OEIRAS APRESENTOU NOVO SISTEMA DE RETENÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS

A Câmara Municipal de Oeiras (CMO) apresentou, esta sexta-feira, 17 de novembro, o novo sistema de contenção e encaminhamento de águas pluviais. Esta é uma medida integrada no Plano de Prevenção e Mitigação de Cheias, que inclui ainda a instalação de comportas nos estabelecimentos comerciais da Baixa de Algés.

Este novo sistema de retenção de águas pluviais é composto por várias placas, que são instaladas de forma a criar um percurso. É por aqui que, em caso de chuva intensa, a água circula, evitando a ocorrência de cheias. Este sistema foi testado pelos Bombeiros Voluntários de Algés, que fizeram uma demonstração do seu funcionamento. De acordo com o comandante da Protecção Civil de Oeiras, Carlos Pinto, ao Olhar Oeiras, esta demonstração serviu para “treinar este sistema, que vai encaminhar as águas dos pontos mais críticos da Baixa de Algés para a Avenida dos Bombeiros Voluntários de Algés”, até à Praça D. Manuel I.

Este novo mecanismo foi apresentado esta sexta-feira, dia 17 de novembro, em Algés, no Largo Comandante Augusto Madureira. De acordo com o presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, este, juntamente com as comportas, é apenas uma medida temporária que pretende minimizar os efeitos das cheias. A solução passa sim, por alargar a Ribeira de Algés até ao mar.  Atualmente, “já está uma parte alargada até ao caminho de ferro. A solução é mesmo construir uma nova secção para a Ribeira”, sublinhou.

“Enquanto não acontece, temos tido a preocupação de minimizar os efeitos das cheias”, acrescentou o autarca. O edil explicou que este novo sistema de retenção de águas pluviais já foi “testado na Dinamarca e irá levar a água para onde nós queremos, independentemente da violência da água”. Ainda de acordo com Isaltino Morais, “é a primeira vez que este sistema vai ser usado em Portugal”. “Estas baias, quanto maior for a quantidade de água, mais consolidada fica a sua adesão ao solo”, explicou.

Câmara de Oeiras prevê instalar 250 comportas

Este novo sistema junta-se às comportas anti-cheias, que já estão instaladas na Rua Major Afonso Palla. Estas estruturas têm até 1,80 metros de altura e evitam a entrada de água nos estabelecimentos. Contudo, o presidente da CMO lembrou que está prevista a construção de mais comportas anti-cheias, cuja altura será definida “em função do nível da subida da água”. As primeiras foram postas nos locais “onde existe maior carga de água e onde esta demorar mais tempo a ser escoada”. “Todas as lojas vão ter estas comportas e vamos ter mais”, garantiu Isaltino Morais aos jornalistas. O investimento nestas estruturas é de 50 mil euros por cada 150 metros.

Até ao momento, a autarquia já investiu 84 mil euros nestas comportas anti-cheias, que serão instaladas em vários arruamentos da Baixa de Algés, até ao Largo Comandante Augusto Madureira. No total, estão previstas 250 comportas e já foram instaladas 34. Para além de Algés, a CMO poderá também colocar, caso se justifique, estes sistemas noutras zonas do concelho, como por exemplo, na zona de Tercena, junto à Rotunda das Seleções, “onde também se verificam algumas situações de inundação”. Estas duas medidas estão integradas num conjunto de ideias que pretendem mitigar os efeitos das cheias em Algés. Uma delas, e que já está em funcionamento, diz respeito a um sistema de sensores de alerta, nos dias em que existe risco de cheias.

Governo terá que financiar metade da obra de alargamento da Ribeira de Algés

Atualmente, a CMO já se disponibilizou para pagar metade do alargamento da Ribeira de Algés, por ser uma obra prioritária. Contudo, Isaltino Morais voltou a frisar que “esta é uma responsabilidade do Governo”. Por isso, o Estado Central terá de pagar a outra metade da obra. “Estive reunido, no mês passado, com o Ministério do Ambiente para fazer o ponto da situação do projeto para a execução da obra definitiva”. Por outro lado, a CMO, em articulação com o SIMAS Oeiras e Amadora, quer ainda instalar uma estação elevatória com sistema automático de bombagem, na Rua Major Afonso Palla. Ou seja, o objetivo deste sistema será escoar as águas pluviais para a Ribeira de Algés.

Apoios foram todos dados, garante Isaltino

Ainda na mesma apresentação, o presidente da CMO garantiu que já foram entregues todos os apoios ao comerciantes e moradores afetados pelas cheias em dezembro do ano passado na Baixa de Algés. No total, já foram entregues cerca de 500 mil euros em apoios. Por outro lado, Isaltino Morais salienta que a autarquia teve um “prejuízo de sete ou oito milhões de euros”, um valor “abaixo do que foi estimado na altura”. Atualmente, está ainda previsto um apoio de um milhão de euros, entregues pelo Estado, como forma de compensar a autarquia pelos danos provocados pela intempérie.


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