Parque Papa Francisco “é um legado único”, defende D. Américo Aguiar

Os terrenos que acolheram milhares de jovens em 2023 vão transformar-se em espaços de lazer, cultura e desporto. A cerimónia de inauguração do Parque Papa Francisco contou com a plantação de uma oliveira alusiva ao sumo-pontífice nos terrenos onde Loures já investiu 3,5 milhões de euros em espaço verde.

Foi inaugurado, no dia 27 de junho, o Parque Papa Francisco, nos terrenos que pertencem à autarquia de Loures, na Bobadela. Foi ali, no mesmo local, que há cerca de dois anos se reuniu um milhão de jovens para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

Legado para a história

A cerimónia contou com a bênção do patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, e a participação do cardeal D. Américo Aguiar, que foi o coordenador-geral da JMJ. D. Américo Aguiar falou num legado único que fica para a posteridade, graças à organização desse evento.

“Quero agradecer o trabalho da Câmara Municipal de Loures pela realização deste grande encontro, porque foi a grande responsável pelo sucesso desta iniciativa”, referiu, agradecendo ainda ao ex-primeiro-ministro António Costa, a José Sá Fernandes, coordenador do grupo de projeto do  Governo para a JMJ e à Câmara de Lisboa.

“Eu digo ação de graças e gratidão à população, aos munícipes, aos autarcas e a todos aqueles que direta e indiretamente permitiram viver a Jornada Mundial da Juventude, sendo, como dizia o Papa Francisco, a jornada mais bem preparada em que ele tinha participado. Portanto, esse legado fica para a eternidade e este parque, com estes hectares, são um legado económico e ecológico da JMJ”, defendeu o Cardeal.

D. Américo de Aguiar enalteceu a criação do Parque, que se traduz na “vitória” da população “e uma reconquista deste território à frente do rio”.


Como forma de reconhecimento por todo o trabalho feito, o responsável católico ofereceu um solidéu (pequeno barrete usado pelas autoridades eclesiásticas) e um anel episcopal a Ricardo Leão.

D. Américo Aguiar aproveitou também para prestar um agradecimento àqueles que se envolveram na JMJ.

Oliveira de Francisco

A cerimónia contou com um gesto simbólico. Foi plantada uma oliveira, árvore que simbolizava a paz para o Papa Francisco e em relação à qual o Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, disse estar em perfeita sintonia com a “Laudato Si” e com a ecologia integral do Papa Francisco. “É no sentido de uma dinâmica e numa lógica de dignidade e de integralidade, a natureza ao ser humano e o ser humano à natureza”, afirmou durante a cerimónia e perante a assistência.

D. Rui Valério considerou que foi no Parque Papa Francisco que se realizaram “as melhores Jornadas da Juventude de sempre” e que o Papa, inspirado pelo clima de concórdia ocorrido durante as JMJ, pediu aos embaixadores dos países do mundo em Roma, que pusessem os olhos no “exemplo” de Portugal, promovendo a paz no mundo.

D. Rui Valério pediu uma bênção divina para o Parque e para todos aqueles que o visitem.
“Um parque para grandes eventos”

A autarquia de Loures garante ter em marcha uma série de iniciativas para este novo espaço. O presidente da Câmara Municipal, Ricardo Leão, adianta que já se investiram 3,5 milhões de euros em espaço verde e de lazer, garantindo que já foram plantadas 550 árvores e que serão plantadas mais 500.

Ricardo Leão explicou que a criação do Parque veio dar lugar a uma nova realidade, numa frente ribeirinha que estava ocupada com pilhas e pilhas de contentores “de 6 a 7 pisos”, para ser transformada num espaço gigantesco (equivalente a 70 campos de futebol) de “bem-estar e convívio para a população”.

“Agora, o Governo vai dar-nos a posse administrativa destes terrenos, o que está para breve, para lançarmos um conjunto de concursos públicos para a construção de parques de padel, campos de ténis e espaços de restauração. Mas, não só, este parque vai ser também uma referência para grandes eventos musicais e grandes festivais”, atirou.

Numa operação de “charme”, Ricardo Leão desafiou Roberta Medina, do Rock In Rio, a apostar na realização dos mega-acontecimentos culturais no Parque, no sentido de pôr o Parque Papa Francisco no “mapa dos grandes eventos” da Grande Lisboa.

Roberta Medina usou da palavra para confirmar que o desafio estava “aceite” da parte da sua empresa.

Leão aproveitou para anunciar que todo o espaço será regado com água não potável proveniente da Estação de Tratamento de Beirolas, pois “não faz sentido fazer a rega dos espaços públicos com água potável, devido à sua escassez e aos ganhos económicos” para o Município.

No mesmo âmbito, revelou ainda que a autarquia irá criar uma ponte pedonal, que atravesse o IC2, e o prolongamento de um caminho até ao Parque, para a população “poder usufruir deste equipamento único”.

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