“As Marias” estiveram em festa e o presidente da Câmara de Oeiras e o presidente de junta da UFCQ estiveram lá para mostrar o apoio à diversidade cultural e à inclusão social das populações no território.
A Associação cabo-verdiana Assomada, na Outurela, realizou mais uma iniciativa no âmbito do projeto “As Marias”. Começou por ser destinado, única e exclusivamente, às “senhoras em idade de reforma” e habitantes na União de Freguesias de Carnaxide e Queijas.
Mas, recentemente, foi alargado aos “Manueis”. Este grupo de seniores, a maioria de origem cabo-verdiana, que se “dedicaram a várias atividades”, mostram a diversidade e a multiculturalidade do bairro da Outurela.
Este dia 15 de maio, “As Marias” realizaram um almoço-convívio, onde não faltou a música de raiz africana, mas também a comida de conforto, confecionada pelas “jovens seniores” na associação, com os temperos (e o picante) do continente africano.
“As Marias” é um projeto que muito tem contribuído na área da integração e valorização pessoal e social das “Marias” e na melhoria da sua qualidade de vida.
Inclusão social e ocupação do tempo
O presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, não quis deixar de marcar presença na confraternização, cumprimentando todos os participantes, e mostrando que o Município acarinha o projeto.
Em declarações ao “Olhar Oeiras”, o edil explica que este tipo de iniciativa de âmbito social funciona como uma espécie de “Universidade Sénior” adaptada às condições socioculturais destes moradores, uma vez que no “As Marias” os munícipes “aprendem coisas novas, praticam atividades físicas e convivem entre eles”. “Algumas pessoas aprendem a ler e a escrever, o que é extraordinário”, diz o edil.
“Esta é uma das muitas medidas políticas de inclusão social das pessoas levadas a cabo pela Câmara. Aliás, neste caso é mais a ocupação do tempo destas pessoas, porque muitas delas vivem isoladas e estão sozinhas. Estas atividades funcionam como um modelo de convívio adaptado ao estrato social das pessoas”, anota.
Nas Universidades Sénior “aprendem Filosofia ou outras disciplinas que requeiram formação, nestes modelos fomenta-se o convívio e a confraternização entre pessoas com as mesmas origens, com aquilo que as anima e deixa felizes”, mas também os passeios e as visitas a lugares que, de outro modo, não estariam ao alcance destes moradores, refere Isaltino Morais.
“O que importa é a Câmara ter capacidade de resposta para as diferentes diversidades e realidades sociais que temos no território”, explica.
Lei do retorno
Para o presidente da União de Freguesias de Carnaxide e Queijas, Inigo Pereira, esta festa “representa muito para estas pessoas”, que já “trabalharam muito e muito fizeram pela sociedade”.
“Este projeto é da Câmara Municipal de Oeiras e trata-se de um projeto de coesão social que mantém estas senhoras, que já têm alguma idade, e já estão numa fase da vida em que têm de aproveitar da melhor forma possível o seu tempo”, lembra o autarca.
E recorda que, no âmbito do projeto “As Marias”, cerca de trinta senhoras “fizeram uma viagem a Cabo Verde, onde já não iam desde que migraram para Portugal, para voltar às suas raízes. Essa viagem foi paga pela Câmara e constituiu um momento único para aquelas senhoras que tanto deram à comunidade”, conclui.