Em Oeiras já se vindima

Oeiras é vinho, gentes e tradição. Vinha farta com a história a espreitar em cada canto. Música que faz o coração transbordar. Arte que obriga a pensar. Sabores que encantam o paladar. Trezentos oeirenses responderam positivamente ao convite da autarquia e juntaram-se na apanha das uvas, numa quinta construída pelo Marquês de Pombal, que deu origem ao Vinho de Carcavelos Villa Oeiras, uma tradição já de vários anos promovida pelo Município.

Cerca de 300 pessoas responderam ao convite da Câmara Municipal de Oeiras para participarem esta sexta-feira, 6 de setembro, no Casal da Manteiga, na Festa das Vindimas – 2024, uma celebração que já é tradição no concelho.

O presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais acompanhou a iniciativa e sublinhou a importância da preservação do património do Município com a produção do vinho Villa Oeiras. Uma região que produz vinhos desde o reinado de Dom Dinis (séc. XIV) e conseguiu evoluir até a um nível de excelência que o tornou famoso nos mundos português e anglo-saxónico no século XVIII.

“Há uns anos tínhamos apenas quatro hectares de vinha e neste momento já temos 17 hectares. Tornamos este produto cultural e de património num dos mais reconhecidos vinhos generosos portugueses, que têm sido galardoados com vários prémios. Isto orgulha-nos a todos”, disse Isaltino Morais.

Produção de seda

Além de vinho, o Município de Oeiras está também a produzir azeite. “Plantamos oliveiras vindas da barragem do Alqueva, e nos últimos três anos produzimos azeite. Este ano, a azeitona é boa, e se correr bem, vamos ter azeite”, frisou.

Segundo Isaltino Morais, ”também vamos começar a produzir, para além do mel, azeite e vinho, seda. Já plantamos 350 amoreiras e, no próximo ano, já vamos ter ‘bichos da seda’, o que nos vai permitir começar a produzir seda”.

O presidente da autarquia recordou um pouco da história da produção do vinho de Carcavelos: ”Nos finais dos anos noventa do século passado já existia uma vinha, com 4 hectares de terreno, que era da Estação Agronómica Nacional, que se encontrava em decadência. Em conversa com o ministro da Agricultura de então, Capoulas Santos, sugeri que a câmara podia tratar da vinha. E daí para cá temos vindo a crescer. De 4 passamos para 17 hectares de vinha e temos como meta atingir os 25 hectares de vinha. Neste momento, produzimos, por exemplo, o Casal da Manteiga branco e o afamado vinho de Carcavelos”.

Recordar é viver

Esta foi uma oportunidade para os oeirenses vivenciarem a apanha da uva, conhecer a história e as tradições do Vinho de Carcavelos e desfrutar de um almoço ao ar livre, acompanhado de música, salientou o autarca de Oeiras, acrescentando: ”para muitos dos mais velhos esta atividade serve para recordar alguns momentos da sua juventude. para os mais novos, é uma experiência única”.

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A apanha da uva é o ponto alto da nossa festa, um momento onde todos poderão pôr as mãos à obra e sentir a verdadeira essência das vindimas. Além de uma experiência enriquecedora, a Festa das Vindimas é uma forma de se ligar à terra e às tradições que dão vida ao ‘Vinho Villa Oeiras’, um generoso reconhecido, nacional e internacionalmente, como um vinho de excelência.

Produção sempre a crescer

Este ano, segundo o arquiteto coordenador do projeto da vinha e do vinho Villa Oeiras, Alexandre Lisboa, prevemos produzir cerca de 110 toneladas. Hoje, esperamos vindimar entre 12 a 15 toneladas”, sublinhando que, este ano, triplicaram a produção do Arinto.

O Vinho de Carcavelos com Denominação de Origem Controlada (DOC), exclusivamente para vinho licoroso, com estágio mínimo obrigatório de 24 meses em madeira e 6 meses em garrafa, é ótimo para tomar como aperitivo ou como digestivo. Excelente para épocas festivas ou para acompanhar doçaria, como as Queijadas de Oeiras, os Palitos de Oeiras ou as Nozes de Cascais.

Regulado por lei, as castas recomendadas são Galego Dourado, Ratinho e Arinto para as castas brancas e Castelão e Trincadeira para as tintas. É um vinho que apresenta cor amarelo-dourado e nariz complexo e delicado, dominado pela presença de frutos secos, mel e especiarias”, como explicou Alexandre Lisboa.

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