A Câmara Municipal de Loures (CML) promoveu, esta terça-feira, dia 18 de julho, uma sessão de esclarecimentos sobre segurança e acessibilidade para agentes económicos durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Pavilhão José Gouveia, em São João da Talha.
Segundo a vice-presidente do munícipio, Sónia Paixão, “este é um passo importante rumo ao acolhimento deste grande evento que é a JMJ”. Ao mesmo tempo, a autarca lembrou que os impactos maiores deste evento no concelho serão nos dias 5 e 6 de agosto, que será quando o Papa Francisco irá estar no Parque Tejo. Por outro lado, a Câmara de Loures estima a presença de um milhão de peregrinos no Parque Tejo.
Ou seja, “200 mil peregrinos ficarão do lado de Lisboa” e os restantes 800 mil do lado de Loures. “Estamos a falar de uma área de 75 hectares”, sublinhou Sónia Paixão. No mesmo sentido, a autarca reforçou ainda que o concelho de Loures vai receber cerca de 1200 voluntários, que incluem os inscritos e os informais. Ao mesmo tempo, irão ficar alojados no concelho 17 mil e 800 peregrinos. Por isso, disse ainda a vice-presidente da CML, haverá um hospital de campanha.
Ao mesmo tempo, este será reforçado com mais sete postos médicos avançados e 44 tendas de primeiros socorros no concelho. Também na área cultural, a autarquia de Loures vai promover um Festival da Juventude, que vai passar por diversos locais do concelho.
Mais oferta alimentar
Por sua vez, nas 10 freguesias do munícipio, haverá ainda bancas de street food e os restaurantes do concelho foram convidados a integrar a rede de estabelecimentos que vai fornecer refeições aos peregrinos. Até ao momento, já se inscreveram 34 estabelecimentos de restauração nesta plataforma. “A par destes estão outras superfícies que fizeram um acordo com a Fundação JMJ, tais como o McDonalds’s, a Padaria Portuguesa”, entre outros. Na visão de Sónia Paixão, a JMJ será uma oportunidade para o concelho, no sentido em que o evento irá trazer uma “requalificação urbanística” na zona ribeirinha.
“Houve um investimento na ordem dos 10 milhões de euros, e conseguimos uma poupança face ao que era a previsão inicial. Acima de tudo, é a enorme oportunidade para o nosso território”, concluiu a vice-presidente da CML. Este encontro contou com a presença dos Serviços de Segurança Interna e a Polícia de Segurança Pública e teve como objetivo esclarecer os agentes económicos locais sobre segurança e acessibilidade durante o período da JMJ, que se realiza entre os dias 1 e 6 de agosto.
Reduzir os impactos ao máximo
Já para o Superintendente Pedro Moura, Diretor do Departamento de Operações da PSP, “os últimos dois dias” da JMJ serão os mais fortes para o concelho de Loures. “A única certeza é a incerteza dos números reais que vão estar aqui presentes”. Para o responsável, a JMJ será “um constrangimento”. Por sua vez, será igualmente “uma oportunidade para quem trabalha na área comercial”. Neste sentido, o documento começou a ser elaborado há cerca de “400 dias” e pretende reduzir ao máximo as perturbações e limitações aos comerciantes e residentes naquelas zonas.
“Na área da Segurança Interna criámos aqui novas capacidades e criámos, ao mesmo tempo, uma rede primária com mais de 33 entidades”, reforçou. Estas entidades, em conjunto, vão assegurar a segurança no período da JMJ. Por sua vez, “foram apresentados e aprovados 14 planos setoriais” e esta será, a seu ver, “uma operação sem precedentes”.
Por onde vai passar o Papa?
O Papa Francisco chega a Lisboa no dia 2 de agosto. Nesse dia, chegará a Figo Maduro da parte da manhã e seguirá para o Palácio de Belém. Aqui, vai-se reunir com o Presidente da República, tendo ainda um encontro com a sociedade civil e o corpo diplomático. No mesmo dia, mas à tarde, receberá o Primeiro Ministro. Ao final do dia, irá para o Mosteiro dos Jerónimos.
No dia seguinte, dia 3 de agosto, estará de manhã na Universidade Católica Portuguesa. Aqui, fará um discurso para os jovens universitários, antes de seguir para Cascais. Da parte da tarde, irá para a cerimónia de acolhimento no Parque Eduardo VII. No dia 4, sexta-feira, o Santo Padre vai estar em Belém para o Parque do Perdão. De seguida, segue para o Bairro da Serafina, em Campolide. No final deste dia, seguirá para a Via Sacra. O evento terá lugar no Parque Eduardo VII à noite.
Já no sábado, dia 5 de agosto, o Papa Francisco vai de helicóptero até ao Santuário de Fátima, logo pela manhã. Depois, terá um encontro privado no Colégio São João de Brito. De seguida, vai para o Parque Tejo, onde, pelas 20h45, se realiza a vígilia. Por fim, no último dia da JMJ, dia 6, o Papa irá dar a missa final no Parque Tejo, às 09h00. Depois, segue para o Passeio Marítimo de Algés, em Oeiras, para se reunir com os voluntários da JMJ, antes de seguir para Roma.
O que vai acontecer?
- O Parque Tejo estará dividido em três setores: os dois primeiros sectores estão localizados no lado que pertence ao concelho de Lisboa. No entanto, estão reservados aos peregrinos inscritos na JMJ. O último setor situa-se já no concelho de Loures e nele irão ficar todos os participantes não inscritos.
