A Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato e o Professor António Coutinho, cientista e antigo diretor do Instituto Gulbenkian de Ciência, fizeram, esta quarta-feira, dia 12 de outubro, uma visita ao FIC.A – Festival Internacional de Ciência 2022, que se realiza até ao próximo domingo, dia 16 de outubro, no espaço Hub-ACT, futuro hub de arte, ciência & tecnologia e centro de incubação de indústrias criativas, em Porto Salvo.
No seu discurso, Elvira Fortunato, que esteve presente na primeira edição do FIC.A como investigadora, salientou a importância deste evento para trabalhar “para o futuro”, salientando que uma das riquezas do país “são as pessoas e os jovens”, sendo para eles que se deve olhar e investir. A ministra aproveitou ainda a sua intervenção para destacar o trabalho feito pela Câmara de Oeiras nas áreas da educação e da juventude, salientando ainda a presença dos vários centros de investigação no concelho.
Para Elvira Fortunato, “aquilo que Portugal está a fazer em algumas áreas está muito à frente daquilo que a própria Comissão Europeia nos diz para fazer”, e recordou as palavras da comissária da Ciência e Inovação, Maria Gabriel, que disse que é preciso “colocar a ciência nos cidadãos e levá-la para as escolas e para os jovens”.
No entanto, para a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o país já faz isso há vários anos, através do programa Ciência Viva, assim como de outras iniciativas como é o caso do FIC.A. “Temos que mostrar à Comissão Europeia o excelente trabalho que Portugal tem feito na área da ciência, porque já inovamos nesta área há muitos anos”, finalizou Elvira Fortunato.
Já na perspetiva de Isaltino Morais, presidente da Câmara Municipal de Oeiras, a presença da ministra neste festival, “representa um incentivo, não só para todos aqueles que aqui estão presentes, mas também para a Câmara Municipal”, realçando os apoios dados por esta às instituições do concelho ligados à ciência.
“Procuramos que haja uma grande articulação, particularmente com os estabelecimentos de ensino e com a comunidade em geral”, nesta área, “desmistificando a ciência”, acrescentou o autarca, que aproveitou ainda a sua intervenção para agradecer a todos aqueles que ajudaram a organizar e a preparar o FIC.A, bem como a todos os investigadores que deram o seu contributo para o festival, em especial a professora Teresa Branco e o cientista António Coutinho.
Para Isaltino Morais, o município de Oeiras dá uma grande importância à ciência, uma vez que, a seu ver, “a ciência é fundamental no desenvolvimento, na qualidade de vida e naquilo que é a criação de riqueza e saúde de todos os cidadãos”. Neste sentido, salientou as reuniões que António Coutinho, antigo presidente do Instituto Gulbenkian de Ciência, teve com a Câmara de Oeiras e que permitiram começar a apostar nesta área e olhar para ela de outra forma.
“O nosso vereador da Educação e da Ciência, Pedro Patacho, conseguiu agarrar estas áreas e agora julgo que estamos num caminho que vai ser possível percecioná-lo daqui a uns anos”, salientando os projetos em desenvolvimento no concelho, tais como o auditório António Coutinho, que será inaugurado no próximo ano, ou a residência para cientistas, em Santo Amaro de Oeiras, e que está atualmente em construção, representando um investimento a rondar os cinco milhões de euros.
Segundo Isaltino Morais, estes projetos vêm homenagear António Coutinho, “que dedicou a vida inteira à ciência” em Portugal. O autarca terminou a sua intervenção a agradecer a presença de Elvira Fortunato no FIC.A, uma vez que “nestes momentos, é fundamental sentir o apoio do Governo em iniciativas que são naturalmente inovadoras”.
Ao Olhar Oeiras, o vereador com os pelouros da Ciência e Inovação, Pedro Patacho, explica que o FIC.A é “um grande evento de comunicação e divulgação de ciência, destinado à comunidade escolar e ao público em geral”, e no qual participa “todo o ecossistema nacional de ciência”, onde se inserem as “universidades, os politécnicos, as agências de ciência, as fundações, e até o Ministério da Educação”, explica o autarca.
Pedro Patacho acrescenta ainda que o FIC.A “é o único evento de comunicação de ciência em Portugal”, e que este festival já recebeu a visita de cerca de 16 mil pessoas só nos primeiros três dias do evento. Até sexta-feira, o FIC.A está aberto apenas à comunidade escolar, sendo que o público em geral poderá visitar o evento no fim de semana, dias 15 e 16 de outubro. Para o vereador, esta iniciativa vai ao encontro da Estratégia para a Ciência, lançada em 2019 pela autarquia de Oeiras, e que se centra em três eixos estratégicos.
