A Câmara Municipal de Oeiras (CMO) terminou este domingo, dia 24 de setembro, a Semana Europeia da Mobilidade com a inauguração da Ciclovia da Medrosa, que liga a estação ferroviária de Oeiras com a Praia da Torre, numa extensão de 1,5 kilómetros.
A Ciclovia da Medrosa vai ao encontro do objetivo da CMO em promover uma mobilidade mais sustentável no concelho. Esta estratégia começou em novembro do ano passado, através da disponibilização de mais de 600 trotinetas e 200 bicicletas elétricas sem doca. Atualmente, a autarquia está a desenvolver uma rede de ciclovias, sendo que já conta com 11 estações e 90 bicicletas, distribuídas ao longo de vários pontos do concelho.
Em breve, espera ainda construir mais de 50 quilómetros de ciclovia para ligar as áreas residenciais, os espaços de lazer, os polos empresariais e os transportes públicos. Estes serviços de bicicletas partilhadas estão disponíveis na aplicação Oeiras Move, que irá centralizar todos os serviços de mobilidade no concelho numa só plataforma, e que foi apresentada na passada quarta-feira. “Até ao próximo ano, esperamos poder vir a ter mais de 200 equipamentos para servir os munícipes de Oeiras”, salientou o presidente da Parques Tejo, Rui Rei, na apresentação da Ciclovia da Medrosa.
Esta infraestrutura começa em Oeiras, junto à estação da CP, e prolonga-se até à Praia da Torre, tendo uma extensão de 1,5 quilómetros. Rui Rei convidou todos a instalarem a app Oeiras Move, bem como a “usufruir destes investimentos que têm vindo a ser feitos pela Câmara Municipal”. Segundo o responsável da Parques Tejo, a CMO está a apostar fortemente na mobilidade, no sentido de criar uma “mobilidade mais sustentável”.
Importante apostar no transporte público
Já para o presidente da autarquia, Isaltino Morais, referiu que “as coisas estão a mudar nesta matéria dos transportes”. “O transporte público em Portugal tem sido muito maltratado”, acrescentou o autarca, referindo que, durante muitos anos, “apostou-se muito na rodovia e no transporte individual”. Na sua visão, isto levou a um desinvestimento no transporte público por parte da Administração Central, das autarquias e das áreas metropolitanas.
“O transporte público foi preterido” a favor do automóvel, considera Isaltino Morais, reforçando que, atualmente, já se começa a ver a um investimento no transporte público. “No caso do município de Oeiras, estamos a fazê-lo juntamente com a Área Metropolitana de Lisboa (AML)”, acrescentou, lembrando que existe “uma interdependência” entre Lisboa e Oeiras, porque há “50 mil pessoas que vão todos os dias para Lisboa, mas há 45 mil que vêm de Lisboa para Oeiras”. A estes números, juntam-se ainda os moradores nos concelhos vizinhos de Cascais, Sintra e Amadora, criando um “superávit em relação” aos restantes munícipios.
“Os transportes têm que servir esta rede. A aposta do transporte público é fundamental”, realçou Isaltino Morais, lembrando, contudo, que este investimento “não pode ser condicionado pelos radicais fundamentalistas”. Desta forma, o edil de Oeiras defende a diversidade de meios de transporte e o incentivo ao uso do transporte coletivo. “O ideal é que as pessoas tenham o seu trabalho ou a sua residência próxima do trabalho”, prosseguiu. O autarca abordou ainda o “problema da habitação”, que faz com que as pessoas tenham de fazer grandes distâncias até ao local de trabalho.
Ciclovia custou mais de um milhão de euros
Por isso, defende, é necessário apostar cada vez mais no transporte público, porque ele “é essencial à vida e qualidade de vida das pessoas”. No caso de Oeiras, Isaltino Morais reforçou que a autarquia está, atualmente, a “fazer esta aposta, no sentido de reforçarmos o transporte público”. A aposta nas ciclovias vai ao encontro do objetivo em criar “condições para que os peões possam circular de bicicleta com conforto e segurança”. Por fim, o autarca lembrou outras iniciativas da Semana da Mobilidade.
Algumas foram a apresentação de novos quatro parques de estacionamento, e que vão permitir a melhoria da mobilidade no concelho. Outras iniciativas foram ainda a apresentação dos novos autocarros elétricos da Viação Alvorada, e ainda dos novos elétricos que vão servir a carreira 15E. A Ciclovia da Medrosa custou um milhão e 237 mil euros, sendo uma obra comparticipada pelo Programa 2020.
Por fim, o presidente da CMO sublinhou ainda a importância desta estrutura para “a valorização de todo o património” municipal. No final, houve ainda um passeio de bicicleta pela nova ciclovia.