A 3.ª Festa do Livro já começou. Decorre de 8 a 11 de maio, no passeio da Rua Vasco da Gama, no Infantado, em Loures, e conta com um vasto programa de atividades. Para além da oferta livreira, os visitantes poderão encontrar um vasto e diversificado programa de iniciativas para adultos e crianças.
Em conversa com o “Olhar Loures”, António Pombinho, presidente da Junta de Freguesia de Loures, sustenta que esta atividade está inserida no programa cultural que a Junta tem vindo a desenvolver em colaboração com os artistas e agentes locais, num “esforço de promoção da leitura, que nos parece da maior importância”, no seio da comunidade de Loures.
Esta terceira edição do evento cultural “está a superar” as expectativas e em “franco crescimento”, contando com vinte editoras e vários expositores que se estrearam na presente edição. O autarca considera que a “reação tem sido muito positiva” e que a Festa “tem vindo a crescer substancialmente”, quer no número de participantes, quer na participação de editores.
“Este crescimento demonstra que as próprias editoras consideram que a aposta num evento desta natureza faz todo o sentido para a sua atividade. É nisso que apostamos. A programação é muito diversificada, exigente e ousada. Temos a expectativa de que a Festa corresponda também aos objetivos das pessoas e empresas que estão aqui connosco”, diz António Pombinho.
Promoção da leitura
O autarca reitera que é objetivo a promoção da leitura, principalmente entre os mais novos, e que a Festa do Livro conta com a visita de várias escolas da freguesia, capital do concelho, e tem como prioridade “atrair os jovens do Infantado e da freguesia a esta iniciativa”.
A título de curiosidade, António Pombinho revela que o evento vai contar com a apresentação de um livro de um antigo presidente da Junta de Loures, João Braz, que vai marcar presença na Festa no sábado, dia 11.
Tigre de Papel com “boas expectativas”
A conhecida livraria lisboeta Tigre de Papel, em Arroios, é um projeto que abriu em 2016 e pretende ser um espaço onde seja possível encontrar aquele livro que há muito se procura, onde se promove editoras mais pequenas e independentes e a circulação de livros em segunda mão, diz a livraria. Apesar da sua curta história, é já uma instituição que se tornou numa referência para quem procura “aquele livro que não se encontra em mais lado nenhum”.
Com esta “marca” distintiva, a livraria marca presença na Festa pela primeira vez. Fernando Ramalho, cofundador do projeto livreiro, ainda não sabe bem o impacto que o evento irá ter no seu negócio, visto que se estreiam neste acontecimento cultural, mas acredita que “dada a dinâmica observada”, ficou com “boas expectativas” relativamente ao retorno advindo da divulgação da sua livraria na Festa.
“Este local é um sítio com bastantes moradores e está num lugar onde passa muita gente. Acredito que pode ser um bom veículo para divulgarmos o nosso trabalho e os nossos livros”, conclui.
Boutique da Cultura na organização
A Boutique da Cultura (BC), uma galeria solidária de Carnide, Lisboa, está, desde a primeira edição, associada à Junta de Loures na organização da Festa. É esta organização que faz a “triagem” e o contacto com as editoras que marcam presença no certame.
João Alves, da direção da BC, enaltece o “crescimento assinalável” da Festa e o facto de ter uma “nova centralidade”, pois acredita que a nova localização potencia “a participação de muita gente” nos vários momentos da Feira, como nas sessões de conto, de autógrafos, nas apresentações de livros e ateliers.
João Alves sublinha que a edição deste ano teve o cuidado de “integrar a cultura com as instituições e coletividades”, convocando algumas instituições locais para participarem na Festa, como a Santa Casa da Misericórdia de Loures, a Escola José Afonso ou o Infantado Futebol Clube, entre outros.
Alunos das aulas noturnas da Escola José Afonso
Os alunos das aulas noturnas de costura criativa da Escola José Afonso também tiveram oportunidade de mostrar o seu trabalho. A banca desta escola vende sacos de sarapilheira adornados com pinturas ou fotografias feitas pelos alunos.
Maria Ferreira mostra, com orgulho, as obras nascidas ao abrigo das aulas de costura dos alunos mais velhos da José Afonso. Assume que a Festa “é uma boa oportunidade” para se dar a conhecer os trabalhos criativos executados, mas também para “ganharem algum dinheirinho” num evento “muito louvável” e que se serve de montra para o trabalho desenvolvido pelos alunos.