“Já não tenho de pegar no carro para ir a Lisboa”, diz morador de Sacavém.

Ricardo Leão e Carlos Moedas reforçaram que são dois autarcas que põem os “interesses das pessoas” acima da luta partidária. Em mais uma ação conjunta, os edis participaram na viagem inaugural da carreira 731 que liga Lisboa ao território de Loures.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, e o presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão, participaram na viagem inaugural da carreira 731 que liga Lisboa ao território de Loures, no dia 27 de junho.

A decisão foi tomada no âmbito da colaboração entre as Câmaras de Lisboa e Loures, com o objetivo de obter melhores condições de transporte público para a população, através de soluções integradas entre concelhos.

Esta nova carreira vai permitir uma redução de transbordos e maior conforto para a população e uma ligação direta a zonas centrais da capital, com elevada procura como a Rotunda do Relógio, Campo Grande – Av. Brasil, Cidade Universitária e Sete Rios.
O prolongamento desta carreira, que antes terminava em Moscavide, permite uma redução no número de transbordos e, consequentemente, nos tempos de viagem e espera. Agora, a linha 731 foi estendida até Sacavém.

Amigos para sempre

Carlos Moedas e Ricardo Leão subiram ao autocarro, de “braço dado”, reforçando palavras de amizade eterna entre dois autarcas que têm cores políticas distintas e juras de “união” em prol dos “interesses dos cidadãos de Lisboa e de Loures”, como referiu Leão.

Durante a viagem, os autarcas, rodeados de um batalhão de jornalistas que se acotovelavam para conseguir a melhor foto ou o melhor plano, fizeram parte do percurso de pé, mas, na parte final, vieram para a traseira do autocarro, procurando passageiros “correntes” para saberem se o prolongamento da carreira “iria ajudar nas suas deslocações”. Uma passageira, a única que estava na traseira do autocarro, concordou com o alargamento da carreira, pois “vai ajudar a chegar mais rápido” ao destino.


Ao chegar a Sacavém, Ricardo Leão lançou o olhar para um prédio, informando Moedas que “foi ali que nasci”. Na última paragem, na cidade que viu nascer Leão, uma comitiva informal aguardava os edis, que distribuíram abraços, principalmente o autarca de Loures, às personalidades de Sacavém, que aguardavam pacientemente a chegada do 731, como o presidente da União de Freguesias de Sacavém e Prior Velho, Carlos Gonçalves, o pároco da freguesia Paul Kollithanathumalayil, bem como antigos vizinhos e amigos de Ricardo Leão.

Um senhor abeirou-se de ambos os autarcas para “agradecer” por esta medida. Depois de mostrar o novo passe aos edis, informou que a chegada do 731 a Sacavém representa uma nova mobilidade para ele e “muitos dos vizinhos” da cidade. Com este alargamento da linha, “já não tenho de pegar no carro para ir a Lisboa. Já está arrumado na garagem”, explicou o morador.

Interesses das pessoas “acima da política”

Ricardo Leão concordou com o conterrâneo e sublinhou que esta medida “vai ajudar milhares de pessoas que aqui vivem e que, antes, não tinham forma de apanhar meios de transporte diretos até Moscavide. Tinham de ir a pé”.

Leão reiterou ainda que “há autarcas no país que põem os interesses das pessoas acima dos partidos”. O autarca acredita que, apesar das “ideologias diferentes”, “é possível trabalhar em conjunto” e que ambos os presidentes “são bons exemplos disso”, nomeando “outros exemplos” em que a colaboração se sobrepôs às diferenças partidárias, como o BRT, “que vai revolucionar a mobilidade na zona oriental de Lisboa e Loures”, segundo Leão.

Carlos Moedas anuiu com o presidente Ricardo Leão, realçando a “boa cooperação” com o autarca de Loures: “É um orgulho, mas é sobretudo um exemplo que damos, um exemplo de que, como presidentes de câmara, estamos acima dos partidos”.

O edil lisboeta sublinhou que o prolongamento da carreira da Carris até Sacavém, “é uma grande mudança para a qualidade de vida das pessoas”, porque possibilita que os carros fiquem nas garagens em vez de circularem em Lisboa, trazendo mais comodidade.

“É este tipo de investimento e é este pensamento metropolitano que tem de ser feito em relação à Carris, que tem aqui um papel central”, afirmou o autarca de Lisboa, destacando o trabalho da empresa municipal também no elétrico 16, previsto para 2028, que fará a ligação entre o Terreiro do Paço e o Parque Tejo, e que, depois, ligará com o BRT (Bus Rapid Transit), que é responsabilidade da Câmara de Loures.

Os jornalistas aproveitaram para questionar o autarca sobre os problemas no funcionamento da Carris. Moedas respondeu que “queixas de 14 anos não se resolvem em três anos”, e destacou o investimento em curso de 165 milhões de euros, inclusive a aquisição de “mais de 400 autocarros” e a transição dos veículos de energia fóssil para elétricos.

O tabu da recandidatura

Carlos Moedas não quis abrir o jogo sobre uma hipotética recandidatura nas próximas eleições. Disse apenas que está “em reflexão”, sem responder quanto a um eventual acordo de coligação entre PSD e IL.

“É uma reflexão que tenho de fazer, que é importante, e quando tomar essa decisão anunciarei a todos os lisboetas, mas neste momento sou presidente de Câmara, continuo a trabalhar todos os dias, é isso que faço para resolver os problemas das pessoas”, afirmou Carlos Moedas.

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