O presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas, recebeu esta segunda-feira, dia 20 de fevereiro, nos Paços do Concelho, os quinze operacionais do Regimento de Sapadores Bombeiros (RSB) que regressaram a Lisboa no último fim de semana.
Neste sentido, Carlos Moedas salientou “o orgulho enorme” no trabalho do Regimento de Sapadores Bombeiros. Ao mesmo tempo, o autarca destacou ainda a reação imediata destes operacionais “que, sem hesitar”, aceitaram a missão. “Por isso é uma honra que hoje aqui presentes quero honrar pelo vosso serviço e profissionalismo”, disse Moedas. Ainda na perspectiva do edil, “ninguém pode ficar indiferente” aos momentos vividos pela corporação na Turquia.
Um deles foi o resgate, com vida, de uma criança com 10 anos. “Tiveram capacidade de fazer aquele salvamento, que foi um momento que eu sei que também nos emocionou, foi um momento extremamente emocionante e tantos outros momentos que viveram”, reforçou Moedas. “Essas histórias são histórias que levam para a vossa vida e marcam a vossa profissão”, salientou.
Ao mesmo tempo, Moedas enalteceu “a humanidade” da equipa, que “deixou tudo para trás” para ir para as operações de resgate. Os 15 operacionais foram homenageados com a entrega de uma imagem de Santo António, uma vez que, de momento, não havia medalhas suficientes para entrega.
Para o dia 19 de maio, dia da Unidade, está prevista a entrega de uma medalha municipal de Bons Serviços. Esta decisão partiu de uma proposta do comandante do RSB, Tiago Lopes. Para o autarca, “esta medalha municipal tem uma importância única”, porque agradece o serviço prestado em prol dos outros.
“Espero que esta medalha seja uma medalha que vá para além daquilo que é a vossa missão”, acrescentou Carlos Moedas, deixando ainda uma palavra de apreço pelas famílias dos operacionais, que “ficaram cá com o coração nas mãos, mas um com orgulho enorme”. Por sua vez, o autarca considerou ainda que esta equipa representou a cidade de Lisboa, o que, por si só, é mais um motivo de homenagem e de orgulho para a autarquia.
“Foi difícil regressar”, salientou chefe dos RSB e comandante da missão
Estes operacionais, que integraram a Força Operacional Conjunta, estiveram 10 dias na Turquia. Aqui, estiveram em operações de busca e salvamento, na sequência do sismo que atingiu aquele país. Durante a homenagem, o comandante da missão, e chefe do RSB, Vítor Machacaz, referiu que “é um orgulho enorme, uma honra enorme levar o nome de Portugal”.
Ao mesmo tempo, considerou ainda que “houve momentos que nos marcaram a todos”, e que voltaria a realizar uma ação semelhante. No entanto, o comandante admitiu que “foi difícil regressar” a Lisboa. “O nosso pensamento era remover todas aquelas pedras, todos aqueles tijolos e virmos embora foi um aperto muito grande”, finalizou Vítor Machacaz.
No mesmo sentido, este recordou “com grande emoção” as operações de busca e salvamento na Turquia, em especial o resgate, com vida, de um menino de 10 anos. “A nossa equipa teve toda em perigo”, acrescentou.
Neste sentido, Vítor Machacaz lembrou um momento, passado durante uma réplica do sismo. “Metade da equipa estava por baixo do edifício e nós no acampamento tivemos que fugir todos, fugimos todos, mas não sabíamos bem para onde é que havíamos de fugir”. Por sua vez, o comandante da missão reforçou a importância do treino para lidar com este tipo de situações.
Equipa não estava à espera da homenagem da autarquia
“Nós já íamos preparados, só que a devastação era tão grande que não há imagem nenhuma que replique aquilo que nós sentimos e que vimos”, acrescentou Vítor Machacaz. Neste sentido, o mesmo lembrou, no momento em que a equipa chegou à Turquia, existiam várias “famílias à volta de uma fogueira, enrolados em cobertores”, e ainda “toda a gente a fugir da cidade”.
Por sua vez, um entrave na missão foi a língua. Contudo, para ultrapassar esta barreira, a equipa portuguesa falou de Cristiano Ronaldo. Desta forma, os turcos “mudavam completamente a forma de estar”.
Por outro lado, o chefe do RSB adiantou que não estava à espera da homenagem da autarquia. “Nós não estamos cá para homenagens, nós estamos cá para cumprir o nosso dever”, reforçou. Por sua vez, na sua opinião, “nós somos bons naquilo que fazemos porque somos treinados para isso”. Por isso, Vítor Machacaz lembrou ainda o profissionalismo do RSB, bem como o dever de “cumprir a nossa missão”.
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