Oito pessoas estão no centro de acolhimento temporário criado pelo município de Loures, na quinta-feira passada, na sequência do mau tempo, depois de durante a noite as suas casas terem ficado “sem condições de habitabilidade”, revelou o presidente da Câmara de Loures, Ricardo Leão, que referiu que existem inúmeras estradas cortadas por todo o concelho e as escolas foram encerradas.
O Centro de alojamento temporário recebeu as oito pessoas afetadas pelas inundações desta madrugada. O presidente da Câmara de Loures, Ricardo Leão, disse esta terça-feira à Renascença que esta madrugada “foi muito pior” do que a ocorreu na passada quinta-feira, contabilizando “ocorrências mais gravosas na queda de taludes, desabamento de terras e queda de muros de contenção” por causa do mau tempo, que obrigou a encerrar, ao fim da manhã, várias escolas.
Foi necessário durante a madrugada e ao início desta manhã cortar vias de acesso ao concelho de Loures, como foi o caso da via nacional 115 e 250, ambas muito utilizadas, e houve registo de oito desalojados. Ricardo Leão explica que houve “até mais desalojados”, mas “muitos deles encontraram soluções em casa de amigos e família”.
Há oito pessoas que, “na impossibilidade de encontrar uma solução, estão alojadas num centro de alojamento temporário que a Câmara criou na quinta-feira” da semana passada, quando o mau tempo fustigou esta e outras zonas de Lisboa.
Ponte de Frielas e Flamenga inundadas
Segundo o autarca de Loures, que esteve toda a noite a acompanhar as equipas de bombeiros e da Proteção Civil da câmara, uma das zonas mais afetadas pelo temporal foi a baixa da cidade, “naquele período de maior intensidade de chuva coincidente com a subida da maré”.
A Ponte de Frielas e da Flamenga ficaram “completamente inundadas, mas desta vez com o aviso prévio, as pessoas estavam sensibilizadas e aquilo que foram os danos de viaturas e pessoas não teve comparação com o que houve na quinta feira”, explica Ricardo Leão.
A maior consequência do temporal são os danos na via pública, “o que vai obrigar a uma quantificação ainda maior, estamos a falar de milhões de euros de prejuízos naquilo que é a intervenção no espaço publico”.
Escolas encerradas
A autarquia, devido ao previsível agravamento da tempestade, decidiu encerrar as seguintes escolas do concelho:
Agrupamento de Escolas José Afonso: Escola Secundária José Afonso; Escola Básica Maria Veleda; Jardim de Infância de Frielas; Escola Básica Fernando de Bulhões; Escola Básica de Frielas; Escola Básica da Flamenga; Escola secundária de Camarate; Agrupamento de Escolas Maria Keil: Escola Básica Maria Keil; Escola Básica n.º 1 da Apelação; Jardim de Infância da Apelação; Agrupamento de Escolas João Villaret: Escola Básica de Santo Antão do Tojal; Escola Básica do Infantado.
Estradas interditas
A Câmara de Loures, que pede a máxima prudência aos automobilistas, alerta que existem várias vias cortadas, locais e regionais, um pouco por todo o concelho, nomeadamente: EN 115, entre A-das- Lebres e a Rotunda das Oliveiras (Santo Antão do Tojal); EN 250, junto ao nó da A8 (Frielas); EN 8, entre a Flamenga e Loures (Santo António dos Cavaleiros e Loures); EN 8, junto à rotunda de interseção com a EN 115 (Loures); EN 250, entre o cruzamento de Unhos e Sacavém; saída da A8 para o nó de Frielas, em ambos os sentidos (Frielas);
Segundo a autarquia, as equipas da Câmara Municipal, juntas de freguesia, bombeiros e forças de segurança do concelho estão no terreno a acompanhar as ocorrências e a envidar todos os esforços para solucionar os problemas e a prestar todo o auxílio às populações, pedindo que qualquer ocorrência pode ser comunicada para: 800 966112. O Município disponibiliza também uma Linha de Apoio Municipal (800 100 176), em funcionamento 24 horas.
Mau tempo muda agenda do Governo
Por outro lado, o mau tempo levou a alteração de agenda de várias iniciativas do Executivo. Por exemplo, o novo secretário de estado do Turismo, Nuno Fazenda, cancelou a deslocação que tinha prevista para esta terça-feira, para se se inteirar dos prejuízos causados, às superfícies comerciais e ao comércio local, pela intempérie do passado dia 7 de dezembro, em Loures. Por outro lado, o novo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais já não vai participar no Tax Summit da Deloitte, esta tarde, porque o evento foi cancelado. E a sessão de apresentação do pacote de medidas de apoio extraordinário às empresas com consumos relevantes de eletricidade e gás, para 2023, foi adiada para o início da tarde, apesar de o IPMA antecipar um agravamento do estado do tempo a partir das 12h00.