O primeiro é ‘Ciência, Educação e Sociedade’, que tem como propósito aproximar a ciência da população; o segundo é ‘Ciência e Inovação’; e o último eixo é ‘Ciência e Internacionalização’, cujo objetivo é trazer pessoas de todo o mundo a Oeiras. O FIC.A, está inserido no primeiro eixo e tem uma grande relevância para o concelho, uma vez que ajuda “a desenvolver a literacia da população e a aumentar o seu interesse pela ciência”, bem como a trazer pessoas de todo o país a Oeiras.
No entanto, e para além do FIC.A, a Câmara de Oeiras promove, durante todo o ano, outras iniciativas ligadas à área da ciência, entre as quais o ‘Ciência Aberta a Oeiras’, que tem como objetivo criar uma relação mais próxima entre a comunidade escolar e os centros de investigação do concelho. “Temos um vasto conjunto de atividades a decorrer no concelho na área da Ciência durante todo o ano, e que contam com a parceria das empresas sediadas em Oeiras”, acrescentou ainda Pedro Patacho.
O FIC.A é aberto a toda a comunidade, e neste festival estiveram presentes, na edição de 2021, cerca de 18 mil alunos, provenientes de todo o país. Este festival oferece um programa único no país e tem a assinatura do Município de Oeiras e da Senciência. A primeira edição realizou-se no ano passado em Oeiras, e contou com mais de 34 mil participantes, mais de mil horas de programação, mais de 30 nacionalidades, e mais de 600 atividades.
Já a edição deste ano conta com 32 expositores e 135 entidades de conteúdo presentes. O FIC.A celebra a cultura científica em Portugal e no Mundo, dirigindo-se a todos os entusiastas e curiosos das ciências, de todas as idades e que continua a fazer história e a mostrar que a ciência além de divertida, faz parte do nosso dia-a-dia.
Este evento celebra a cultura científica em Portugal e no Mundo, e dirige-se a todos os entusiastas e curiosos das ciências, de todas as idades. Nesta segunda edição, o FIC.A contará com a presença de cientistas, engenheiros, escritores, artistas, jornalistas, humoristas e muitos outros profissionais de vários países.
Para o próximo sábado, dia 15 de Outubro, a Câmara Municipal de Oeiras, em parceria com a Senciência, organizou um programa dirigido aos moradores do Bairro dos Navegadores, a partir das 10h00.
A essa hora, terá lugar um encontro entre os Clubes de Ciência das escolas de Oeiras e os Grupos de Jovens do Bairro dos Navegadores, no Centro de Convívio local, onde será dado a conhecer o Programa Ciência + Cidadã, que resulta de uma parceria entre o ITQB NOVA, o IGC e a Câmara Municipal de Oeiras. Aqui serão oferecidos livros sobre o ambiente às crianças e decorrerão ainda diversas atividades sobre a diversidade de sementes e a vida na Terra.
Às 14H00, no espaço Hub-ACT, terá lugar uma visita especialmente dedicada aos residentes do Bairro, e que vai percorrer as principais atrações do Festival, incluindo uma sessão do Teatro Playback do dISPAr (Grupo de teatro do ISPA-Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida), intitulada “Promover a Cidadania Ativa na Ciência”.
Logo de seguida, às 15H00, haverá “Ciência divertida”, promovida pelo ITQB – Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier, na Praça dos Navegadores, junto ao edifício onde decorre o Festival.
Pelas 16H00, Isaltino Morais, realizará uma visita à Praça dos Navegadores, sendo que o momento será acompanhado por um momento musical do grupo de Batucadeiras dos Navegadores “Voz di Tradison” e com a presença das instituições representadas na comunidade do bairro.
Esta iniciativa, além de proporcionar a criação de laços entre a Ciência e a comunidade, vai ainda contribuir para estreitar a ligação do bairro com o Hub, criando uma relação de proximidade e envolvimento cultural na comunidade.
Teresa Lago, professora universitária, astrónoma, Presidente da Sociedade “Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura” entre 1999 e 2002, membro-fundador do Conselho Científico do European Research Council e secretária-geral da União Astronómica Internacional, será a Embaixadora desta segunda edição do FIC.A. Para a mesma, citada em nota de imprensa, este é “um festival que proporciona um encontro com as diversas áreas da ciência, apresentada de forma simples e estimulante pelos profissionais que a ela se dedicam”.
Para Rúben Oliveira, diretor científico da Senciência e do FIC.A, também citado na mesma nota, “após o sucesso da primeira edição e da riqueza do programa que apresentámos ao público, desde o pré-escolar aos seniores, queremos em 2022 focar-nos ainda mais na experiência dos visitantes, proporcionando momentos únicos, capazes de gravar na sua memória uma imagem estimulante da ciência que os leve a regressar ao Festival no dia seguinte em busca de mais, de querer saber e descobrir mais”.
Rúben Oliveira acrescenta ainda que o FIC.A regressará “aprimorado, evoluído, mas com as qualidades, ambição e desejo de inovação que lhe dão vida e que estão a ajudar a fundar um novo paradigma na aproximação entre a ciência e a sociedade no país”.