Oeiras atribui 100 mil euros a investigação que encurta os tempos de diagnóstico do cancro

O presidente da Câmara de Oeiras presidiu à cerimónia de entrega da bolsa de investigação “Liga Portuguesa contra o Cancro Oeiras Valley”, no dia 20 de junho, no Palácio Anjos – Algés. Isaltino Morais sublinha que Oeiras continua a ser o lugar onde as boas ideias “se transformam em realidade”.

No âmbito de um protocolo celebrado entre o Município de Oeiras e o Núcleo Sul da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC-NRS), o presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, entregou, no dia 20 de junho, no Palácio Anjos, em Algés, a bolsa “Investigação em Oncologia na Era da Inteligência Artificial”, no valor de 100 000 euros e totalmente financiada pela autarquia.

Conforme foi explicado pela CMO, o portal da LPCC-NRS recebeu, desde o início de março, 20 candidaturas de investigadores oriundos dos mais conceituados institutos científicos e faculdades em Portugal, nomeadamente Fundação Champalimaud, Gulbenkian Institute of Molecular Medicine (GIMM), Nova Information Management School (NOVA IMS), NOVA Medical School, Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil (IPOLFG), entre outros.

A bolsa “Investigação em Oncologia na Era da Inteligência Artificial” tem como objetivo fomentar o desenvolvimento de projetos científicos que aliem a investigação clínica às novas tecnologias e explorem o potencial da Inteligência Artificial no rastreio, diagnóstico precoce, tratamento personalizado e inovação nos cuidados oncológicos.

De acordo com a Autarquia, a iniciativa resulta da aposta do Município de Oeiras em projetos inovadores de investigação clínica e tecnológica, aos quais alocou 1% do seu orçamento, com o objetivo de promover o talento e o desenvolvimento do conhecimento, estimulando o envolvimento público com a ciência e a investigação.

Oeiras é “viveiro” de ideias que melhoram a vida das pessoas

Isaltino Morais salientou que esta iniciativa “marca mais um passo firme na afirmação de Oeiras como território de ciência, de inovação e de compromisso com a saúde pública”.
“O cancro é, infelizmente, uma realidade que toca a todos. É um desafio humano, social e económico. E é por isso que não podemos ficar à margem. Temos de agir. E em Oeiras, agimos. A criação da Bolsa de Investigação Liga Portuguesa Contra o Cancro – Oeiras Valley, no valor de 100 mil euros, é disso exemplo”.


Para Isaltino Morais, ao ser uma bolsa exclusivamente financiada pelo Município de Oeiras, pois, que se saiba, não há em Portugal outra bolsa de investigação com este montante, isto “diz muito sobre a nossa visão e sobre a nossa ambição. Tenho tido o privilégio de acompanhar o florescimento de projetos extraordinários nas Ciências da Vida em Oeiras. Isso só foi possível porque apostámos, de forma consistente, na colaboração entre universidades, centros de investigação e instituições de referência”.

Foi esse ecossistema que “nos inspirou a criar esta bolsa, porque acreditamos que o conhecimento científico tem de ser transformado em soluções concretas para as pessoas”.
Segundo Isaltino Morais, a Inteligência Artificial está a mudar o mundo. “E na medicina, pode fazer toda a diferença. Diagnósticos mais rápidos, tratamentos mais eficazes, decisões mais informadas. É isso que queremos apoiar: projetos que combinem ciência, tecnologia e impacto real na vida das pessoas. Oeiras tem sido pioneira”.

O edil felicitou a investigadora vencedora do prémio, Rita Fiór, da Fundação Champalimaud, pelo trabalho “notável na medicina personalizada. O seu projeto é um exemplo claro de como a ciência pode salvar vidas”. Até porque a luta contra o cancro “é uma luta de todos”, e em Oeiras, “não nos limitamos a assistir: lideramos, investimos, acreditamos e fazemos acontecer”.

Isaltino Morais anunciou que Oeiras continuará a apoiar a investigação, a atrair talento, a criar oportunidades, pois “sabemos que é assim que se constrói um concelho mais justo, mais solidário e mais preparado para o futuro”.

O autarca aproveitou para salientar que o InnOValley – Fundo de Financiamento de Provas de Conceito, uma iniciativa que apoia projetos científicos com potencial para resolver problemas concretos da sociedade, é para continuar.

Mas há mais: “estamos a construir o Campus das Ciências da Vida, no coração da Vila de Oeiras. Um verdadeiro ecossistema de inovação, onde ciência, tecnologia e empresas se encontram para criar soluções para uma só Saúde”.

Segundo Isaltino Morais, Oeiras continua a ser o lugar onde as boas ideias “se transformam em realidade”.

Diagnósticos mais rápidos, tratamentos que salvam

Em conversa com o nosso jornal, a investigadora premiada explicou que o seu projeto de investigação “vai permitir que se faça um diagnóstico mais rápido da melhor terapia para dar ao doente. O nosso teste já está desenvolvido para o diagnóstico ser feito em apenas dez dias, mas, com o incremento do investimento vindo deste prémio, pretendemos que esse tempo seja ainda mais encurtado para dar uma resposta mais rápida ao doente”.

“Esta bolsa é essencial para diminuirmos a janela de tempo para que doentes comecem a ser tratados. Trata-se de uma medicina personalizada, que vai ajudar a otimizar os tratamentos que já existem”, explicou, acrescentando que este tipo de medicina personalizada vai acelerar os tratamentos dos doentes oncológicos – algo essencial para salvar vidas.

“Já há muitos tratamentos, mas as guidelines internacionais apontam para várias terapêuticas, para aquele doente em particular, mas os doentes têm de andar entre a tentativa e erro até encontrarem o melhor tratamento, sujeitos a toxicidade. Se tivermos um teste que aumenta a probabilidade de saber que determinado tratamento é o adequado, já não vai haver efeitos secundários e perda de tempo de tratamento”, apontou Rita Fiór.

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