Neste fim de semana, dias 31 de maio, 1 e 2 de junho, o Altice Arena recebeu as exibições das Marchas Populares de Lisboa. No total, foram 23 marchas que desfilaram sob o olhar atento do público, que vibrou com as exibições. Este domingo, dia 2 de junho, foi a vez das Marchas da Santa Casa, Olivais, Bica, Carnide, Mouraria, São Vicente, e Madragoa.
Terminaram, este domingo, as exibições das Marchas Populares de Lisboa na Altice Arena, o primeiro momento de avaliação do concurso. Durante três dias, nos dias 31 de maio, 1 e 2 de junho, desfilaram 23 marchas – três extraconcurso e 20 em concurso. O espetáculo foi apresentado pelo apresentador Tiago Goes Ferreira e contou, nos três dias, com a presença do presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, que destacou a entrega e o empenho de todos os marchantes, os quais, na sua opinião, ajudam a perpetuar as tradições e a “alma” de Lisboa. Neste domingo, 2 de junho, o desfile começou com a prestação da Marcha da Santa Casa, que levou o tema ‘Santa Casa de mãos dadas com a cidade’, que celebra os 526 anos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), instituição que tem como objetivo apoiar quem mais precisa.
Os tempos mudam, as necessidades da população de Lisboa também, mas o empenho e dedicação com que a SCML se dedica às causas mostram a capacidade de refletir e agir em prol do outro. A Marcha da Santa Casa é organizada pela SCML e tem como responsável Luna Marques. Maria Elizabete Menezes é a porta-estandarte e Paulo Jesus o ensaiador e cenógrafo. Por sua vez, Nuno Lopes é o figurinista e os padrinhos são a atriz Liliana Santos e o comentador Pedro Crispim. As marchas inéditas apresentadas são ‘Em cada rosto um espelho’ e ‘Santa Casa Vem marchar’, ambas de Ricardo Dias (letra) Carlos Dionísio (música). A terceira marcha apresentada é ‘Santa Casa, uma Porta aberta’, com letra de Ricardo Dias e João Ramos e música de Carlos Dionísio.
Marcha dos Olivais
A segunda marcha a desfilar neste último dia de exibições foi os Olivais, com o tema ‘Olivais, o pão de cada dia’, que lembra os tempos em que aquele bairro foi uma zona de campos agrícolas e quintas. Ao longo da primeira metade do século XX, trabalhadores vindos do norte do país, ali se fixaram, ganharam o seu pão e construíram o seu lar, sendo neles que a marcha deste ano se inspira. O responsável da Marcha dos Olivais, organizada pelo Grupo de Pesca e Desporto Santa Maria dos Olivais, é Carlos Santos.
Ana Mugeiro é porta-estandarte e o figurinista é Brandão & Barros, que também criou a cenografia, juntamente com Carlos Ferreira. Sara Alves Brandão é a ensaiadora. Os padrinhos da Marcha dos Olivais são a atriz Sara Norte e o alfaiate Paulo Batista. Já os mascotes são a Alícia Fonseca Fortes e Duarte Brites. As marchas inéditas apresentadas são ‘Olivais, o pão de cada dia’ e ‘A semente dos Olivais’, ambas com letra de João Pedro Aleixo e música de Toy. Por fim, o terceiro tema apresentado foi ‘Olivais, bate as palmas, bate o pé’, com letra e música de Toy.
Marcha da Bica
A Bica foi terceira marcha a desfilar nesta última noite de exibições na Altice Arena. A campeã de 2023 apresentou-se com o tema ‘Há festa na Bica’, que mostra a alegria vivida neste bairro pela altura dos Santos Populares. É esta festa na Bica que se celebra, com a promessa de que esse espírito se manterá, “aconteça o que acontecer”. A Marcha, dos figurinos às coreografias, mostra os preparativos para essa festa, desde as ruas decoradas a rigor até à preparação para sair de casa. A Marcha da Bica é organizada pelo Marítimo Lisboa Clube e tem como responsável Pedro Duarte.
