O antigo primeiro-ministro e fundador do jornal Expresso e do canal de televisão SIC, Francisco Pinto Balsemão, recebeu na tarde desta terça-feira, dia 25 de julho, a Medalha Municipal de Honra do concelho de Oeiras.
Recorde-se que Francisco Pinto Balsemão não conseguiu estar presente nas condecorações municipais realizadas no passado dia 7 de junho, feriado municipal, e por esse motivo, recebeu agora a distinção durante a sessão desta terça-feira da Assembleia Municipal de Oeiras. A medalha foi entregue pelo presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, que sublinhou que esta distinção deve-se ao “percurso de um homem extraordinário e pela sua ligação ao concelho” de Oeiras.
Francisco Pinto Balsemão tem 85 anos, e para além de jornalista, foi ainda um dos fundadores do Partido Popular Democrático (PPD), que deu lugar ao atual PSD, juntamente com Francisco Sá Carneiro e Joaquim Magalhães Mota. Por outro lado, entre 1981 e 1983, foi primeiro-ministro. Nos anos 60, foi jornalista e chefe de redação do Diário Popular, cargo que abandonou para fundar e dirigir o jornal Expresso, em 1973. Mais tarde, em 1992, lançou o primeiro canal privado português, a SIC.
Balsemão foi fundamental para a construção da liberdade, considera Isaltino Morais
Atualmente, estes dois órgãos de comunicação pertencem ao Grupo Impresa, e ambos funcionam em Paço de Arcos. De acordo com Isaltino Morais, Francisco Pinto Balsemão “é um homem defensor das liberdades e ajudou a construir a democracia”. No mesmo sentido, o edil reforçou que, sendo político e proprietário de meios de comunicação social em simultâneo, Pinto Balsemão “nunca cedeu à censura, mesmo quando era mal tratado”.
O presidente da CMO lembrou ainda que o fundador da SIC e do Expresso foi uma figura importante para a liberdade em Portugal. Por isso, considera que é uma personalidade fundamental “da nossa democracia e da vida moderna portuguesa”. No entanto, Isaltino Morais reforçou que o facto de a Impresa estar sediada no concelho de Oeiras também pesou para esta condecoração. A seu ver, esta distinção “é das mais importantes que já recebeu, porque é dada pelo povo de Oeiras e resulta de uma decisão coletiva entre todos os partidos da democracia”.
No mesmo sentido, o autarca lembrou que esta é a “7ª condecoração de Honra” que a Câmara de Oeiras dá “em 38 anos”. Alguns dos agraciados com esta medalha, sublinhou, são nomes como “Eunice Muñoz, Ruy de Carvalho, Mário Soares ou o Regimento de Eletromecânica”. Por fim, o edil expressou a “honra que é dar a distinção mais alta do concelho” a Francisco Pinto Balsemão, reconhecendo-o “pela pessoa que é e por tudo o que fez por Portugal”.
Continuar a fazer mais
Por sua vez, Pinto Balsemão disse estar “verdadeiramente comovido” por receber esta distinção da Câmara de Oeiras, e por pertencer a um grupo tão nobre de homenageados com a Medalha de Honra. “Toda a gente gosta de ver reconhecido aquilo que faz e isso é um estímulo para continuar a fazer mais”, disse o responsável pelo grupo Impresa. “A minha vida pautou-se pela liberdade, sobretudo a liberdade de expressão, e por trazer a democracia que não existia no país”, acrescentou.
No mesmo sentido, reforçou a importância da liberdade de expressão, algo que sempre defendeu, “primeiro com o Expresso, depois com a SIC”. Francisco Pinto Balsemão falou ainda dos desafios atuais impostos pela revolução tecnológica. Por isso, na sua perspetiva, é importante continuar a lutar pela liberdade de imprensa e pelo rigor informativo. “Temos de continuar a defender a liberdade de informar”, reforçou o antigo primeiro-ministro, que, apesar de ter 85 anos, continua a trabalhar todos os dias, e sente-se “estimulado para continuar a fazer mais e melhor”.
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