A Câmara Municipal de Lisboa (CML), através do Serviço Municipal de Proteção Civil, participou, esta segunda-feira, 6 de novembro, no exercício NEAWWave (NW) 23, no sentido de testar o seu Sistema Municipal de Aviso e Alerta de Tsunami, de forma a melhorar a resposta em caso de emergência, mas também para sensibilizar a população para os procedimentos a adoptar em caso de tsunami.
Esta iniciativa é organizada no âmbito do Sistema de Alerta Precoce para a Região do Atlântico Norte, Mediterrâneo e Mares Conexos (NEAMTWS), coordenado pela Comissão Oceanográfica Intergovernamental da UNESCO. Com este exercício, o Serviço Municipal de Proteção Civil (SMPC) pretendeu testar o alerta e o grau de prontidão na resposta a um tsunami. A iniciativa decorreu em simultâneo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), e a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Nesta ação, que teve lugar junto ao Padrão dos Descobrimentos, em Belém, o SMPC testou o Sistema Municipal de Aviso e Alerta de Tsunami, através do acionamento da sirene existente naquela zona, com emissão de sinais sonoros durante 10 minutos. Segundo a diretora do SMPC, Margarida Castro Martins, “estamos a realizar este exercício na nossa central, e é lá que recebemos e deciframos as mensagens”. Com isto, o SMPC consegue avaliar e melhorar procedimentos de notificação, de forma a torná-los mais céleres e eficazes.
Em paralelo, o SMPC promoveu, junto à zona ribeirinha, uma ação de informação e sensibilização da população para o risco de tsunami. Atualmente, na zona de Belém existem cinco pontos de encontro. O Sistema Municipal de Aviso e Alerta de Tsunami foi apresentado em novembro de 2022. Para além de Belém, encontra-se igualmente presente na Ribeira das Naus. Estes dois sistemas, para além do aviso sonoro, contam com dois painéis informativos digitais e sinalética vertical de evacuação de emergência. No entanto, acrescentou Margarida Castro Martins, a intenção é instalar este sistema em mais pontos da cidade.
Sistema chegará a Alcântara e à Estrela no próximo ano
“Estamos a implementá-lo em Santa Maria Maior e na zona da Misericórdia. Para o ano, está previsto alargar o sistema às freguesias de Alcântara e da Estrela”, adiantou a diretora do SMPC. Para o futuro, pretende-se que este sistema abranja toda a zona ribeirinha de Lisboa, desde Belém até ao Parque das Nações. De acordo com a CML, a zona ribeirinha da cidade, especialmente entre Belém e Santa Apolónia, encontra-se exposta aos efeitos de um tsunami, o que levou à implementação deste sistema de aviso.
“[Um tsunami na cidade] é um risco e uma preocupação que nós temos. Acho que falta muita informação às pessoas e sensibilizá-las e, portanto, será o nosso foco nos próximos tempos”, disse ainda Margarida Castro Martins. A ideia destes sistema nasceu em 2017, tendo sido suspenso por causa da pandemia. Em 2022 foi retomado com o objetivo de preparar a cidade para uma catástrofe deste tipo.
Variação e ruídos vindos do rio alertam para risco de tsunami
Existem alguns sinais naturais que revelam a possibilidade de acontecer um tsunami. Neste caso, o local deve ser evacuado o mais depressa possível em caso de sismo forte, variação súbita e anormal do nível do rio e um ruído estranho vindo do rio. Por sua vez, os cidadãos devem afastarem-se o máximo possível da frente ribeirinha, ter um kit de emergência pronto, bem como ter um plano de emergência familiar.
O SMPC de Lisboa recomenda ainda que, depois da ocorrência do tsunami, os cidadãos se mantenham afastados da água estagnada e dos edifícios danificados. Por fim, devem ainda ajudar pessoas feridas ou presas, sem se colocarem em perigo, alertar as equipas de socorro e seguir as recomendações das autoridades.