Rui Tavares é o porta-estandarte e os ensaiadores são Américo Silva e Marco Mercier. Dino Alves foi o responsável pelos figurinos e a cenografia ficou a cargo de Brandão & Barros, Carlos Ferreira e João Frizza. A madrinha da Marcha da Bica é Débora Monteiro e o padrinho o ator Bruno Madeira. Já os mascotes são a Mariana Ribeiro e o Dinis Pereira. As marchas inéditas apresentadas são ‘A força da Bica’, com letra de Tiago Torres da Silva e música de Fernando Fernandes (FF), e ainda ‘Há festa na Bica’, com letra e música de Fernando Fernandes (FF). Já a última marcha apresentada foi ‘A Bica e o Tejo’, de Filipe de Albuquerque (música e letra).
Marcha de Carnide
A Marcha de Carnide foi outra das marchas que se apresentou no terceiro dia de exibições no Altice Arena. O tema apresentado é ‘Nas pedras da tua rua deixei o meu coração’, e traz a história de amor entre uma varina e um calceteiro, figuras icónicas da cidade que trocam olhares e piropos na azáfama do dia-a-dia, entre o rendilhar das pedras e o avio do freguês. Trajados a rigor, mulheres e homens trazem nos figurinos a calçada portuguesa trabalhada a preto e branco, complementada com apontamentos de vermelho, verde e dourado.
Esta marcha é organizada pelo Teatro de Carnide e tem como responsável Pedro Rosa. Mónica Garcez é porta-estandarte e Francisco Branquinho o ensaiador, figurinista e cenógrafo. As marchas inéditas apresentadas foram ‘Coração de pedra, coração de amor!’ e ‘Querem lá ver isto!’, ambas com letra de Bernardo Mayor e música de Artur Jordão. A última marcha apresentada foi ‘Somos todos cor’, com letra de Joana Dionísio e música de Carlos Dionísio. Os padrinhos são Margarida Antunes e Nuno Nolasco.
Marcha da Mouraria
‘Welcome to Mouraria’ é o que dizem os marchantes deste ano da Marcha da Mouraria, que tem como tema ‘O nosso orgulho, Mouraria!’. Situada no coração de Lisboa, a Mouraria traz às Marchas Populares a alma da cidade, envolta em tradição e modernidade, onde o Fado se mistura com a multiculturalidade existente naquele bairro. É esse caldeirão cultural e o orgulho das gentes do Bairro que está refletido nos figurinos, onde o azul do azulejo se cruza com o preto do Fado, o vermelho do amor e o dourado da herança e riqueza multicultural da Mouraria.
A Marcha da Mouraria é organizada pelo Grupo Desportivo da Mouraria e tem como responsável Carla Correia. A porta-estandarte é Mónica Machado e o ensaiador José Carlos Mascarenhas. Tiago Pacheco é o figurinista e a cenografia está a cargo de Carlos Mascarenhas, Luís Pacto e Tiago Pacheco. Já os padrinhos são Sissi Martins e Ruben Madureira e os mascotes Ana Borges e Kevin Santos. As marchas inéditas apresentadas são ‘Welcome! Bem-vindos À Mouraria!’ e ‘O nosso orgulho, A Mouraria!’, ambas de Joana Dionísio (letra) e João Aborim (música). O terceiro tema apresentado é ‘Minha Mouraria’, com letra de Fernando Ramos e música de Paulo Valentim.
Marcha de São Vicente
‘São Vicente, o padroeiro’ é o tema da Marcha de São Vicente em 2024. É na evocação de São Vicente e na lenda da vinda dos seus restos mortais para Lisboa que a marcha se inspira para o desfile deste ano. De um lado, a inspiração e intervenção divinas que chegaram através do Anjo de Portugal, do outro, os corvos que acompanharam a viagem. Os marchantes representam, em tons de azul-cobalto e branco, esses dois lados, com trajes inspirados nos painéis de azulejos de São Vicente e no misticismo que rodeia toda a história.
