PROJETO ‘AS MARIAS’ CELEBROU SETE ANOS DE EXISTÊNCIA

O projeto ‘As Marias’, localizado no bairro da Outurela, em Carnaxide, assinalou, esta sexta-feira, dia 24 de novembro, sete anos de atividade. A iniciativa contou com uma pequena atuação das mulheres que frequentam o projeto, e ainda um pequeno lanche convívio. Este é um projeto integrado nas atividades do Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes de Carnaxide.

Esta comemoração contou com uma pequena atuação das mulheres que frequentam ‘As Marias’. Aqui, elas tiveram a oportunidade de apresentar parte do trabalho que desenvolvem neste projeto, homenageando as suas origens. ‘As Marias’ surgiram pela mão de Assunção Fernandes, funcionária do Município de Oeiras e antiga presidente da Associação Assomada, e tem como objetivo fomentar o convívio e diminuir o isolamento social das mulheres residentes na Outurela, 18 de Maio e Barronhos.

Inicialmente, este projeto tinha 10 mulheres, todas de origem cabo-verdiana. Atualmente, são cerca de 60 as senhoras que integram esta iniciativa, explicou ao Olhares de Carnaxide e Queijas a vereadora com os pelouros do Desenvolvimento Social e Responsabilidade Social da Câmara de Oeiras, Teresa Bacelar. “Tem sido um projeto muito interessante”, sublinhou a autarca. “Começámos com um grupo de 10 mulheres, que estavam isoladas em casa. Elas começaram a vir para aqui, a conviver e a conhecer outras pessoas e a fazer atividades que nunca tinham feito”, ressalvou a autarca.

“Havia mulheres que nunca tinham vestido um fato de banho e, [através das Marias], começaram a ir à piscina ou à praia”, exemplificou, reforçando que muitas destas mulheres foram convidando outras a juntarem-se às ‘Marias’. “Estas mulheres já não são apenas oriundas dos PALOP, e temos também portuguesas”, prosseguiu Teresa Bacelar. A vereadora acrescenta que este projeto é “uma forma de combater o isolamento social”. ‘As Marias’ é um projeto da Câmara Municipal de Oeiras (CMO) e promove atividades como dança, canto, aulas de Português, entre outros.

Várias atividades

Para o presidente da União das Freguesias de Carnaxide e Queijas (UFCQ), Inigo Pereira, também presente neste aniversário das ‘Marias’, “este projeto continua com uma excelente dinâmica. Quem vem aqui, pensa que isto é uma universidade sénior, dado o número de atividades realizadas”. Na sua opinião, ‘As Marias’ é fundamental para que estas mulheres possam “estar ocupadas de uma forma muito positiva”. Para breve, está previsto um almoço de Natal.

No próximo ano, está ainda programada uma viagem a Cabo Verde, oferecida pela Câmara de Oeiras. Esta viagem servirá para proporcionar, a algumas mulheres, a possibilidade de voltarem à terra natal. “O presidente da Câmara de Oeiras considerou que seria interessante dar a oportunidade a estas mulheres poderem voltar à sua terra de origem”, disse ainda Teresa Bacelar. A autarca lembrou ainda que, parte destas senhoras “vieram para Portugal há cerca de 40 anos trabalhar em casas particulares”.

Desde então, nunca mais regressaram às suas origens. Ainda de acordo com a vereadora, esta viagem serve como uma forma de homenagem “a mulheres que tanto deram ao nosso munícipio”.

Combater o isolamento social

Rosa tem 76 anos e está n’As Marias há três anos. “Estava em casa triste”, revela ao Olhares de Carnaxide e Queijas, lembrando que entrou no projeto através de Assunção Fernandes, antiga coordenadora do projeto, que a convidou a juntar-se ao grupo. Conta ainda que aquilo que mais gosta de fazer, n’As Marias, é de “dançar” e que está também “a aprender a ler e a escrever”. Rosa é oriunda de São Tomé e no projeto, tem ainda a oportunidade de conviver com mulheres de outros países e culturas. “Acho que é um projeto muito bom, gosto muito de estar aqui”, diz ainda esta mulher, residente na Outurela há 21 anos.


Maria Marques, de 65 anos, está há quatro anos n’As Marias’ e entrou por influência da cunhada, Maria José Rodrigues, no projeto há seis. “Estava em casa sozinha e vim através da minha cunhada que me convenceu a vir. Vim ver e gostei”, conta esta senhora, também residente na Outurela. Diz ainda que gosta de todas as atividades d’As Marias, especialmente de “fazer Capoeira”. Por fim, confessa que o projeto é muito positivo para combater o isolamento das pessoas mais velhas. “Enquanto estamos aqui, não pensamos em certas coisas”, considera.

Adesão crescente

Por sua vez, a cunhada, Maria José, entrou n’As Marias por convite de Assunção Fernandes. “Gostei e depois inscrevi-me”, recorda esta senhora, de 72 anos, e residente no Bairro 18 de Maio. “Gosto de todas as atividades, até dança faço, mesmo coxa”, brinca. Esta comemoração do sétimo aniversário de As Marias contou ainda com um bolo de aniversário e um lanche convívio. De acordo com o presidente da UFCQ, “tem havido cada vez mais adesão ao projeto ‘As Marias’, o que é sinal de que está a correr muito bem”.

O autarca faz ainda um balanço positivo destes sete anos de atividade do projeto. Na sua opinião, ajuda a “promover um convívio muito positivo entre estas mulheres. É uma iniciativa muito importante, estamos a falar de mulheres com alguma idade e que passaram a vida a trabalhar, e antes d’As Marias não sabiam o que iam fazer”. ‘As Marias’ é um projeto integrado nas atividades do Município, através do Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes de Carnaxide (CLAIM), cujo objetivo é promover a integração, valorização pessoal e social da população imigrante residente na UFCQ.

N.R: artigo atualizado dia 28/11/2023 às 16h08

1 COMENTÁRIO

  1. Esta reportagem esclarece muito bem o que é o projecto As Maria ao qual eu tambem estou ligada há 5 anos não estive presente por motivos de saude mas tudo isto para dizer que a fundadora deste projecto é a Dra Assunção Fernandes e não a antiga coordenadora apenas afastada do projecto por ter ido trabalhar para cabo verde pir 6 meses.

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