Lisboa proíbe Tuk-Tuks em 337 ruas

A Câmara de Lisboa quer impor a proibição de circulação dos tuk-tuks em 337 ruas de sete freguesias da capital através de um despacho que entrará em vigor a 1 de abril. O despacho, assinado pelo vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Anacoreta Correia (CDS-PP), responsável pelo pelouro da Mobilidade, visa sobretudo as ruas no centro histórico de Lisboa.

A Câmara Municipal de Lisboa vai aumentar, a partir de abril, o número de ruas onde é proibida a circulação de tuk-tuks na cidade. Esta decisão, consignada num despacho assinado pelo vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Anacoreta Correia, procura tornar a atividade “mais controlada”, numa altura em que a pressão turística provoca descontentamento em muitos moradores.

Filipe Anacoreta Correia, vice-presidente da autarquia lisboeta, revela que há 62 novas ruas nas freguesias de Santa Maria Maior, Penha de França e São Vicente onde a circulação fica limitada ou proibida. No total, são agora 337.

“São sobretudo em zonas residenciais. É uma preocupação, a cidade é grande, há espaço para todos”, justifica o vice de Carlos Moedas, eleito pelo CDS. A Câmara estima que existam “mais de mil tuk-tuks a circular em Lisboa”.

Senhora do Monte e zona do Castelo “bloqueadas”

No rol das novas ruas onde há limitações está a rua da Senhora do Monte, onde passa a ser proibida a circulação a partir das 19h; a “zona do Castelo, que passará a ser toda ela condicionada”; Calçada de Santana, Largo de São Domingos, Calçada de Garcia, Rua do Arco da Graça, Rua de Santiago, Largo dos Lóios, Travessa do Almada, Largo Trindade Coelho.

A ideia é limitar a circulação de tuk-tuks em zonas onde há “atritos” com moradores e aumentar a “fiscalização” para assegurar que isso é cumprido. Estes veículos têm provocado descontentamento na vizinhança também quando estão parados e ocupam lugares de estacionamento.


Bilhetes online

Essa será outra medida a tomar, mas não para já. Filipe Anacoreta Correia revela que a autarquia vai alargar o número de lugares de estacionamento para 250 (atualmente, são pouco mais de 100) e nesses lugares só vão poder parar os tuk-tuks com dístico, só emitindo 400 dísticos.

O “regulamento” que a Câmara de Lisboa se prepara para implementar quer também evitar o número de veículos que está na rua à procura de clientes e quer privilegiar a compra online de bilhetes, libertando assim as zonas com maior pressão turística onde os tuk-tuks se amontoam para transportar clientes.

“Ao fazê-lo, estamos a cuidar do futuro desta atividade, não há nenhuma atividade que sobreviva, de modo sustentável, contra a cidade e os seus residentes. Percecionando que há maiores atritos e tensões entre esta atividade e os residentes, intervimos para proteger os residentes, mas também estamos a preservar a atividade”, explica o vice-presidente da Câmara de Lisboa.

Ordenar espaço público

“É necessário ordenar a utilização do espaço público e a mobilidade da cidade para melhor conciliar a preservação de Lisboa e dos que nela habitam com a atividade do turismo e daqueles que nos visitam”, disse o vice-presidente da CML.

Anacoreta Correia disse que o despacho com as zonas de restrição será, contudo, autónomo em relação ao novo regulamento dos veículos de animação turística.

A criação do novo regulamento foi anunciada em julho do ano passado e ainda está a ser preparado, prevendo-se que as suas linhas gerais sejam conhecidas em breve, para depois entrar em discussão pública e ainda ser aprovada em reunião de vereação e pela Assembleia Municipal.

A intenção é limitar os locais de estacionamento dos tuk-tuks e o número de licenças a atribuir a este tipo de veículos, de forma a regular a atividade na cidade.

Em 6 de novembro do ano passado, a autarquia aprovou o início da elaboração do projeto de regulamento dos veículos afetos à animação turística não pesados, inclusive tuk-tuk.

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