A Marcha de São Vicente é organizada pela Academia Recreativa Leais Amigos e tem como responsável Bruno Santos. Sofia Pereira é a ensaiadora e Nuno Gama o figurinista. Já a cenografia ficou a cargo dos Proeasy Design. Os padrinhos são os atores Gabriela Barros e Jorge Mourato e os mascotes a Maria Freixo e o Enzo Morais. As marchas inéditas apresentadas são ‘São Vicente, o padroeiro’ e ‘São Vicente é que é’, ambas com letra de Flávio Gil e música de Gimba. A terceira marcha apresentada foi ‘Marcha de São Vicente’, com letra de Frederico de Brito e música de Raul Portela.
Marcha da Madragoa
A Madragoa foi o último bairro a apresentar-se neste terceiro dia de exibições na Altice Arena. Com o tema ‘O meu coração é teu’, a Madragoa regressa às origens, com um casamento entre o mar e a maré, entre a varina e o pescador, na praia do Furadouro, em Ovar. Descalços, como manda a tradição, os marchantes exibem as cores da maré, adornadas com as redes dos seus amados, os pescadores que trazem consigo a cor da paixão e barcos enfeitados para receber esta celebração. A Marcha da Madragoa tem como responsável Nuno Soares e é organizada pelo Esperança Atlético Clube.
João Rita é o porta-estandarte e João Medeiros o ensaiador da Marcha da Madragoa. Este último é também figurinista e cenógrafo, juntamente com Fauze El Kadre. Os padrinhos são a influenciadora digital Ana Garcia Martins e o ator Bruno Cabrerizo. Os mascotes são a Maria Fialho e o Lourenço Loureiro. A primeira marcha inédita é ‘O meu coração é teu’, com letra de Mariana Peres e João Medeiros, e música de José Condinho. A segunda é ‘Aqui na Madragoa’, também com letra de Mariana Peres e João Medeiros e música de José Condinho e João Medeiros. A terceira marcha apresentada é ‘Madragoa Noiva do Tejo’, com letra de António José e música de Martinho da Silva.
Marchas voltam a desfilar na noite de Santo António
Após as exibições, as 23 marchas apresentam-se agora na Avenida da Liberdade, na noite de 12 para 13 de junho. O espetáculo tem início marcado para as 21h00, com entrada gratuita. Como já é habitual, o desfile começa com a presença dos casais que, nessa tarde, se casaram nos Casamentos de Santo António, seguindo-se a exibição da Dança do Dragão, organizada pela Associação Geral Desportiva de Macau Lo Leong, e que tem como objetivo celebrar os 25 anos da criação da Região Administrativa Especial de Macau. A seguir, participa ainda a Marcha Infantil das Escolas de Lisboa, e que antecede a prestação das três marchas extraconcurso, nomeadamente a Marcha Infantil ‘A Voz do Operário’, Mercados e Santa Casa.
O concurso começa com a exibição da Marcha dos Olivais, seguindo-se Alfama, Baixa, Santa Engrácia, Carnide, Castelo, Bela Flor-Campolide, Alcântara, Bica, Madragoa, São Vicente, Bairro da Boavista, Bairro Alto, Graça, Alto do Pina, Belém, Marvila, Penha de França, Mouraria e Lumiar. Este é o segundo momento de avaliação das Marchas, que são avaliadas em seis parâmetros: exibição geral, coreografia, cenografia, figurino, letra e música. O júri, em 2024, é composto por Albano Ginja (presidente do júri), Rita Spider (coreografia), Fernando Alvarez (cenografia), Ana Paula Rocha (figurino), Carlos Leitão (letra), Rui Massena (música) e Leonor Padinha (representante da EGEAC).