Noivos de Santo António “são embaixadores da cidade para a vida”

Os 16 casais que este ano vão celebrar o seu amor nos Casamentos de Santo António foram hoje, 12 de maio, apresentados, numa cerimónia que teve lugar no Beato Innovation District.

A apresentação contou com a presença do presidente do Conselho de Administração da EGEAC, Pedro Moreira, e do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, que desejaram as maiores felicidades aos noivos. A cerimónia, que contou também com os parceiros e patrocinadores, marca o arranque das várias etapas que nos levarão até ao dia 12 de junho, em que se celebrarão os Casamentos.

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Provenientes de 23 freguesias de Lisboa, as idades dos noivos variam entre os 27 e os 50 anos. Administrativos, escriturários, empregados de balcão, engenheiros e advogados são algumas das profissões exercidas pelos felizes contemplados. Das 39 candidaturas recebidas este ano (mais duas que em 2024), foram selecionados 16 casais – 11 para a cerimónia religiosa e 5 para a civil.

Carlos Moedas lembrou que a cerimónia deste ano vai contar com “alguns casais estrangeiros”, o que traduz a “multiculturalidade da cidade”. “Lisboa é hoje uma cidade onde vivem cidadãos de muitos países. São todos bem-vindos e também já são lisboetas”, atirou.

“Orgulho em manter a alma da cidade”

Depois da realização dos “rituais” de boa sorte levados a cabo pelos apresentadores da cerimónia, como o atirar um boneco do Santo António ao chão “com todas as forças”, Carlos Moedas usou da palavra para incitar os casais a não perderem a oportunidade de sentirem a bênção do amor, alimentando-o todos os dias, mesmo nos “dias mais difíceis”.

Para o presidente da Câmara de Lisboa, os Casamentos de Santo António não são apenas uma festa para os casais que se unem, “mas sim para todos os que acreditam no amor, na união e na partilha. É um momento onde os casais celebram o seu compromisso, rodeados por amigos e familiares, mas também onde todos nos sentimos parte de algo maior, da história e da tradição desta nossa Lisboa”.


Carlos Moedas lembrou a importância do amor. “Para os noivos é a oportunidade única, um sonho realizado, que ficará para sempre nas memórias de quem acompanha este percurso, fazendo-nos lembrar que o importante é o amor, a força que nos move cada dia para que possamos ser melhores e mais felizes”.

“Para Lisboa e para mim, enquanto presidente da Câmara Municipal de Lisboa, é um orgulho manter esta tradição, que faz parte da alma da nossa cidade e à qual tenho dedicado especial carinho nestes anos do meu mandato. Esta alma tão lisboeta, a essência que emana das suas ruas, da sua gente, dos seus miradouros e da sua luz dourada que é sentida por quem nela habita e por quem a visita.

No dia marcado de 12 de junho, exortou o edil, “erguemos os olhos e as almas para saudar os noivos, cujas histórias se entrelaçam com a nossa própria cidade. Nas janelas, nos becos e nas praças, deixemos que o espírito de Santo António nos inspire a viver a beleza do Amor”.

Carlos Moedas convidou todos os lisboetas a participarem “nesta festa de corações, neste poema vivido e dançado ao som das guitarras e dos passos na calçada. Venham com alegria e orgulho, como convém a quem vive no mais belo verso da cidade mais bela do Mundo. Sejamos todos poetas e personagens desta tradição, o mais belo conto de amor”.

O autarca disse, por outro lado, que os noivos de Santo António “têm uma responsabilidade acrescida”, pois serão os embaixadores de Lisboa “para a vida”, ficando com a “responsabilidade de dizerem sempre bem de Lisboa”, brincou.

Bairrismo (comedido) de casal de Santo António

O casal Hugo Pinho e Vera Marques estão radiantes. Brindam com flutes de espumante e sorriem muito. Com os olhos cintilantes, aceitam falar com o nosso jornal num clima de euforia generalizada.

Hugo Pinho é de Alfama e Vera Marques de São Vicente. Assumem-se como “bairristas”, mas no amor “não há bairrismos”. Já desfilaram ambos nas Marchas de Santo António pelos seus respetivos bairros, e dizem-se “orgulhosos alfacinhas”.

Vera Marques toma conta da narrativa. Revela que os pais casaram há 50 anos numa cerimónia dos Noivos de Santo António e que, portanto, “já nasceu” com a Festa de Lisboa “no sangue”. “O nosso casamento tinha que ser um dos realizados no âmbito dos Casamentos de Santo António. Para nós, as Marchas, os Arraiais e os Casamentos de Santo António são a alma alfacinha, sendo um passo natural e que nos deixa muito felizes”.

O noivo Hugo Pinho olha para a futura esposa com um brilho nos olhos e diz que o facto de desfilarem na Avenida da Liberdade “vestidos a rigor” no dia do casamento vai ser motivo de orgulho para ambas as famílias e um momento “para ser recordado toda a vida”.

Quanto à rivalidade nas Marchas, Hugo assume que “cada um” vai continuar a puxar pelo seu bairro, mas sem “fanatismos” para não prejudicar a união matrimonial, diz, entre gargalhadas.

Interrupção no “Verão Quente”

Celebrados a 12 de junho, por iniciativa da CML e com organização e produção da EGEAC, os Casamentos de Santo António são um dos momentos altos no calendário da cidade e das Festas de Lisboa. As cerimónias na Sé e nos Paços do Concelho, o desfile na rua e a descida da Avenida com as Marchas são acompanhados e aplaudidos por milhares de pessoas.

Foi em 1997 que a Câmara Municipal de Lisboa recuperou a tradição dos Casamentos de Santo António – uma iniciativa nascida no final dos anos 1950 e interrompida em 1974. Desde então, realizaram-se 285 casamentos religiosos e 130 civis.

Foto de capa: Egeac / Lisboa cultura

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