A Câmara Municipal de Oeiras (CMO), inaugurou, na manhã deste sábado, 28 de junho, uma bacia de retenção na Ribeira de Algés, junto ao Largo Comandante Augusto Madureira, juntamente com um parque de estacionamento. Igualmente, a autarquia está também a interver no troço canalizado da ribeira, e em outubro espera ter concluído o projeto para a requalificação da Ribeira, para, finalmente, lançar o concurso público. Isaltino Morais estima que, dentro de dois anos, o problema das cheias em Algés termine.
De forma a atenuar substancialmente os efeitos das cheias na Baixa de Algés, o Município de Oeiras construiu uma bacia de retenção na Ribeira de Algés, e que serve para reservar água e evitar o galgamento da ribeira. “Hoje é um dia que posso classificar como histórico”, começou por referir a vereadora com os pelouros das Obras Municipais, e do Ambiente e Qualidade de Vida da Câmara Municipal de Oeiras (CMO), Joana Baptista, que é também presidente dos SIMAS Oeiras e Amadora.
“No espaço de poucos metros, temos três obras distintas a ganhar forma”, acrescentou a autarca, lembrando que, para além da reabilitação da Ribeira de Algés, foi ainda inaugurado um parque de estacionamento na mesma zona, com 135 lugares, junto ao Largo Comandante Augusto Madureira, e está ainda prevista a requalificação da Avenida dos Bombeiros Voluntários, por onde irá, no futuro, passar o LIOS.
“Este meio de transporte vai revolucionar a mobilidade em toda a margem direita do Jamor, desde Algés até Carnaxide, passando por Miraflores e Linda-a-Velha, com um novo eixo de transporte que trará uma verdadeira ligação metropolitana ao centro de Lisboa, a Benfica e ao Colégio Militar”. “Hoje inauguramos um novo parque de estacionamento, que é absolutamente necessário para a obra de reabilitação que aqui está a acontecer, mas no futuro, mais estacionamento criaremos para avançar com a obra da duplicação da Ribeira e com o LIOS”.
“Sabemos que estas obras são complexas, que criam resistência nas pessoas, mas estamos plenamente certos da sua importância e que é com estes investimentos estruturantes que as duas maiores economias do país, Lisboa e Oeiras, reafirmam os laços umbilicais que as unem”, assegurou a vereadora. A par das obras de construção da bacia de retenção na Ribeira de Algés, a autarquia também investiu na requalificação do espaço envolvente.
Uma nova centralidade para Algés, considera Joana Baptista
“Alargámos os passeios, melhorámos os jardins e demos uma nova cor aos muros. No último ano, fomos capazes de alcançar o que sonhámos durante décadas. Algés não será mais um local de passagem, terá uma centralidade que lhe é devida, nesta nova Lisboa de duas margens. Com estes investimentos, o Terminal de Algés, o segundo mais importante da linha ferroviária de Cascais, a seguir ao Cais do Sodré, será afirmado como um dos centros da rede metropolitana de transportes. Aqui veremos a junção da rodovia com a ferrovia, a ligação fluvial entre Algés e Trafaria – e que já está a ser trabalhada entre os municípios de Oeiras e Almada, e naturalmente com Lisboa -, bem como com as grandes ambições do Governo de aqui concretizar a quarta travessia do Tejo.
“Ao inaugurar a Bacia de Retenção da Ribeira de Algés, reafirmamos não só a preocupação de mitigar os impactos de chuvas intensas, mas sobretudo o compromisso firme com as melhores práticas ambientais, capazes de proteger a biodiversidade que germina no nosso território. Somos um pequeno concelho à beira rio, com apenas 46 quilómetros quadrados, mas temos perto de 300 hectares de áreas verdes tratadas, fazendo de Oeiras um município que mais espaços verdes proporciona aos seus cidadãos.”
Joana Baptista lembrou ainda outras obras que estão em curso no concelho, bem como outras que entretanto já foram inauguradas, tais como o Jardim da Quinta dos Secos, no Dafundo, o Pátio das Amendoeiras, em Linda-a-Velha, o Bosque dos Navegadores, em Porto Salvo, ou o Parque Urbano do Alto da Montanha, em Carnaxide. “[Temos] uma preocupação exemplar em cuidar da paisagem. Inaugurámos o Reservatório do Alto de Santa Catarina, e que permitiu oferecer aos nossos concidadãos uma das mais belas panorâmicas sobre o Rio Tejo, e que replicaremos com a construção do Reservatório do Alto dos Agudinhos, próximo de Caxias.”
