Lisboa homenageou Luís de Camões com placa comemorativa

A Câmara Municipal de Lisboa (CML) celebrou, esta segunda-feira, dia 10 de junho, o Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas, com o descerramento de uma placa alusiva aos 500 anos do nascimento do escritor e ainda com um espetáculo de fado, no Miradouro de Santa Catarina

A Câmara Municipal de Lisboa (CML) celebrou, esta segunda-feira, 10 de junho, o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, através do descerramento de uma placa evocativa do V Centenário do nascimento do escritor, na base do monumento ao poeta, na Praça Luís de Camões. Este tributo contou com a presença do presidente da Associação Portuguesa de Poetas, Ivo Furtado, que leu o Canto XIV de ‘Os Lusíadas’, obra maior de Luís de Camões. Igualmente, também marcou presença o presidente da CML, Carlos Moedas, que salientou que estas iniciativas “pretendem celebrar Camões, um homem que é, no fundo, a representação do que é ser português. É um homem que lutou por Portugal, cantou Portugal e nos definiu como povo”, referiu o autarca.

“É importante, hoje, nestes que são os 500 anos de Luís de Camões, estar aqui para celebrar com os Lisboetas, e com uma frase tão bonita sobre Lisboa, em que ele define a nossa Lisboa, não só como uma mulher, mas como uma princesa”. Segundo Moedas, o poeta “escrevia sobre a nossa culturalidade, mas sobretudo sobre aquilo que foi a nossa aventura pelo mundo e sobre aquilo que é tão importante hoje, a multiculturalidade”. O presidente da CML lembrou ainda que o escritor “viveu em muitos sítios, desde Moçambique até a Índia. Ele passou por todo o lado e defendia esse Portugal multicultural que hoje é tão importante”.

Por fim, para além do descerramento desta placa de homenagem a Luís de Camões, este evento contou ainda com um espetáculo de fado, no Miradouro de Santa Catarina, e que contou com a presença de Joana Almeida, Sebastião Pereira, Bernardo Saldanha e Francisco Gaspar. Estas iniciativas estão integradas num conjunto de ações que tem como propósito assinalar os 500 anos do nascimento do poeta.

É preciso reforçar o papel da Europa em Portugal, destacou Moedas

À margem do evento, e sobre a elevada taxa de abstenção registada nas Eleições Europeias, que se realizaram no domingo à noite, Carlos Moedas frisou, aos jornalistas, que “a solução tem de vir da Europa e da nossa capacidade de explicar às pessoas aquilo que a Europa faz. Muitas vezes, os portugueses sentem que ela está muito longe e o que é que ela significa”. Aqui, o autarca deu como exemplo os investimentos na habitação em Lisboa. “Estamos a construir 500 milhões de euros em habitação porque a Europa nos permite fazê-lo. O que acontece muitas vezes é que tantos autarcas, quando têm dinheiro da Europa ou têm algo que vem da Europa, não contam às pessoas que é graças à Europa”.

“Isso viu-se na campanha eleitoral, em que, no fundo, os temas acabavam por ser nacionalizados. Portanto, é muito importante continuarmos a falar da Europa, mas, sobretudo, a Europa que nos traz algo de concreto, seja na saúde, seja na habitação, seja na imigração, e que as pessoas sintam essa Europa e temos de continuar a lutar por isso em Portugal”, sustentou o presidente, ressalvando que é fundamental que a “linguagem europeia seja uma linguagem clara, que as pessoas percebam”. Por outro lado, Carlos Moedas ressalvou ainda a manutenção do número de deputados da Aliança Democrática (AD), e ainda a “diminuição da extrema-esquerda e da extrema-direita”.

Autarca não se mostrou surpreendido com resultados em França

“Isso mostra a força da moderação, que foi uma realidade em toda a Europa, em que o Partido Popular Europeu, ao qual a AD faz parte, foi o partido que ganhou e juntamente com o Partido Socialista e os liberais conseguem ter mais de 400 dos membros no Parlamento Europeu. Isso são boas notícias para a Europa, obviamente poderiam ser melhores, mas elas são muito melhores do que se pensava, sobretudo porque os extremos não cresceram aquilo que se pensava”, acrescentou Moedas. Por fim, o presidente da CML disse ainda “não ficar surpreendido” com os resultados em França, “um país em que os presidentes, ao fim de dois mandatos, têm um desgaste enorme”.

“Macron sofre desse desgaste. Há uma subida muito grande do partido da extrema-direita, com uma cara nova, que é este Sr. Bardella, que já não tem o peso da família Le Pen, que é um homem diferente, mas que representa uma extrema-direita que eu, de certa forma, abomino, com princípios e valores com os quais eu não concordo do todo, mas que em França está a fazer o seu caminho”. “O que é importante aqui mostrar é que os políticos moderados talvez tenham de ser mais agressivos também no discurso, porque um discurso pouco agressivo faz com que os extremistas ganhem e ganhem a capacidade de dizer ainda mais e de falar mais”, sustentou.

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