Inaugurado centro de Saúde no Catujal com falta de médicos

A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, e o presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão, inauguraram esta terça-feira a Unidade de Saúde que, após um investimento de mais de 3,8 milhões de euros, serve, atualmente, cerca de 14 mil utentes, mas que de acordo com o autarca de Loures “abre com falta de médicos”. A ministra da Saúde defendeu que “os cuidados de saúde primários são a porta de entrada em qualquer sistema de Saúde”.

Loures inaugurou esta terça-feira um novo centro de Saúde no Catujal. Na cerimónia de abertura, que esteve presente a ministra da Saúde, o presidente da Câmara de Loures, Ricardo Leão, apesar de enaltecer o trabalho da autarquia para dar melhores condições aos seus utentes, deixou um aviso ao Governo.

Segundo Ricardo Leão, “este novo centro de saúde insere-se no objetivo da Câmara de construir uma boa rede de saúde primária”, num investimento de 5 milhões “para que os utentes e munícipes recebam tratamentos médicos dignos”, e que incluem ainda centros noutras localidade, como na Bobadela.

Porém, salientou, não bastam as infraestruturas. O novo centro abre com escassez de meios humanos, tendo o autarca denunciado “em concreto a falta de médicos”.

Falhas do Governo

“Temos 60 mil utentes sem médico de família, são precisos 40 médicos de família – 20 em cada unidade local de saúde – para dar uma resposta digna aos utentes do nosso concelho. O município esta a fazer a nossa parte, agora exige que o Governo faça a parte dele”, salientou, referindo-se também ao facto de ter chovido, esta segunda-feira, num centro de Saúde de Sacavém, sendo necessário que o Governo ajude a investir nestas infraestruturas.

“O Município de Loures, ainda com o anterior Governo, fez um processo de candidatura ao PRR para a requalificação desses centros de saúde, no valor de 3 milhões de euros. Até à data não obtivemos resposta”, recordou Ricardo Leão, acrescentando que já se predispôs “a comparticipar metade dessas verbas para que os atuais centros de saúde possam ser requalificados”, até porque, lembrou, “esta é a única forma de diminuir a afluência de pessoas às urgências do Hospital Beatriz Ângelo”.

Ricardo Leão falou mesmo que esta é uma falha deste Governo, bem como do Governo anterior, que tem de ser alterada, sob pena de ter que se tomar decisões mais dramáticas.
“Hoje vou dizer à ministra que a requalificação tem de ser feita urgentemente, sob pena do município de Loures em reunião de câmara propor devolver aquelas que foram as competências que o município assumiu na área de educação”, ameaçou, referindo que se chegou a um “ponto de rutura”.

O problema Beatriz Ângelo

O autarca de Loures reforçou ainda que é papel do Governo ajudar na requalificação dos centros de saúde, mas acima de tudo em “meter médicos e profissionais de saúde” até porque, lembrou, esta é a única forma de “diminuir o número de pessoas nas urgências do Hospital Beatriz Ângelo”.

Segundo Ricardo Leão, este novo centro de saúde insere-se no objetivo da Câmara de “construir uma boa rede de saúde primária”, num investimento de 5 milhões, “para que os utentes e munícipes recebam tratamentos médicos dignos”.

Além desta unidade de saúde, o presidente destacou o Centro de Saúde do Tojal, “que estará pronto em abril”, bem como lançamento da 1.º pedra, no final deste mês, dos centros de saúde da Bobadela e de Camarate.

Respostas de proximidade

A ministra da Saúde, em resposta às interpelações do autarca, disse que o presidente da Câmara “tem o compromisso do Governo”, para essa requalificação, até porque “não nos podemos dar ao luxo de desperdiçar um cêntimo que seja do dinheiro que podemos utilizar para reforçar aquilo que é a rede do SNS”.

“Os cuidados de saúde primários são a porta de entrada em qualquer sistema de Saúde”, referiu Ana Paula Martins. “Não podemos esperar não ter listas de espera, nem as urgências cheias de pessoas, se elas não têm resposta em proximidade. Essa tem de ser a nossa luta”.

“Fica aqui o compromisso do Governo de tudo fazer para trazer equipas de saúde familiar para esta população. Com estas instalações estamos mais perto de conseguir atrair as nossas equipas e incentivá-las a vir”, concluiu a ministra.

A infraestrutura

O equipamento, localizado na Rua António Sérgio, junto ao Parque Verde do Planalto do Catujal, foi construído pela Câmara Municipal de Loures com um investimento de 3,8 milhões de euros, financiado em parte pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). A infraestrutura destina-se a beneficiar cerca de 14 mil utentes das freguesias do Catujal, Unhos e Apelação.

Com um edifício moderno de dois pisos, a Unidade de Saúde do Catujal inclui no piso -1 um parque de estacionamento coberto, instalações técnicas e de apoio aos funcionários. Já no piso térreo (piso 0), estão distribuídos os gabinetes médicos e de enfermagem, salas de tratamento, salas de espera e a secretaria, oferecendo um espaço funcional e acolhedor para os utentes.

A unidade foi ainda projetada para garantir a conveniência no acesso, com uma área exterior de estacionamento adicional que acomoda até 60 viaturas, somando-se ao parque coberto.

A construção desta unidade reflete o compromisso da Câmara Municipal de Loures em reforçar os serviços de saúde no concelho e proporcionar melhores condições de atendimento à população. Com esta infraestrutura, espera-se uma melhoria significativa na resposta às necessidades de cuidados primários de saúde da região.

A cerimónia de inauguração, abrilhantada por um octeto de trompas do Conservatório Artallis, contou, ainda, com a presença da presidente da Assembleia Municipal de Loures, Susana Amador, da vice-presidente da Câmara de Loures Sónia Paixão, dos vereadores Nuno Dias, Paula Magalhães, Nelson Batista, Vasco Touguinha e Fernanda Santos, bem como do presidente da União de Freguesias de Camarate, Unhos e Apelação, Renato Alves, da presidente da Unidade Local de Saúde de São José, Rosa Valente de Matos, da presidente do Conselho Diretivo da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, Teresa Almeida, e da vice-presidente do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Laura Silveira.

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