Devido à celebração dos 50 anos da Galeria Quadrum, as Galerias Municipais vão inaugurar, a 16 de setembro, sábado, pelas 21h00, a exposição ‘Quadrum 50 anos’, um projeto curatorial de Paulo Mendes, em colaboração com outros artistas.
Esta mostra é gratuita e ficará patente até 21 de janeiro, contando com performances de António Olaio e António Poppe. A Galeria Quadrum fica na freguesia de Alvalade e comemora 50 anos em 2023. ‘Quadrum 50 anos’ reúne obras históricas de artistas como António Olaio, Ernesto de Sousa, Alberto Carneiro, João Vieira, Jorge Molder, entre outros. Aqui, os visitantes poderão ainda encontrar documentação em papel e vídeo, recolhida no espólio documental da Galeria e noutros arquivos.
Esta exposição, explica a EGEAC em comunicado, foi pensada pelo curador deste projeto, Paulo Mendes, como uma celebração para a comunidade artística. Pretende-se ainda que ela seja abrangente e transversal a diversas áreas da sociedade, mas também para o público em geral. A Galeria Quadrum abriu a 22 de novembro de 1973, sob a direção de Dulce d’Agro (1915-2011), e acompanhou as transformações no país trazidas pela Revolução dos Cravos. Ao longo de cinco décadas de história, o espaço recebeu obras de artistas como Alberto Carneiro, Ana Hatherly, Eduardo Nery, Julião Sarmento, entre outros.
Já na década de 90, foram expostas obras de autores como Cristina Mateus, Carlos Vidal ou Fernando Brito. Em 1995, Dulce d’Agro vê-se impossibilitada de continuar à frente da galeria, por motivos de saúde. Isto leva ao fim do contrato de arrendamento com a Câmara de Lisboa, tornando incógnito o futuro da Galeria Quadrum. Durante este período de incerteza, com algumas aberturas pontuais, o espaço chegou a receber iniciativas dirigidas por António Cerveira Pinto e a sua Aula do Risco.
Exposição vai ainda homenagear Dulce d’Agro
Em 2010, a Câmara Municipal de Lisboa, através da EGEAC, volta a gerir o espaço da Galeria Quadrum e a sua programação. A partir daqui, foi possível assistir a obras de artistas contemporâneos como Ângela Ferreira, André Guedes, Francisco Queirós, Pedro Neves Marques, entre outros. Por fim, outro dos objetivos da exposição ‘Quadrum 50 anos’ será igualmente homenagear Dulce d’Agro. A artista foi uma figura essencial da história desta galeria, mas também um testemunho, na primeira pessoa, da precariedade do sistema artístico e cultural.
“Com a Quadrum, participei em Feiras Internacionais, desde 1977, divulgando o trabalho e a criação dos artistas portugueses. Orgulho-me, aliás, de ter aberto este caminho para a arte portuguesa. Realizei na Quadrum, com colaborações plurais, cursos de arte moderna e estética, promovi cursos de gravura. Procurei sensibilizar e informar sobre a arte moderna contemporânea. Fiz com esta actividade uma pequena fogueira cultural onde se aqueceram os espíritos apaixonados da arte, como eu”, disse a artista numa entrevista realizada em 1990.