INAUGURADO NOVO TROÇO DA CRIL EM MIRAFLORES

O presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, inaugurou, esta segunda-feira, dia 12 de dezembro, a ligação viária entre Miraflores e a Circular Regional Interior de Lisboa (CRIL), e que vai permitir reduzir o trânsito entre Miraflores e Algés, uma vez que permite um acesso direto à EN6 e à Avenida Brasília.

Esta obra teve início no passado dia 31 de janeiro, e vai permitir uma redução substancial do trânsito entre Miraflores e Algés, aliviando a Avenida Bombeiros Voluntários de Algés de grande parte do tráfego atual. Desta forma, e com este novo acesso, quem pretenda seguir para Cascais ou Lisboa, pode entrar na CRIL para seguir pela Avenida Marginal e zona ribeirinha, de forma a conseguir aceder à EN 6, no sentido Cascais, ou à Avenida de Brasília, em direção a Lisboa, e sem passar pelo centro de Algés.

Para Isaltino Morais, presidente da Câmara de Oeiras, “esta ligação já deveria ter sido feita há muito tempo”, uma vez que, quem residia em Algés, tinha de ir até Linda-a-Velha apanhar a A5, para depois entrar na CRIL, o que acabava por aumentar substancialmente o tráfego em Algés. Esta empreitada consiste num investimento municipal de 576.544,60 € e teve uma duração de 300 dias, tendo sido realizada pela empresa Armando Cunha.

No mesmo discurso, Isaltino Morais referiu que a obra estava estimada em cerca de um milhão de euros, e que custou apenas metade, um feito a destacar numa altura em que as obras municipais estão mais caras devido ao aumento do custo dos materiais. Para o autarca, este novo acesso poderia ter ficado feito na altura em que a CRIL foi construída, mas a Infraestruturas de Portugal, empresa responsável pela obra, deixou os moradores de Algés de fora, uma vez que poderia ter feito logo um acesso em Miraflores, e não o fez, servindo apenas “para quem vem de Lisboa ou da Amadora”.

Para o futuro, está prevista a construção do ramal de saída da CRIL localizada no Alto do Duque, e que possibilita a entrada direta em Miraflores para todos aqueles que se desloquem de sul, da zona ribeirinha e da Av. Marginal, cujo projeto já está concluído, sendo que o concurso deverá ser lançado em breve. No entanto, o presidente da Câmara de Oeiras ressalvou que “gostaria que fosse a Infraestruturas de Portugal (IP) a pagar esta entrada”, e não o município, uma vez que esta obra é da responsabilidade desta empresa.

Neste sentido, o autarca criticou a postura da IP e do Estado Central, que têm demorado a pagar obras que são da sua responsabilidade, o que leva a que a Câmara de Oeiras tenha de financiar a respetiva verba, para manter “a qualidade de vida que temos”, dando como exemplo os investimentos nos centros de saúde ou nas esquadras da Polícia.

“Apesar de ter sido a Câmara a financiar, quero expressar a boa cooperação entre a Câmara e as Infraestruturas de Portugal”, acrescentou Isaltino Morais, salientando que é necessária “uma boa cooperação” entre a autarquia e as empresas estatais para que existam progressos em Oeiras. Ainda na sua perspetiva, “as importâncias das obras medem-se pela sua utilidade e eficácia para os cidadãos”, e não pelo seu valor, e por isso, Isaltino Morais destacou a importância da abertura deste novo acesso em Miraflores como forma de retirar o trânsito de dentro de Algés, localidade que, recorde-se, foi fortemente atingida pelas cheias da passada quinta-feira.


Segundo Isaltino Morais, este novo ramo de acesso vai permitir que os condutores evitem circular por estradas inundadas em caso de chuva forte, reforçando ainda a importância de se criarem e investir em boas infraestruturas para o escoamento das águas. Ainda neste assunto, o autarca voltou a lembrar que Oeiras tem um bom sistema de drenagem de águas pluviais, no qual foram investidos cerca de 50 milhões de euros, e que “funcionou perfeitamente na passada quinta-feira, exceto em Algés e Tercena”.

Por isso, Isaltino Morais reforçou a importância da cooperação entre municípios, dando com exemplo o caso da Ribeira de Algés, que tem o seu início no concelho da Amadora, e que, nalguns pontos, não consegue escoar toda a água pluvial, acabando por transbordar e causar cheias no espaço urbano, sendo que, explicou o edil, grande parte destas águas é proveniente do concelho da Amadora, e Isaltino Morais defende que os concelhos vizinhos devem pensar em novas formas para drenar as águas pluviais, de forma a não sobrecarregar não só a Ribeira de Algés, como as restantes que passam pelo concelho de Oeiras, com os custos a serem divididos entre os diversos concelhos por onde estes canais circulam.

O autarca aproveitou o seu discurso para destacar ainda o bom trabalho da Proteção Civil de Oeiras e dos serviços de higiene urbana do município, que ajudaram a restabelecer rapidamente a circulação e o funcionamento do comércio em Algés, após a tempestade da semana passada, frisando ainda que está prevista a triplicação do coletor pluvial em Tercena.

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