta às startups, que se encontram incubadas no Loures INOVA – Centro de Negócios e Incubação, que nesta data também passará a assumir uma nova identidade – Loures Innovation Hub, em vez de Loures Investe.
O FoodLab, conforme referiu Sónia Figueiredo, uma das responsáveis pela implantação deste projeto, permite dar resposta operacional a projetos ligados à transformação alimentar, sendo também uma unidade industrial de produção que, com as características com que está dotada, é única no país, tendo a capacidade de ser também um hub de lançamento direcionado a todas as marcas que pretendam lançar-se no setor agroalimentar dos mercados nacionais e internacionais.
Desta forma, as startups passarão a dispor de um espaço ímpar, com 435m2, composto por um KitchenLAb, zona que pode ser usada como showcooking, zona de prova ou teste de conceito, e por uma outra área de produção industrial com duas linhas de produção alimentar (convencional e sem glúten). Esta unidade estará também habilitada a certificar e garantir a conformidade alimentar do que ali for produzido, garantiu Sónia Figueiredo, durante a cerimónia de inauguração que contou com a presença de Ricardo Leão, presidente da Câmara de Loures, Maria Tereza Almeida, presidente da Comissão de Coordenação da Região de Lisboa e Vale do Tejo, Jorge Reis, presidente do MARL, e também do vereador Nelson Batista, do pelouro da Economia e Inovação.
Este novo espaço possui ainda uma loja com 100m2, o FoodMarket, que se constitui como montra de excelência para lançamento, exposição e venda de produtos alimentares nacionais e inovadores, produzidos na incubadora.
O vereador com o pelouro das Atividades Económicas, Nelson Batista, após referir-se a todo o processo de negociação que conduziram a esta inauguração, salientou que a criação de o Foodlab «não tem reflexo só a nível local, mas também a nível regional», lembrando que este empreendimento implicou um investimento de 400 mil euros, comparticipados em 2880 mil euros». Contudo, no total, segundo o vereador, foram «investidos 700 mil euros».
Depois de realizar um retrato do concelho de Loures em termos empresariais, Nelson Batista apelou às «empresas para se sediarem no concelho», destacando o seu papel enquanto parte essencial no desenvolvimento económico do Município.
Por seu turno, o presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão, defendeu que o FoodLab vai permitir que «as ideias passem a marcas e, posteriormente a empresas», sublinhou que é necessário que as Câmara Municipais, nomeadamente a de Loures, tenham respostas mais eficazes e céleres para as empresas se sediarem no concelho», lembrando que a autarquia «está apostada em atrair empresas nas áreas da ciência e da inovação». Por isso, Ricardo Leão reforçou que, cada vez mais, a Câmara de Loures, «tem de ser célere nos licenciamentos e nas respostas que dá às empresas, porque tempo é dinheiro».
Apesar de considerar que na Área Metropolitana de Lisboa, Loures é um dos concelhos «com mais potencial de crescimento», Ricardo Leão lamentou que o programa Portugal 2030/PT2030, que materializa o Acordo de Parceria entre Portugal e a Comissão Europeia, tenha sido reduzido de 980 milhões para 380 milhões de euros para a Região de Lisboa e Vale do Tejo, «o que vai obrigar as autarquias a serem mais eficazes e efetivas na seleção dos projetos», apesar de poderem contar com os financiamentos do o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), tendo anunciado a criação, na Câmara de Loures, de uma divisão, com uma estrutura técnica única, «que se está a dedicar única e exclusivamente aos fundos comunitários e ao PRR», acrescentando, ainda, que a Autarquia «decidiu contratar uma equipa externa, com comprovado know-how na procura de fundos comunitários, entre eles o PRR e o Portugal 2030, para apoiar as micro, pequenas e médias empresas do concelho, nas suas candidaturas».
O presidente da Câmara Municipal de Loures recordou que, recentemente, recebeu os representantes das 196 empresas do concelho que conseguiram obter o estatuto de PME Líder em 2021, para sublinhar que é preciso «revolucionar a ligação entre a Câmara de Loures e os empresários» e, por isso, «temos de definir o que queremos para o nosso concelho, que tipo de empresas desejamos e que caminho queremos seguir».
Em relação ao Loures Business Hub, Ricardo Leão defendeu que associação que tem como objetivo dinamizar as empresas, o comércio e os serviços do concelho, nomeadamente com a formação de start-ups através de incubadoras. «É por isso que é urgente a criação de um parque industrial aqui no concelho. Para que depois estas novas empresas tenham onde se fixar e não fujam para os concelhos vizinhos», alertou.
O edil, que se congratulou com a taxa de ocupação elevada do MARL, considerou importante que a Câmara Municipal «tenha respostas para as empresas que já estão sediadas no concelho, para as startup e também ter respostas para as ideias que se transformam em negócios e, posteriormente, em empresas»
Por seu turno, o presidente Conselho de Administração do MARL, Jorge Reis, referiu que «o projeto de FoodLab, além de fomentar novos serviços, vai permitir que as empresas tenham algumas vantagens competitivas», acrescentando «queremos continuar a trabalhar no limite, mantendo as elevadas taxas de ocupação atuais e proporcionando às empresas que operam no interior dos nossos mercados uma cooperação constante e, obviamente, condições de trabalho cada vez mais satisfatórias e atrativas».
Segundo Jorge Reis, o MARL conta com mais de 1.000 operadores «distribuídos pelos quatro mercados abastecedores que têm nas suas instalações empresas dos setores agroalimentar, de logística, distribuição e transportes, chegando a cinco milhões de consumidores finais em Portugal», que «podem ser importantes para o desenvolvimento deste projeto».
Jorge Reis destacou também a importância «do MARL no desenvolvimento territorial urbano e rural sustentável, bem como na promoção da qualidade de vida das populações, lembrando que este mercado abastecedor permitiu a implantação, «ao seu redor», de várias empresas que tem contribuído para um desenvolvimento económico de Loures. Após revelar que «o MARL realizou um investimento, muito importante, neste projeto, Jorge Reis destacou o papel do Mercado Abastecedor na promoção de incubadoras de empresas.
Já a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região de Lisboa e Vale do Tejo, Maria Tereza Almeida, congratulou-se com o facto «de termos aprovado um projeto que vale a pena, lembrando que, neste momento, a CCR «está a definir estratégias para os programas regionais, no âmbito do PT20», tendo já acrescentado o tema agroalimentar na área da inovação», o que, segundo Tereza Almeida, «tem um grande potencial de desenvolvimento na região de Lisboa».