CÂMARA DE LISBOA E EMPRESAS LANÇAM PROJETO PARA RECICLAGEM DE CÁPSULAS DE CAFÉ

A Câmara Municipal de Lisboa (CML) assinou, esta terça-feira, dia 11 de julho, um acordo com várias empresas comercializadoras de café em cápsula, com o objetivo de estabelecer e implementar as condições necessárias para a reciclagem correta desses resíduos.

Para já, estas cápsulas de café podem ser depositadas nos três ecocentros móveis existentes na cidade. De acordo com o presidente da CML, Carlos Moedas, o objetivo será implementar um ecocentro em cada uma das 24 freguesias lisboetas. Recorde-se que estes ecocentros estão em funcionamento desde o passado mês de janeiro. 

Por sua vez, podem ser depositados resíduos como lâmpadas, tinteiros, cápsulas de café e ainda embalagens de tinta. Durante a apresentação, que teve lugar nos Paços do Concelho, o presidente da Associação Industrial e Comercial do Café, Vítor Martins, reforçou que o “café é muito mais do que a simples forma de tomar”. Neste sentido, lembrou o caminho que tem vindo a ser feito desde 2019 com o intuito de estabelecer parcerias com várias entidades, entre as quais universidades, empresas, entre outros.

“Após várias reuniões com o Ministério e do Ambiente, chegámos a uma conclusão muito simples: que a palavra chave era a parceria. Sozinhos seria muito difícil fazermos algo e porque não procurar parcerias com câmaras”, referiu. Desta forma, Vítor Martins parabenizou a Câmara de Lisboa por tudo o que tem feito nos últimos anos. No mesmo sentido, elogiou a CML por abraçar este projeto, juntamente com seis empresas comercializadoras de cápsulas de café. Para já, adiantou o responsável, existem “outras câmaras já interessadas em fazer parte deste projeto”. 

Reduzir o impacto das alterações climáticas

Para o presidente da CML, “o papel do café numa cidade é um papel extremamente importante”. Na sua perspectiva, o café foi, durante séculos, o lugar da “inovação, da invenção e da transformação das cidades”, pois era nestes locais que as pessoas se reuniam. Por isso, “esse papel é essencial numa cidade”, onde o café vai para além de um produto.

Por outro lado, apostar na reciclagem das cápsulas de café ajuda a mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Contudo, esta redução tem sido também conseguida através de outras medidas. Uma delas é por exemplo os passes gratuitos. Até ao momento, já aderiram 80 mil pessoas à medida. “Mais de 10% da cidade anda de transportes públicos gratuitos”, sublinhou Moedas. O autarca considera que as pessoas têm de sentir “a luta das mudanças climáticas no seu bolso” para que estas medidas tenham impacto.

Contudo, outra medida trata-se da rega dos relvados do Parque Tejo com água usada da ETAR de Beirolas. No mesmo sentido, Carlos Moedas recordou ainda uma proposta, apresentada recentemente em reunião de executivo, que tinha como objetivo a mudança das lâmpadas da cidade para LED’s. “Isso teria um impacto porque iria reduzir o consumo de 16 gigawatts por hora para cinco”, frisou o autarca. Todavia, a proposta foi reprovada pela oposição. 

Recolher 20 toneladas de cápsulas até ao final do ano

Segundo o edil lisboeta, “20% daquilo que entrava nos ecopontos era cápsulas”. Por isso, reiterou a importância de avançar com este protocolo. O seu objetivo é incentivar a reciclagem e deposição destes produtos nos sítios correspondentes. Para já, estas cápsulas podem ser depositadas nos três ecocentros existentes em Lisboa. Estas estruturas entraram ao serviço em janeiro deste ano e a autarquia estima que elas recolham cerca de 20 toneladas de cápsulas até ao final do ano.


No entanto, Carlos Moedas manifestou ainda o desejo de estender os ecocentros para todas as freguesias da cidade. Por fim, este reforço é igualmente importante para recolher “talheres, pilhas, ou outras coisas que muitas vezes as pessoas não sabem onde deitar”, disse Moedas. No final desta apresentação, todos os convidados foram incentivados a depositar uma cápsula de café no ecocentro existente nos Paços do Concelho.

Apostar na Higiene Urbana

Aos jornalistas presentes, o presidente da CML sublinhou os investimentos que a autarquia tem vindo a realizar na área da Higiene Urbana. Neste sentido, Moedas referiu que, desde o início do mandato, já foi possível a contratação de mais 200 trabalhadores para a Higiene Urbana do munícipio. Por outro lado, reforçou ainda que, recentemente, foi igualmente possível o pagamento do subsídio de penosidade e salubridade a estes trabalhadores.

Em relação ao período da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), Moedas avançou ainda que a autarquia conseguiu chegar a acordo com dois sindicatos para que não haja nenhuma greve durante a realização do evento. “Lisboa produz 900 toneladas de lixo por dia. Durante a JMJ, estimamos que esse número possa aumentar em 30 a 50 por cento”. Ao mesmo tempo, o autarca sublinhou também que serão 1300 funcionários a trabalhar na JMJ, para “conseguir manter a cidade limpa”. 

Por fim, e para além do reforço nos recursos humanos, Carlos Moedas reforçou ainda que, até ao momento, a CML já investiu mais de seis milhões de euros nesta matéria. “Quando cheguei, havia muitas queixas. A situação está muito melhor e as queixas reduziram”, acrescentou o autarca. Moedas justificou esta redução com o investimento na aquisição de mais equipamentos e na contratação de mais profissionais.

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