A Câmara Municipal de Lisboa anuncia que o valor de despesa da JMJ ficou um milhão de euros abaixo do orçamento global inicial de 35 milhões. Continua sem haver informação sobre o retorno monetário.
33.979.661 milhões de euros. Foi este o valor total de despesa que a Câmara Municipal de Lisboa (CML) anunciou, esta quinta-feira, ter tido com a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). O gasto ficou um milhão de euros abaixo do orçamento global inicial de 35 milhões de euros.
“Lisboa deu o exemplo e foi exemplar. E provou que, quando todos juntos trabalhamos para um mesmo objetivo, o resultado é extraordinário e digno de destaque”, afirmou a CML, num comunicado enviado às redações. A autarquia anunciou que o valor da despesa com a JMJ ficou um milhão de euros abaixo do previsto no orçamento global inicial, 35 milhões. Lê-se ainda que “Lisboa deu o exemplo e foi exemplar”.
Investimentos de futuro
A CML avança que do “montante global, 34 milhões de euros, cerca de 23,9 milhões de euros são investimento que fica para o futuro da cidade”. Este diz respeito ao “Parque Tejo e ponte ciclo pedonal sobre o Rio Trancão”. Todavia, outros investimentos são ainda os equipamentos do Regimento de Sapadores de Bombeiros, Polícia Municipal e Proteção Civil, Obras no espaço público”.
Ao mesmo tempo, a Câmara explica ainda que todos os processos, “apesar de a lei expressamente o dispensar” foram consultados preliminarmente para identificar fornecedores e aferir valores de mercado.
“De igual forma, a dispensa de fiscalização prévia do Tribunal de Contas não significou ausência de fiscalização por parte desse Tribunal. A informação relativa a todos os procedimentos da JMJ foi enviada para o Tribunal de Contas no decorrer do processo, para efeitos de fiscalização concomitante”, acrescenta.
Retorno financeiro por apurar
Relativamente ao retorno para “Lisboa e para o país”, a CML informa que este ainda vai ser aferido “pelo promotor do evento, a Fundação JMJ”. Porém, durante o evento houve nas redes sociais “mais de 234 mil menções por dia à JMJ” e mais de “8 mil notícias na internet. Ao mesmo tempo, houve também sete mil notícias em dezenas de televisões de todo o mundo”. De igual modo, houve ainda a cobertura de “236 horas” realizada pela RTP para “cinco continentes. Isto mostra “ao mundo a capacidade e a competência de Lisboa na organização de grandes eventos”.
Relativamente ao turismo, a Câmara sublinha que no mês de julho, Lisboa cresceu em “22,3% em número de hóspedes e 19,4% em número de dormidas”. Houve também um crescimento de 35,0% em proveitos globais face ao período homólogo de 2020”. “No Infogest de Agosto, as variações são todas positivas face a Julho, tendo-se atingido o maior valor de sempre em valor médio por quarto vendido. Estas variações são de 11% a 18% consoante a categoria do quarto, 3, 4 ou 5 estrelas e de 13,4% no agregado, face ao período homólogo de 2022”, lê-se no comunicado da CML.
A CML defende também que o evento deixou “uma marca única na cidade” com “uma paisagem renovada, aberta ao usufruto de todos”. Em simultâneo, refere-se ao espaço como um “parque verde urbano com ponte sobre o Rio Trancão”. Agora, é “um espaço adequado e com capacidade para acolher a realização de grandes eventos”.
Festival Rock in Rio Lisboa 2024 vai ser no Parque Tejo
Por outro lado, e cumprindo uma promessa feita aos lisboetas, o presidente da CML, Carlos Moedas, disse à RTP que o ‘altar-palco’ seria utilizado, “no futuro, para ‘shows’, para tudo aquilo que sejam grandes eventos”. Desta forma, o próximo festival Rock in Rio Lisboa, marcado para junho de 2024, vai transitar do Parque da Bela Vista para o Parque Tejo Trancão.
A 10.ª edição do Rock in Rio Lisboa assinala os 20 anos da presença deste festival brasileiro em Portugal. O evento está marcado para os dias 15, 16, 22 e 23 de junho de 2024. Por sua vez, este festival realizou-se pela primeira vez em 2004, no Parque da Bela Vista. Este é um terreno arborizado, com um anfiteatro natural, e onde foi erguida a “Cidade do Rock”. Desde então, tem acontecido de dois em dois anos. Contudo, a única excepção foi em 2020, devido à Covid-19.
Em junho passado, quando foram divulgadas as datas da 10.ª edição, a organização falou no regresso ao Parque da Bela Vista. No entanto, esta quinta-feira, em conferência de imprensa, adiantou-se que a “Cidade do Rock” será montada no Parque Tejo Trancão. Este foi um dos recintos que acolheu a JMJ e fica situado na zona norte do Parque das Nações.
No Parque Tejo Trancão, cuja área é repartida entre os municípios de Loures e de Lisboa, foi construído um ‘palco-altar’ para a JMJ. Recorde-se que este esteve envolto em polémica devido ao investimento municipal. Por fim, o orçamento inicialmente previsto era de 4,2 milhões de euros. Posteriormente, acabou por ser reduzido para 2,9 milhões de euros.
