Está concluída a terceira edição do Conselho de Cidadãos, uma iniciativa que convida os lisboetas a debater e sugerir ideias para melhorar a cidade. Esta edição decorreu nos dias 6 e 13 de abril, e juntou 50 cidadãos, que, em conjunto, propuseram 15 ideias, em cinco áreas.
A terceira edição do Conselho de Cidadãos realizou-se nos dias 6 e 13 de abril, e versou sobre o tema “Como construir uma Lisboa que cuida?”. Esta iniciativa aconteceu nos dias 6 e 13 de abril, e juntou 50 cidadãos lisboetas nos Paços do Concelho. No total, foram sugeridas 15 propostas em cinco áreas. Ou seja, a habitação, o acesso à saúde, a imigração, os jovens e os idosos, e as pessoas em situação de sem-abrigo. Cada cidadão apresentou três propostas por área, tendo ainda nomeado um embaixador do grupo. Este foi o interlocutor no processo de avaliação e implementação das medidas junto da autarquia.
Na área de Habitação foi apresentada a ideia de criação de grupos de trabalho para edifícios do domínio público, a fim de diagnosticar e agilizar negociações no aumento da oferta habitacional, mas também ampliar os benefícios para arrendamento, construção e reabilitação. Outra sugestão foi ainda a implementação de medidas para promover a reabilitação de edifícios com habitação acessível, incluindo isenções fiscais e apoios para jovens de classe média. Por outro lado, na área da Saúde, propôs-se medidas de mobilidade urbana e a implementação de ações ecológicas que incitem à atividade física.
Apresentadas várias propostas para melhorar Lisboa
No Apoio Domiciliário, as propostas passaram pela cooperação entre freguesias, centros de saúde e setor social, bem como pela disponibilização de serviços médicos especializados e a criação de postos móveis de atendimento domiciliário. Na Solidariedade Intergeracional, os cidadãos sugeriram a reativação de infraestruturas públicas e eventos de partilha de experiências. Na área da condição de Sem-Abrigo, o coletivo de cidadãos sugeriu a criação de uma base de dados nacional comum e a constituição de uma equipa de intervenção de rua com a coordenação da autarquia.
Por fim, na Imigração, apresentaram-se ideias como a criação de um balcão físico, móvel e digital de apoio ao imigrante que visa facilitar a comunicação. Igualmente, foi ainda sugerida a construção de um plano estratégico de monitorização da imigração ilegal e a criação de uma plataforma digital que visa mapear as necessidades das empresas às competências dos imigrantes. Esta sessão contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas, que referiu que “é sempre incrível o que acontece neste Conselho de Cidadãos”. O autarca elogiou ainda a capacidade de trabalho dos participantes. No seu entender, eles conseguem “fazer esta magia, em que pessoas que não se conhecem, trabalhem juntas, e cheguem a conclusões tão concretas”.
Seleção dos participantes é aleatória
Os 50 munícipes selecionados para participar neste Conselho de Cidadãos foram escolhidos através de um sorteio. Este procura ser diversificado, em termos de idade, género, freguesia de residência, nível de escolaridade e situação profissional. O grupo discutiu desafios fundamentais para a cidade, em conjunto com o presidente da Câmara e os vereadores com pelouro.
Mais tarde, serão convidados a colaborar com os serviços municipais para dar seguimento às suas ideias em reuniões de trabalho que serão oportunamente agendadas. Por fim, a 3.ª edição do Conselho de Cidadãos foi acompanhada por investigadores da London School of Economics (LSE). Estes estudaram o modelo deste projeto, que já foi distinguido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico como uma boa prática internacional.
Foto de capa: Câmara Municipal de Lisboa