A edição de 2024 da Web Summit registou um novo recorde de participantes, com 71.528 pessoas de 153 países que até sexta-feira vão estar reunidos em Lisboa para aquele que é um dos maiores eventos de tecnologia e inovação do mundo. Carlos Moedas apelou aos participantes na Web Summit para que quando concretizarem o seu sonho e atingirem o topo retribuam à sociedade, pois só assim a inovação “será sustentável”.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, espera que o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, e o primeiro-ministro, Luís Montenegro, continuem a apoiar a Web Summit. O chefe de Estado discursava na passada sexta-feira, perante Paddy Cosgrave, cofundador e novamente presidente executivo da Web Summit, no antigo picadeiro real, junto ao Palácio de Belém, em Lisboa, durante um encontro com “startups” portuguesas que estão a participar na Web Summit.
Marcelo Rebelo de Sousa referiu que Paddy Cosgrave “trabalhou com diferentes autarcas” em Lisboa, antes “um autarca muito bom, um autarca de esquerda, que ajudou muito”, Fernando Medina, do PS, e agora “um autarca de direita”, Carlos Moedas, do PSD, sobre quem disse: “Esperemos que ajude muito”.
Segundo o Presidente da República, também o anterior “primeiro-ministro de esquerda”, António Costa, “ajudou muito” a Web Summit, que convive agora com “um primeiro-ministro de direita”, Luís Montenegro. “Espero que o ajude muito”, declarou.
O papel de Paddy Cosgrave
O Presidente da República elogiou Paddy Cosgrave por ter trazido a Web Summit para Lisboa e descreveu a primeira edição, realizada em 2016, como “uma espécie de surpresa”, em que os dois eram vistos com estranheza: “Eles olhavam para nós como no jardim zoológico. Lá estão eles, aquele Presidente da República maluco, juntamente com o Paddy, quase uma dupla do “showbizz””.
Marcelo Rebelo de Sousa agradeceu às “startups” portuguesas e incentivou-as a estarem em permanente mudança.
Por sua vez, Paddy Cosgrave agradeceu a apoio do Presidente da República à Web Summit “todos os anos”, desde 2016, classificando-o como “uma estrela da Web Summit”, e também o apoio a nível governativo que recebeu “ao longo dos últimos nove anos”.
“Foi fundamental para transformar a Web Summit de uma conferência moderadamente grande com um foco europeu em algo que é muito mais global. Temos o maior número de brasileiros a juntar-se a nós, chineses e indianos este ano do que nunca. E a Web Summit está verdadeiramente globalizada e vai trazer o mundo a Lisboa na próxima semana, e isso é algo que nos deixa muito entusiasmados”, disse.
Lisboa – capital europeia da inovação
Nos termos de um contrato assinado em 2018 com o Governo e a Câmara Municipal de Lisboa, a Web Summit comprometeu-se a manter-se na capital portuguesa por mais dez anos e a não realizar eventos concorrentes na Europa durante este período, recebendo em contrapartida 11 milhões de euros por cada edição – num total de 110 milhões de euros, dos quais 80 milhões provêm do Estado português, repartidos entre 2019 e 2028.
Por seu turno, o presidente da Câmara de Lisboa apelou, esta segunda-feira, aos participantes na Web Summit para que quando concretizarem o seu sonho e atingirem o topo retribuam à sociedade, pois só assim a inovação “será sustentável”. “Essa é a verdadeira fonte secreta de inovação, meus amigos, é que se mantiverem o equilíbrio entre pessoas como vocês e a proteção das pessoas que são vulneráveis todos os dias, então têm inovação e isso é sustentável”, afirmou Carlos Moedas.
O autarca, que falava na abertura da Web Summit, no Parque das Nações, considerou que essa é também “a história de Lisboa” e instou a que os participantes “depois de acreditarem”, de “terem disciplina” e “chegarem ao topo”, retribuam à sociedade.
O presidente da autarquia agradeceu ainda o apoio na concretização do sonho de tornar Lisboa na Capital Europeia da Inovação, distinção acompanhada de um milhão de euros, e que começou como uma história de “crença, disciplina e audácia”.
A edição anual deste ano desta cimeira tecnológica em Lisboa decorrerá até sexta-feira.