As Festas em Honra do Nosso Senhor Jesus dos Navegantes, em Paço de Arcos, começaram na passada sexta-feira, dia 26 de agosto. Neste domingo, decorreu a tradicional missa, uma homenagem Patrão Joaquim Lopes, junto ao Monumento do Herói, no Jardim de Paço de Arcos, e ainda uma procissão que percorreu as ruas de Paço de Arcos.
O segundo dia das Festas em Honra de Nosso Senhor dos Navegantes começou com uma missa solene, na Igreja Paroquial. Da parte da tarde, teve lugar, junto ao Monumento do Herói no Jardim de Paço de Arcos, uma homenagem a Patrão Lopes a que se seguiu uma romagem ao Túmulo do mesmo e ainda à campa de D. Leonor Faria Gomes, no Cemitério Municipal de Oeiras.
Nesta cerimónia, a presidente da União de Freguesias de Oeiras, São Julião da Barra, Paço de Arcos e Caxias, Madalena Castro, salientou que esta homenagem, “que teve um intervalo de dois anos devido à pandemia”, teve como propósito “relembrar o mestre Patrão Lopes, que foi uma referência de Paço de Arcos e é uma memória” que continua presente na memória desta localidade e dos seus habitantes.
A autarca aproveitou para agradecer a presença “de todos os cidadãos de Paço de Arcos”, dirigindo uma “palavra muito especial à família” do homenageado, que esteve presente na cerimónia, em especial à neta, a “Dona Carlota”, que se referiu ao avô como “um grande homem”, manifestando o seu “orgulho por ter salvo tantas vidas”.
De seguida, interveio o presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, que se referiu a Patrão Lopes como “uma referência extraordinária” de Paço de Arcos, e apropriado primeiro pelos habitantes daquela freguesia e depois pelo concelho de Oeiras. No entanto, para o autarca, Patrão Lopes “é uma figura nacional”, uma vez que se diz que “centenas de pessoas foram salvas por ele na Barra do Tejo”, e por isso, deve ser considerado “um herói do seu tempo”.
Por este motivo, Isaltino Morais justifica a importância desta homenagem. Na opinião do autarca, “há menos heróis” nos dias de hoje, porque “há menos oportunidades para se ser herói”, embora existam situações que ainda seja necessário “dar a vida” em prol do outro, como é o caso dos Bombeiros, “que dedicam a sua vida para salvar o outro”, tal como fazia o antigo pescador e salva-vidas, que “arriscava a sua vida para ajudar o próximo” e que, por isso, deve ser uma referência para os dias de hoje.
Para o presidente da Câmara de Oeiras, “ser herói atualmente, provavelmente, é ser alguém que dê o seu tempo em prol do outro, de forma sistemática, sincera e dedicada”, numa altura “de grande egoísmo e num tempo em que as pessoas pensam muito em si e no seu conforto e menos no próximo”. Isaltino Morais acrescentou ainda que o exemplo de Patrão Lopes “está bem vivo e só por isso é que faz sentido estamos aqui reunidos”, enaltecendo suas as qualidades, tais como “o sacrifício, o trabalho e o esforço”, valores estes que “estão bem representados e são fundamentais” na atualidade.
Na perspetiva do autarca, “se tomarmos como referência este espírito do Patrão Lopes, naturalmente teremos uma sociedade melhor”, explicando que “quando falamos de mais paz, amizade, fraternidade, igualdade, estamos a falar de princípios essenciais à vida na comunidade”, e por isso, o seu exemplo deve ser seguido para a construção de uma sociedade melhor. Patrão Joaquim Lopes nasceu em Olhão em 1800, e aos 21 anos, veio viver para Paço de Arcos, onde trabalhou como remador da falua do Bugio. Foi também nesta localidade que se tornou patrão de salva-vidas, tendo se destacado por salvar centenas de pessoas na Barra do Tejo. Patrão Joaquim Lopes faleceu aos 90 anos em Paço de Arcos, e no cemitério de Oeiras pode ser visto o seu mausoléu.
Para além da homenagem, que incluiu ainda a deposição de coroas de flores, houve ainda uma procissão, que saiu da Capela do Senhor Jesus dos Navegantes, percorrendo as ruas da freguesia em direção à Marginal, onde o padre José Luís Costa, e a presidente da União de Freguesias de Oeiras, São Julião da Barra, Paço de Arcos e Caxias, Madalena Castro, juntamente com outras entidades, colocaram o andor com o padroeiro das Festas, Nosso Senhor dos Navegantes, num barco engalanado, procedendo para a bênção dos barcos e do mar, que foi assistida e aplaudida pela população que ficou a ver a cerimónia na Marginal.
Esta procissão foi acompanhada pela Banda de Talaíde, contando ainda com a presença dos Bombeiros Voluntários de Paço de Arcos, que transportaram o andor para o cais da Autoridade Marítima Nacional até ao barco.
Em paralelo a estas atividades, estavam a decorrer atividades cívicas de Proteção Civil, no stand da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Paço de Arcos, no Jardim Municipal de Paço de Arcos, assim como outras atividades dedicadas às crianças, tais como Pinturas faciais, balões e jogos tradicionais, no Jardim Municipal de Paço de Arcos.
Ao final do dia, houve ainda espaço para um Workshop de Chachachá e Jive, pela Associação Trópico de Dança, junto ao Coreto do Jardim Municipal de Paço de Arcos, e um espetáculo musical com a banda Bad Bad Mary no palco principal. Para terça-feira, dia 30 de agosto, há às 21H30, um espetáculo de Dança com a Oeiras Dance Academy, Escola de Dança E.V.A, EDRA – Escola de Dança e Associação Trópico de Dança, junto ao palco principal.
Na quarta-feira, dia 31, às 21H30, há um novo espetáculo musical, desta vez com a banda Kind Of Queen, de tributo aos Queen, no palco principal. Na quinta-feira, dia 1 de setembro, há, pelas 19H30, uma aula de boxe e kickboxing com a Associação Moreira Team, junto ao Coreto; e às 21H30, Jorge Guerreiro atua no palco principal.
Na sexta-feira, dia 2 de setembro, há uma tertúlia com o Ator Ruy de Carvalho, às 18H00, no Salão Nobre do Clube desportivo de Paço de Arcos; e pelas 20H00, há um Workshop de dança “Salsa”, pela Associação Trópico de Dança, junto ao Coreto do Jardim Municipal de Paço de Arcos. Pelas 22H00, há novo espetáculo musical com a banda de tributo a Xutos & Pontapés, Tributo X, no palco principal.
Para além das atividades, o programa das Festas em Honra de Nosso Senhor Jesus dos Navegantes conta ainda com um programa religioso. De acordo com Madalena Castro, presidente da União das Freguesias de Oeiras e São Julião da Barra, Paço de Arcos e Caxias, que saúda o regresso das festas, o evento conta com uma oferta mais diversificada e apelativa, e que, como forma de apoiar a cultura e os comerciantes, a Assembleia de Freguesia aprovou, por unanimidade, a redução das taxas de ocupação dos espaços de feira em 50% do valor da taxa.
Na opinião da autarca, a cultura tem valor para a economia, pode e deve contribuir para a criação de riqueza para o país, pelo que é necessário dar apoio económico a todos os que trabalham na área da cultura, que deve servir como elemento de integração.
O evento conta com a organização e apoio do Município de Oeiras, da Paróquia de Paço de Arcos, do SIMAS, dos Bombeiros de Paço de Arcos, e das restantes coletividades e organizações da freguesia.
