A Câmara Municipal de Lisboa (CML) vai investir 1,3 milhões de euros em elevadores que serão instalados em dez edíficios municipais localizados no Bairro Padre Cruz, em Carnide. Estes equipamentos inserem-se na requalificação prevista naquele bairro, integrada no programa ‘Morar Melhor’.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas, visitou na manhã desta sexta-feira, 26 de abril, o Bairro Padre Cruz, em Carnide, onde serão instalados elevadores exteriores em dez edifícios. Esta é uma obra que irá custar à autarquia cerca de 1,3 milhões de euros, e vai permitir melhorar a acessibilidade aos edifícios e a qualidade de vida dos moradores. Esta empreitada enquadra-se no “Morar Melhor”, programa de reabilitação dos bairros municipais de Lisboa.
“Este é um programa de 142 milhões de euros, onde nós, das tais duas mil casas que estavam abandonadas ou que estavam fechadas, já recuperámos mais de mil”, começou por afirmar o presidente lisboeta. “Aqui, no Bairro Padre Cruz fizemos muito”, continuou Carlos Moedas, lembrando que estas habitações “são casas para realojamento de pessoas que vivem em condições indignas. Estamos a trabalhar nesse realojamento”, prometeu o autarca, lembrando que a instalação destes elevadores externos foi outra promessa que fez.
Equipamentos vão entrar em funcionamento dentro de 14 meses
“A professora Lisete sabe a necessidade de muitas pessoas, que não conseguiam sair de casa, porque viviam num terceiro ou quarto andar. Estes 10 elevadores vão servir mais de 200 pessoas”, garantiu o autarca. Por outro lado, a reabilitação do Bairro Padre Cruz prevê ainda a substituição de telhados com amianto, bem como a pintura de “estruturas que estavam degradadas”, intervenção esta que custa cerca de 16 milhões de euros.
“É um investimento necessário. Estamos a fazer, estamos a realizar, e portanto estamos aqui com o Presidente da Junta [Fábio Sousa], que também tem lutado muito para que isto aconteça, para mostrar trabalho”. “As pessoas já não acreditavam que isso acontecesse, mas está a acontecer, é uma realidade”, vincou o presidente da Câmara de Lisboa. “Dentro de 14 meses, os elevadores estarão a funcionar e o realojamento também estará aqui com 70 famílias”, garantiu aos jornalistas presentes. “Aquilo que nós estamos a fazer aqui, é a valorização do dia-a-dia das pessoas”, reforçou o edil.
Câmara de Lisboa quer aumentar os meios de apoio aos toxicodependentes
Questionado sobre a questão do aumento do consumo de droga em algumas zonas da cidade, Carlos Moedas diz acompanhar esta situação “com muita preocupação”. “Nesta fase pós-Covid, temos tido um aumento do consumo de droga em Lisboa e temos feito tudo aquilo que nos é possível”, disse, destacando a relação com João Goulão, Coordenador Nacional para os Problemas da Droga, das Toxicodependências e do Uso Nocivo do Álcool, e com o Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências (ICAD).
“Estamos a aumentar os meios”, disse Carlos Moedas, referindo que é intenção duplicar a sala de consumo assistido na Quinta do Loureiro, a que se juntará uma nova sala na Quinta do Lavrado e um reforço dos meios móveis. Contudo, importa ainda “trabalhar todos os dias”, nomeadamente na zona da Avenida de Ceuta, onde a autarquia, em conjunto com a Junta de Freguesia, realiza uma “limpeza semanal, daquilo que são condições terríveis e de situações de vida terríveis”.
Moedas pede ajuda do Governo para resolver problema da toxicodependência em Lisboa
“Este é um problema nacional. Lisboa está aqui para ajudar, tem sempre ajudado, mas é um problema nacional, do Governo, e com o qual estou em contato todos os dias para melhorarmos a situação”, referiu ainda o presidente da CML, destacando que é fundamental a ajuda do Estado Central para cumprir esta intenção de aumentar o número de meios de assistência aos toxicodependentes. “Fica aqui um apelo ao Governo para continuar a ajudar, e penso que o professor Goulão tem sido absolutamente único naquilo que tem feito em Portugal”.
“Continuamos a contar com o papel que ele tem todos os dias na resolução de um problema que é obviamente muito grave e que se agravou depois da pandemia”, acrescentou ainda. Sobre se a relação com o Governo melhorou após as eleições de 10 de Março, Carlos Moedas adiantou que “o presidente da Câmara de Lisboa, qualquer que seja o Governo, está sempre a exigir aquilo que é necessário para os lisboetas. Portanto, a minha postura com o Governo anterior ou com este Governo não muda”, garantiu o autarca.
“Espero que com este novo ICAD se consiga realmente resolver a situação. A Câmara Municipal não pode resolver sozinha, tem que resolver com os parceiros e é nesse plano de resolução com os parceiros que nós estamos a trabalhar”, concluiu.
