Associação Coração Amarelo celebra 25 anos com encontro sobre solidão na 3ªIdade

A Associação Coração Amarelo vai promover, a 20 de maio, um encontro sobre o voluntariado e promoção da cidadania na terceira idade. Esta iniciativa tem como objetivo celebrar os 25 anos desta associação e decorrerá no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), entre as 09h30 e as 17h30.

Diversos especialistas, académicos e representantes institucionais vão, no dia 20 de maio, participar num encontro promovido pela Associação Coração Amarelo (ACA), a fim de debater questões ligadas à solidão e apoio a idosos. Esta iniciativa tem como objetivo assinalar os 25 anos da Associação Coração Amarelo, que, nas palavras da sua presidente, Rosa Araújo, “é uma associação que foi fundada no ano 2000 por sete mulheres, das quais já cá só estão duas, mas que tem vindo a crescer. Nós apoiamos com companhia, com afeto e com atenção, pessoas idosas que vivem em solidão, tudo através de trabalho voluntário”.

Esta programação terá início às 9h30, com a receção dos convidados, seguindo-se a mesa de abertura pelas 10h00, com a participação do Presidente do ISCSP, o Professor Catedrático Ricardo Ramos Pinto, da Vereadora da Câmara Municipal de Lisboa, Sofia Athayde, do Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Paulo Sousa, da Diretora Distrital da Segurança Social, Gabriela Real (a confirmar), e da Presidente da Direção Nacional da Associação Coração Amarelo, Rosa Araújo. Pelas 11h30, haverá uma conferência intitulada ‘Voluntariado Cuidador e a Promoção da Cidadania na Idade Avançada’, moderada pela Assessora da Presidência da República, Maria João Ruela (a confirmar) e com intervenção da Presidente da Assembleia Geral da ACA, Paula Guimarães.

Associação está sediada em Lisboa e tem 12 delegações em todo o país

O evento terá uma pausa para almoço livre, retomando pelas 14h30 com a conferência ‘A Solidão Não Tem Idade’, apresentada pela Professora Doutora Stella Bettencourt da Câmara (ISCSP) e moderada pelo médico psiquiatra José Gameiro. Às 15h00, decorrerá uma mesa-redonda sobre “Projetos e Parcerias Territoriais”, moderada pela Presidente da EAPN, Joaquina Madeira, contando com a presença de vários especialistas, como Mário Rui André (Projeto RADAR), Comissária Inês Lemos (PSP, a confirmar), Rosário Zincke (Café Memória e Alzheimer Portugal) e Maria José Relvas (Projeto Academia do Bem-Estar). No entanto, o momento alto do dia será a entrega dos Prémios de Voluntariado Maria Manuela Marques Alves, pelas 16h30 seguida da síntese do encontro pela Professora Doutora Carla Ribeirinho (ISCSP), às 17h00.

O encerramento do evento, previsto para as 17h30, deverá contar com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, (a confirmar), culminando com um Porto de Honra e a participação da Magna Tuna “Apocaliscspiana”. Com este evento, a ACA pretende promover a reflexão e a partilha de experiências sobre a importância do voluntariado e da inclusão dos idosos na sociedade, reforçando o compromisso com um envelhecimento digno e ativo. Atualmente, esta associação já conta com 12 delegações no país, sendo que a “maior é em Lisboa, onde há perto de 200 voluntários e é a única que tem técnicos”. “Todos os espaços são todos dados pelas autarquias, que apoiam os nossos projetos, bem como as juntas de freguesia e as empresas. Temos muitas empresas amigas que acreditam no projeto e que nos ajudam”, reforça Rosa Araújo ao Olhares de Lisboa.

Voluntários altamente capacitados

Na sua perspetiva, apesar de haver “cada vez mais pessoas que vão fugindo do voluntariado”, a ACA tem conseguido cumprir a sua missão. “Os voluntários é que fazem a associação. São pessoas formadas, preparadas, e que são selecionadas numa entrevista, depois são avaliadas por uma psicóloga, depois fazem formação e só depois é que vão para o terreno, acompanhados por elementos da direção, porque cada delegação tem uma direção voluntária”. Rosa Araújo é voluntária da ACA desde 2000, e o balanço que faz deste quarto de século é muito positivo, “porque tem uma importância extraordinária” para a comunidade.


Cerca de 500 a 600 voluntários

“Em 2023, tivemos uma menção honrosa da Bastonária da Ordem dos Advogados, e em dezembro do ano passado, recebemos a Medalha de Ouro dos Direitos Humanos 2024 na Assembleia da República. Estamos a ser reconhecidos pelo nosso trabalho, que é silencioso. Atualmente, devemos ter cerca de 500 a 600 voluntários, e conseguimos atingir muitas pessoas, temos um trabalho alargado na comunidade, principalmente com pessoas de idade, mas também temos vários programas intergeracionais, em que incluímos as escolas e as universidades”, acrescenta a presidente da ACA. Esta associação tem como objetivos prestar apoio a quem vive em solidão e isolamento, principalmente as pessoas mais velhas, através de visitas quer em casa, no hospital, em ERPI, ou através de chamadas telefónicas.

Igualmente, faz ainda acompanhamento de utentes a consultas e exames, e dinamiza atividades lúdicas e culturais como ateliers, colónias de férias, piqueniques e animação cultural e recreativa, entre outros, promovendo ainda projetos de formação e sensibilização, dirigidos a voluntários e à comunidade. “Por exemplo, em Sintra, há um coro fantástico, com maestro e tudo, e que tem hoje 40 e tal pessoas, porque de facto elas adoram. Aqui, as pessoas são encaradas como pessoas de plenos direitos, e são respeitadas naquilo que querem e que gostam, e não há obrigatoriedade de nada. As pessoas sentem-se livres, mimadas e com um apoio afetivo”.

Fotos: Associação Coração Amarelo

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