A Câmara Municipal de Lisboa (CML) homenageou, esta quinta-feira, dia 16 de novembro, o centenário do artista Jorge Vieira, com o descerramento de uma placa comemorativa junto à casa onde residiu e trabalhou, na Travessa do Paraíso, na freguesia de São Vicente. Ao mesmo tempo, estão ainda patentes, até 26 de novembro, duas exposições que revisitam a obra do artista.
A comemoração do centenário de Jorge Vieira contou com o descerramento de uma placa de homenagem ao artista, na Travessa do Paraíso. Neste evento, foi lembrada a importância da sua obra escultórica e do seu legado artístico para a cidade. “Jorge Vieira foi um dos nossos maiores escultores”, disse ao Olhares de Lisboa o vereador com o pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Diogo Moura. O autarca recordou ainda o legado artístico que Jorge Vieira deixou na cidade, dando como exemplo as esculturas existentes na Avenida Infante Santo.
“Muitos veem a sua obra e não sabem quem é o autor”, acrescentou o vereador, frisando que esta homenagem pretendeu assinalar o centenário de “um escultor importantíssimo para Lisboa e que faz parte da história da cidade”. Contudo, esta celebração contou ainda com uma conversa, no Largo de São Julião, centrada no percurso pessoal, artístico e profissional de Jorge Vieira. Este encontro contou com a apresentação de Manuela Synek, e a moderação de Rita Mega. Por sua vez, alguns dos oradores foram ainda Noémia Cruz, João Santa-Rita, Ana Sousa Dias, Francisco Pereira Coutinho e Francisco Silva Dias.
Ao mesmo tempo, foi ainda lançado um roteiro e duas exposições que revisitam a obra de Jorge Vieira em Lisboa. Uma delas, explicou Diogo Moura, é realizada em parceria com a SABA, empresa que gere os parques de estacionamento subterrâneo na cidade. Estas exposições estão patentes na Praça do Município e no Parque das Nações até 26 de novembro. Algumas das obras mais emblemáticas do artista são as peças ‘Joaninas’ e ‘Painel Escultórico’, colocadas na Praça do Município; e ainda ‘Homem-Sol’, no Parque das Nações, sendo esta uma escultura que foi feita para a Expo 98.
Lisboa foi uma das grandes inspirações de Jorge Vieira
Jorge Vieira nasceu em Lisboa em 1922 e faleceu em 1998. Muitas das suas obras foram inspiradas na capital portuguesa. “Fiquei surpreendida com esta homenagem, mas foi um momento muito bonito”, revelou ao nosso jornal a esposa de Jorge Vieira, Noémia Cruz. “A obra de arte é eterna, o autor é eternizado com a obra que deixa e esta deve ser protegida e preservada”, acrescentou ainda a antiga companheira do artista.
Por sua vez, a presidente da Junta de Freguesia de São Vicente, Natalina Moura, confessou estar orgulhosa por ter esta homenagem na sua freguesia. “Retrato-me muito no Jorge Vieira, sobretudo em termos sociais”, disse a autarca. “Concordo com esta homenagem, até porque São Vicente é uma freguesia muito cultural”, prosseguiu Natalina Moura. A presidente lembrou ainda que São Vicente possui um grande património cultural e uma ligação “muito próxima” ao mesmo.
Por fim, Jorge Vieira frequentou os cursos de Arquitetura e Escultura na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, tendo sido ainda professor e pedagogo nesta instituição. Pelo meio, passou ainda pela Slade School of Arts em Londres. Esta passagem foi importante para o seu percurso intelectual e profissional. Por fim, foi aqui que conheceu uma série de artistas internacionais como Henry Moore, Reg Butler, Barbara Hepworth, entre outros. Para além do legado artístico que deixou em Lisboa, Jorge Vieira conta ainda com um museu em Beja.