Lisboa tem mais de 3 mil sem-abrigo

Carlos Moedas visitou centro municipal de apoio e inclusão dos sem-abrigo em Lisboa. O autarca revelou dados que apontam para uma redução de “20 por cento” do número de pessoas sem-teto na cidade, considerando que a permanência de 3117 pessoas em situação de sem-abrigo “não o deixam nada feliz”.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, visitou a Unidade Municipal para o Emprego e Autonomia da Pessoa em Situação de Sem Abrigo de Marvila. Carlos Moedas assinalou a presença nesta unidade, no dia 21 de maio, para revelar aos jornalistas alguns dados sobre a situação dos sem-teto e sem-abrigo na capital.

Segundo o edil, há menos pessoas sem-teto em Lisboa, que regista uma “redução de 20% no número de pessoas sem-teto na cidade”, face ao ano anterior.

O autarca sublinhou que esta é a primeira vez, desde o período pós-pandemia, que se regista uma descida neste indicador. De acordo com os dados divulgados, em 2023 havia 548 pessoas sem-teto na cidade, número que desceu para 439, em 2024. Já o total de pessoas em situação de sem-abrigo passou de 3 378 para 3 117.

Também as vagas de acolhimento na cidade aumentaram, afirmou Carlos Moedas. Das cerca de 800 para quase 1200, além da retirada de 312 tendas da via pública. “Retirar tendas, mas dar solução”, defendeu, explicando que essas pessoas foram encaminhadas para pensões ou outras estruturas de acolhimento.

Para Carlos Moedas, o projeto piloto apresentado reflete a posição da autarquia sobre a situação de sem-abrigo na cidade. E sublinhou que, mais importante do que a redução global, é a “descida de quase 20% nas pessoas sem-teto, aquelas que não tinham qualquer solução”, anunciou.

“São números bons, obviamente que não chega, eu não me sinto ainda satisfeito, ninguém se pode sentir satisfeito quando ainda há pessoas que estão nesta situação”, salientou.
“70% das pessoas conseguiram autonomizar-se”.

Segundo o edil, 70% das pessoas recebidas na unidade, “passaram por aqui”, mas “conseguiram autonomizar-se, conseguiram ter aqui uma rede de pessoas de ajuda, de entreajuda”.

O autarca enalteceu ainda o trabalho feito pela Associação Crescer, que gere a Unidade Municipal para o Emprego e Autonomia da Pessoa em Situação de Sem-Abrigo de Marvila.
O Centro de Acolhimento de Emergência abriu em março de 2024 na antiga Manutenção Militar de Marvila.

Projeto piloto promove a integração social dos sem-abrigo

A Unidade Municipal para o Emprego e Autonomia da Pessoa em Situação de Sem Abrigo de Marvila é um projeto-piloto destinado a pessoas em situação de sem-abrigo que se encontram integradas em formação e/ou ocupação profissional, com o objetivo de proporcionar estabilidade habitacional e promover ativamente a autonomia das pessoas acolhidas no projeto.

A unidade funciona 24h/dia e tem capacidade máxima para 15 pessoas, constituindo-se como uma resposta inovadora, com uma intervenção flexível e adaptada às necessidades específicas de cada pessoa, garantindo não só os serviços básicos de alimentação, higiene e lavandaria, mas também o acompanhamento psicossocial.

A Unidade Municipal – Prevenção e Autonomia é uma nova resposta na cidade de Lisboa, resultante de uma necessidade identificada pelos vários parceiros durante o processo de construção do Plano Municipal para a Pessoa em Situação de Sem Abrigo 2024-2030, nomeadamente, o investimento em respostas de suporte habitacional cada vez mais diversificadas e especializadas, diz a Câmara de Lisboa.

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