CÂMARA DE LISBOA QUER DIVISÃO DE CUSTOS COM GOVERNO PARA JORNADAS DA JUVENTUDE

A Câmara de Lisboa quer que o Governo a assuma um esforço “no mínimo paritário” em relação à Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Carlos Moedas exige uma divisão dos custos financeiros e organizativos da vinda do Papa a Portugal diferente do sugerido em abril. O presidente da Câmara afirma que a autarquia “assumiu as suas responsabilidades”, mas “continuamos à espera de resposta do Governo que, até ao momento, ainda não assumiu as suas.”

A Câmara Municipal de Lisboa revelou esta sexta-feira que dispõe de 21 milhões de euros aprovados para a Jornada Mundial da Juventude 2023 e está disponível para investir “até um total de 35 milhões de euros”, informação que comunicou ao Governo.

“Da parte da Câmara Municipal de Lisboa foi e está assumido o investimento total até 35 milhões de euros na exigente criação de condições para os diferentes eventos”, afirma a autarquia, em comunicado, defendendo que os compromissos do Estado devem ser “no mínimo paritários” com o esforço da autarquia, lembrando que em outros grandes eventos em Portugal “os apoios do Governo foram claros”.

Esse compromisso foi comunicado pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, numa missiva enviada ao primeiro-ministro, António Costa (PS), em que refere a base daquilo que iria ser assumido pela autarquia para garantir a realização do evento Jornada Mundial da Juventude 2023 (JMJLisboa2023) e a estimativa dos custos suportados pelo município.

“A CML assumiu as suas responsabilidades. Continuamos à espera de resposta do Governo que, até ao momento, ainda não assumiu as suas”, expôs a autarquia.

No comunicado, a edilidade refere que, ainda esta semana, a Câmara assegurou “um reforço de despesas” para a JMJLisboa2023, com a aprovação das propostas do executivo camarário de aditamentos ao contrato-programa da empresa municipal Lisboa Ocidental SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana por parte da Assembleia Municipal de Lisboa, após o grupo municipal do PSD ter alterado o sentido de voto para aprovar as mesmas propostas que na semana passada decidiu inviabilizar, passando de abstenção para voto a favor.

As despesas para o evento “passam agora a estar dotadas em 21 milhões de euros, praticamente o dobro do que encontrámos no início do mandato”, aponta a autarquia, presidida por Carlos Moedas, que tomou posse em 18 de outubro de 2021, que governa sem maioria absoluta.

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“Quando este executivo tomou posse, sobre este tema em concreto, não existia um documento oficial sobre as responsabilidades e competências de cada um dos envolvidos no processo”, lê-se no comunicado, acrescentando que a atual liderança da câmara “assumiu desde sempre com empenho e dedicação a realização do importante evento da Jornada Mundial da Juventude”.

A autarquia salienta que, apesar da ausência de qualquer formalização quanto ao envolvimento da Câmara no processo, foram “desde cedo” dados passos junto de todas as entidades envolvidas para uma clara definição de responsabilidades na preparação da JMJLisboa2023.

“Tal como em anteriores eventos – desportivos e outros – de escala global e organizados em Portugal, os apoios do Governo foram claros. Consideramos também que nas JMJ os compromissos assumidos pelo Estado, direta e indiretamente, sejam, no mínimo paritários com o esforço feito pela autarquia de Lisboa”, defende a Câmara de Lisboa.

Neste sentido, o município de Lisboa considerou que é fundamental “uma clarificação concreta e um assumir de responsabilidades de todos os envolvidos”, para garantir o sucesso de uma exigente operação que trará a Portugal jovens provenientes de todo o mundo.

A JMJLisboa 2023 vai decorrer de 01 a 06 de agosto do próximo ano na zona do Parque das Nações, em Lisboa, abrangendo também parte de território do concelho de Loures, num evento que conta com a presença do Papa Francisco e no qual são esperados mais de um milhão de jovens de todo o mundo.

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