Mais investimentos para o concelho
“Todas estas obras são feitas a pensar na dignidade de cada pessoa, como são o exemplo de mais de 1.500 fogos de habitação social e para a classe média. Em Linda-a-Velha, temos os projetos habitacionais do Parque da Junça e da Quinta dos Aciprestes, que iremos entregar em breve, mas também projetos de uma outra dimensão, como é o caso que se prevê para a antiga Estação Radionaval de Linda-a-Velha, com as suas 770 casas.” No mesmo discurso, a vereadora lembrou também que, no presente mandato, houve também “várias concretizações no domínio da mobilidade”.
“Em pouco mais de dois anos, criámos mais de 2.600 novos lugares de estacionamento e estamos a criar uma rede de ciclovias, até à meta de 90 quilómetros. Lançámos o serviço de mobilidade suave partilhada. Hoje, Oeiras tem todas as condições para, ao fim de duas décadas, concretizar o SATUO.” Contudo, Joana Baptista lembrou também que, nos últimos quatro anos, houve também “períodos de consternação”.
“Foi com profunda tristeza que vimos as inundações de dezembro de 2022 na Baixa de Algés. Sentimos o medo das pessoas perante a incerteza, mas tivemos todos os dias no território, em cada rua, junto de todos. E fomos incansáveis na prevenção, no apoio aos munícipes, e no combate à desinformação, que infelizmente alguns difundiam. E por isso, é altamente gratificante saber que hoje, não só estão em curso as obras de reabilitação da Ribeira de Algés, como em breve terão início os trabalhos da duplicação da Ribeira, para dar um fim definitivo às inundações.”
“A mudança já chegou a Algés e tudo está a acontecer à nossa volta. A norte da estação de comboios, a concretização das Portas de Algés criará uma nova vivência mais cosmopolita, e a sul, no Passeio Marítimo de Algés, a instalação do Ocean Campus e da nova EMS farão do nosso concelho um epicentro de investigação e desenvolvimento na área da Economia Azul.”
85% dos projetos foram concretizados, reforça a vereadora
“Se todos estes projetos podem hoje aspirar à concretização, tal deve-se ao facto de o Governo ter conhecido o carácter estratégico do nosso concelho para concretizar a sua visão para o futuro da Área Metropolitana de Lisboa e do país”, referiu ainda Joana Baptista, que aproveitou ainda para elogiar Isaltino Morais e o seu trabalho ao longo dos anos. “Aproximamo-nos do fim de um segundo mandato autárquico, com uma governação exemplar, e é absolutamente incontornável sublinhar a capacidade do presidente Isaltino em sonhar e ver mais longe. Manifesto-lhe a minha profunda gratidão por me ter confiado alguns dos projetos estratégicos de Oeiras, e agradeço o privilégio de ter servido a causa pública, com uma visão partilhada do futuro que queremos para o nosso concelho”.
“De igual modo, a nossa ambição transformadora nasce do facto de Oeiras ter sido capaz de chamar os melhores para trabalhar consigo e agradeço a todos os que trabalharam comigo, a todos os dirigentes da Câmara Municipal e aos seus trabalhadores, mas também aos Serviços Intermunicipalizados que tenho a honra de presidir e que entram agora num novo ciclo de responsabilidade ao abraçarem obras tão complexas e estratégicas como a Ribeira de Algés, mas também e à Parques Tejo, que nos últimos anos se afirmou como decisiva para a estratégia municipal na área da Mobilidade”.
“Em 2021, fizemos chegar à casa dos munícipes um pequeno livro sobre os nossos projetos e obras e houve quem nos chamasse utópicos, mas, passados quatro anos, 85% daqueles projetos e daquelas obras, estão executadas. Fizemos-no com nobreza, dignidade e elevação, como se exige na política. Terminamos este mandato com o sentimento de missão cumprida”, concluiu a vereadora.
Dia histórico para o concelho
Segundo o presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, que inaugurou esta duas obras com a presidente da CCDR Lisboa e Vale do Tejo, Teresa Almeida, que substituiu a Ministra do Ambiente e da Energia, Maria da Graça Carvalho, cuja presença estava anunciada, mas que por motivos de agenda, não conseguiu comparecer. Dirigindo-se à vereadora Joana Baptista, o presidente da CMO referiu que a autarca “desenvolveu, ao longo destes últimos dois mandatos, o seu trabalho com um grande entusiasmo, dedicação e amor à sua terra”.