- O IC 2 vai encerrar nos dias 5 e 6 de agosto: desta forma, para facilitar a entrada dos peregrinos no Parque Tejo, o IC 2 estará encerrado à circulação rodoviária, desde o acesso à A1 até à Praça José Queiróz. Aqui, haverá uma plataforma de acesso ao Parque Tejo. A faixa de rodagem junto à linha do comboio será destinada para a circulação dos peregrinos. Por sua vez, a outra, junto ao rio, será reservada à Protecção Civil. Prevê-se que esta artéria reabra ao público a partir das 00h00 do dia 7 de agosto. Ao mesmo tempo, será aberto o separador central durante o período de encerramento ao trânsito, sendo que o mesmo será reposto na semana seguinte.
- A ponte pedonal sobre o Rio Trancão será encerrada: por questões de segurança, a ponte destina-se apenas à passagem de sacerdotes para a missa de domingo e situações de emergência.
- Parque Tejo deverá abrir por volta das 13h00: no dia 5 de agosto, o Parque Tejo deverá abrir as portas aos peregrinos a partir das 13h00. No entanto, esta abertura poderá ser antecipada em função do número de pessoas.
- Estações de comboio encerradas: Contudo, e para garantir a segurança dos participantes na JMJ, quatro estações de comboio que servem a Linha do Norte/Azambuja irão estar fechadas nos dias 5 e 6 de agosto. Por sua vez, as estações afetadas são Santa Iria da Azóia, Bobadela, Sacavém e Moscavide. Por isso, quem vem de comboio, de norte para sul, terá de seguir a pé pela EN10. Aqui, entrará na IC2 pela rotunda das mercadorias, em Santa Iria da Azóia. Neste local haverá um parque com capacidade para 1000 autocarros.
Mais restrições:
- EN 10 com condicionamentos de trânsito: para garantir a segurança dos peregrinos e dos condutores, a Nacional (EN) 10 contará com alguns condicionamentos pontuais de trânsito. Se existir um elevado fluxo de peregrinos, o trânsito será desviado para vias adjacentes. No entanto, está prevista e garantida a passagem de camiões com destino à Valor Sul.
- Controlo de acessos e comprovativos de residência: A entrada para o Parque Tejo será feita através de um controlo, após o qual os peregrinos são revistados e encaminhados para o setor correspondente. Quem reside ou trabalha naquela zona deverá estar acompanhado de um comprovativo de residência.
- Cargas e descargas deverão passar ser feitas no período noturno: Tendo em conta os constrangimentos destas limitações para os comerciantes, a Câmara de Loures e as autoridades vão autorizar as cargas e descargas durante o período noturno. Todavia, esta excepção será apenas na noite de 4 para 5 de agosto e eventualmente de 5 para 6. No entanto, apelam aos comerciantes que reforcem o abastecimento na semana anterior ao evento.
- Zonas restringidas: Ao mesmo tempo, a zona do Parque Tejo estará classificada por cores. Desta forma, a zona junto ao recinto será de cor vermelha, onde apenas poderão aceder de carro as forças policiais e de emergência. Por outro lado, na zona amarela, apenas passarão os moradores ou trabalhadores naquela zona mediante comprovativo. Já na zona verde, poderão passar os restantes cidadãos.
- Reforço das comunicações móveis: Devido à elevada concentração de pessoas em Lisboa entre os dias 1 a 6 de agosto, as três operadoras nacionais já estão a reforçar as comunicações móveis. Contudo, poderão existir algumas falhas de rede pontuais mas chamadas de emergência (112) não serão afetadas.
Reforço dos transportes públicos e agentes
Haverá, para a JMJ, cerca de 10 mil polícias nas ruas por cada dia do evento. Por fim, estão ainda a ser pensados duplos perímetros de segurança. Ou seja, se existir pressão em algum local, os peregrinos serão deslocados para outros com menos afluência. No mesmo sentido, poderá existir alguns cortes de circulação em algumas ruas próximas dos locais da realização da JMJ. Por sua vez, haverá uma lista de artigos proibidos, com os quais os visitantes não poderão entrar no recinto.
Já de acordo com Isabel Pimenta, engenheira da VTM, empresa que preparou o plano, houve uma identificação da capacidade da oferta de transporte existente na Área Metropolitana de Lisboa (AML). Desta forma, percebeu-se onde é que seria necessário reforçar a oferta. Por isso, para além dos meios de transporte habituais, haverá autocarros alugados para aumentar esta procura. Ao mesmo tempo, os operadores de transporte da AML vão ter um reforço de mais “54 mil lugares”, nos dias úteis. Ao fim-de-semana, serão mais “17 mil lugares” no fim-de-semana.
Mais de 300 mil inscritos até ao momento
Por sua vez, são esperados cerca de um milhão de peregrinos na JMJ, sendo que, até ao momento, já se inscreveram mais de 300 mil participantes. Estima-se que, desde valor, 159 mil jovens cheguem a Lisboa no dia 31 de julho. Até essa data, deverão chegar então mais 42 mil participantes. Já em agosto, até ao dia 5, espera-se a chegada de mais 127 mil peregrinos, com especial incidência no dia 4 de agosto.
Por sua vez, 73% dos participantes deverão chegar de autocarro e 17% de avião. Os restantes, 3% vêm de carro e outros 3% de comboio. No entanto, os restantes 4% ainda não estão definidos. Por fim, cerca de 249 mil participantes são oriundos da Europa, havendo 32 mil peregrinos da América do Norte e 18 mil da América do Sul. No mesmo sentido, 11 mil participantes são asiáticos, cinco mil africanos e quatro mil vêm da Oceania. Contudo, ainda não é conhecida a nacionalidade dos restantes 11 mil participantes.
Por outro lado, a autarquia de Loures irá dar tolerância de ponto aos seus trabalhadores no dia 4 de agosto, sexta-feira. Ou seja, o objetivo é permitir que estes funcionários possam juntar-se ao evento. A JMJ irá realizar-se entre os dias 1 e 6 de agosto, nos concelhos de Lisboa e Loures.