EXPOSIÇÃO SOBRE A POLUIÇÃO DAS FILIPINAS EM DESTAQUE EM ALMADA

Uma criança que coleta materiais recicláveis deitado em um colchão cercado por uma mancha de lixo flutuando no rio Pasig em Manila, Filipinas, outubro de 2018. Em algumas partes do rio o lixo é tão denso que é possível caminhar em cima do lixo.

“Viver entre o que é deixado para trás” (título original: “Living Among What’s Left Behind”) é o trabalho que valeu ao fotojornalista Mário Cruz uma distinção no World Press Photo. A exposição vai estar patente no edifício da antiga União Elétrica Portuguesa, em Almada, entre 16 de outubro a 30 de dezembro.

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O projeto, premiado pela Sociedade Portuguesa de Autores, mostram a poluição e o lixo que se vê nas ruas de Manila, a capital das Filipinas, e ainda no rio Pasig, um dos mais poluídos do mundo e considerado biologicamente morto desde a década de 90.

A exposição de Mário Cruz chega a Almada com um novo formato, através do qual as fotografias se apresentam em grande dimensão e em forma de colagem. As fotografias originais, tiradas em formato Instax (fotografia instantânea), também vão estar expostas, mostrando documentos que retratam as diferentes famílias que vivem nas margens do rio Pasig.

Neste rio, são depositadas mais de 30 mil toneladas de lixo anualmente. Em determinados pontos, a densidade da poluição torna possível atravessar o rio de uma margem para outra a pé. O rio, que foi o centro económico de Manila, tornou-se o esgoto da cidade, onde vários milhares de pessoas vivem naquele e daquele contexto.

De 16 de outubro a 30 de dezembro, é possível ver a exposição, com entrada gratuita, no edifício da antiga União Elétrica Portuguesa. Para o autor, Almada é ainda uma cidade importante de passagem da exposição: “Almada e o Rio Tejo são um só” e por esse motivo acredita que os visitantes serão especialmente sensíveis a este tema.

Para além da mostra fotográfica, o espaço terá ainda uma instalação que conta com várias toneladas de lixo. Mário Cruz, citado em nota de imprensa, explica que, “este local esquecido pelo tempo, com materiais gastos, objetos destruídos, remete para o cenário que encontrei nas Filipinas. É, de facto, uma localização única para uma exposição que tem dois propósitos: alertar e refletir.”

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