“Oeiras está a passar por uma fase transformadora, por um novo ciclo de desenvolvimento e essa é a nossa grande diferença relativamente a outros municípios. Nós queremos sempre mais, queremos sempre melhor. Não há ninguém mais ambicioso do que nós. E este dia, indiscutivelmente, é histórico porque representa a luta e a persistência que houve ao longo dos anos”.
“O que estamos a fazer aqui é uma manifestação relativamente a algo que, durante anos, uma minoria ruidosa deste concelho, ligada à extrema esquerda, afirmava que o problema das cheias em Algés só não se resolvia porque o Isaltino não queria”, criticou o autarca, que lembrou que a Ribeira de Algés passa por vários concelhos e que, por esse motivo, o problema não conseguia ser solucionado. “Todos os Governos, desde 2009, concordaram que esta obra era da responsabilidade do Estado”.
“O concelho de Oeiras, mais concretamente Algés, era quem mais sofria com o problema das cheias, e por isso, a autarquia disponibilizou-se para financiar com 50% dos custos dessa obra. O Governo assumiu a sua responsabilidade. A Ministra do Ambiente desenvolveu os esforços, e através dos fundos comunitários, vai disponibilizar 40 milhões de euros para esta obra”.
Mais 700 lugares de estacionamento em Algés
“Após esta obra, não haverá mais cheias em Algés, porque com a duplicação da ribeira, vai ser possível evitar as cheias. Portanto, vamos permitir mais segurança para os algezinos, e vai haver uma transformação extraordinária aqui em Algés”, considera Isaltino Morais”. O edil lembrou também que, para além da requalificação da Avenida dos Bombeiros Voluntários, haverá também lugar para a criação de mais 700 lugares de estacionamento naquela zona, e que irá ajudar a resolver “todo este estacionamento caótico, para que a Avenida dos Bombeiros Voluntários possa vir a ser uma das melhores avenidas deste país”.
“Os investimentos que fazemos são todos interconectados. Nós não fazemos um investimento e porque fazemos esse deixamos de fazer outro”, lembrou o autarca, salientando que todos os investimentos que a autarquia de Oeiras faz é para melhorar o concelho e fazer dele um dos melhores do país. “Quando fazemos habitação, não estamos a resolver só um problema de habitação. Não. A habitação tem uma influência extraordinária na atividade económica e social e cultural de um território. Quando nós fazemos habitação para dar apartamentos a professores, nós estamos a contribuir para uma melhor educação”, sustentou.
“Dentro de dois anos, não haverá mais cheias em Algés”, garante Isaltino
Esta inauguração incluiu uma visita ao troço canalizado que está a atualmente a ser
reabilitado, nas galerias da Ribeira de Algés. Neste troço, estão a ser “realizadas obras para corrigir determinadas patologias. Por exemplo, o chão estava todo corrompido. O pavimento da base da ribeira já tinha desparecido, e então, deste lado, está-se a meter, ferro e depois irá levar uma nova cobertura. Portanto, esta obra elimina a possibilidade de se abrirem novos buracos, como já aconteceu ali no Largo Comandante Augusto Madureira”, explicou Isaltino Morais aos jornalistas durante a visita.
No total, esta parte da reabilitação da Ribeira de Algés tem um custo de 1,8 milhões de euros, e contou com a comparticipação de 500 mil euros da Agência Portuguesa do Ambiente. Estas intervenções estão incluídas no protocolo assinado em janeiro deste ano entre o Governo e a Câmara de Oeiras. “Este será um investimento na ordem dos 40 milhões de euros e que vai consistir na construção de uma nova secção de ribeira. Esta tem quatro por dois metros e meio, e vai ser construída uma outra, de oito metros por quatro, ao longo da Avenida dos Bombeiros Voluntários”.
“Estamos a falar de uma secção com o dobro da capacidade desta onde nos encontramos, que vai permitir o escoamento em situações que está calculada para além das cheias dos 100 anos. Mas há outra vantagem, é que este troço funcionará sempre também como substitutivo, quer dizer, se encher do outro lado, também poderá ser utilizado este. A construção de bacias de retenção a montante também irá ser realizada, mas digamos que a obra que vai pôr termo às cheias é justamente a duplicação da ribeira”, reforçou o autarca de Oeiras.
Em outubro, a autarquia espera lançar, finalmente, o concurso público para as obras na Ribeira de Algés. “Estamos em condições de abrir o concurso público para a obra muito rapidamente. É uma obra que, apesar da sua dimensão, será realizada durante um ano e meio a dois anos. Portanto, considerando a dimensão do investimento, a obra vai realizar-se rapidamente, porque, na realidade, não é uma obra de engenharia complicada”.