Habitação Jovem na antiga morada do médico de D. João VI

No dia 11 de julho, o presidente da Câmara Municipal de Oeiras presidiu à cerimónia de lançamento da primeira pedra do novo edifício de Habitação Jovem no centro histórico de Queluz de Baixo. 

“A recuperação de edifícios como este tem um significado especial e um impacto extraordinário no tecido urbano”, sublinhou o presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, no dia 11 de julho, durante a cerimónia de lançamento da primeira pedra do novo edifício de Habitação Jovem, que irá nascer no centro histórico de Queluz de Baixo.

O evento marcou o início oficial da reabilitação das ruínas do Palácio Restani, um projeto estruturante que conjuga a preservação do património arquitetónico com respostas sociais concretas, segundo o autarca.

De recordar que o Palácio Restani era a residência do médico oficial do rei. Este palácio, que antigamente se designava como “Quinta do Raio”, foi mandado construir no início do Século XIX por D. João VI, no intuito de servir de residência à família do médico da Casa Real, e que na altura estava instalada no Palácio de Queluz. Em 1908, o edifício foi adquirido pelo pai de Alfredo Ramos da Silva, casado com uma senhora italiana de apelido Restani, tendo passado esse imóvel, desde então, a ser conhecido por Palácio Restani.

Comprar a privados para converter em habitação pública

Isaltino Morais lembrou os antecedentes da intervenção neste espaço. “Aqui há uns anos, os partidos da oposição diziam ‘que era uma vergonha’ o estado de degradação do Palácio Restani, mas o palácio era privado”, tendo o Município que acordar com os proprietários a compra do imóvel e da Praça, já intervencionada.

“Tivemos que negociar, mas é interessante porque o antigo proprietário cedeu à Câmara Municipal por antecipação, porque estava em curso o loteamento da Quinta da Rainha, que era do mesmo indivíduo. Ora, acontece que vamos agora iniciar a obra do palácio, mas curiosamente o proprietário ainda não recebeu nada porque, entretanto, como a Quinta está próxima do Palácio de Queluz, a Direção-Geral da Cultura e do Património deitou tudo abaixo… Quem está prejudicado é o proprietário. Este país é assim. Estava tudo bem, mas, de repente, um fulano qualquer da cultura diz que não está nada bem…”

Ainda assim, Isaltino Morais sublinhou que o Município não vai abrandar na aquisição de imobiliário devoluto no concelho, até porque os munícipes necessitam de casas para viver. E, em Oeiras, a habitação condigna é uma das prioridades do Executivo, segundo o autarca.

A acompanhar o autarca esteve o Executivo Municipal e a presidente da Junta de Freguesia de Barcarena, Bárbara Silva, reforçando o envolvimento das diferentes entidades locais neste esforço conjunto de regeneração urbana.

A intervenção vai permitir a criação de sete apartamentos destinados a jovens – cinco T0 e dois T1 Duplex – no âmbito do Programa Habitação Jovem, uma iniciativa municipal totalmente financiada pela Câmara de Oeiras, que visa transformar edifícios devolutos dos centros históricos em habitações com rendas acessíveis.

Habitação jovem e lar de idosos

Para além da vertente habitacional, o projeto contempla ainda a instalação de um espaço de apoio à população idosa, no piso térreo do edifício, promovendo a convivência intergeracional e a coesão comunitária.

Com um investimento municipal superior a 2,2 milhões de euros e uma previsão de execução de um ano, esta segunda fase de intervenção no Palácio Restani dá continuidade à requalificação já realizada da praça e do muro envolvente. A obra manterá as fachadas principais do edifício, respeitando a sua traça original, devolvendo uma nova função social.

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