O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, presidiu hoje, dia 28 de julho, à cerimónia de entrega de chaves de 42 habitações, disponibilizadas no âmbito de diversos programas municipais de acesso à habitação, e de 27 espaços não habitacionais que serão transformados em comércios ou pequenos negócios.
A sala onde se proclamou a República em Portugal, no dia 5 de outubro, e que já recebeu “reis e rainhas”, como lembrou Carlos Moedas, não teve capacidade física para acolher “o povo” de Lisboa, que se concentrou no salão palaciano para receber as chaves de uma casa nova ou de um novo negócio.
Não cabia nem mais agulha no salão nobre do Município de Lisboa. Entre moradores e as suas famílias, técnicos da Câmara, e o staff de Carlos Moedas, no dia de hoje, 25 de julho, o espaço ficou curto, mas houve festa na mesma.
Assinatura em bandeira da Ucrânia
Os felizes contemplados com a atribuição de uma habitação pública mantiveram-se ordeiros. Mas uma senhora eslava rompeu o protocolo. Depois de receber as chaves da sua casa, a ucraniana pediu a palavra para mostrar, com lágrimas, o seu agradecimento ao Município e ao país que a acolheu. Pediu “paz para todos” e um autógrafo de Carlos Moedas na bandeira ucraniana. Algo surpreendido, o autarca concedeu o desejo à nova lisboeta de olho azul, que o abraçou calorosamente em sinal de agradecimento.
É esta a “humildade” e o “bem receber” com que os moradores dos bairros de habitação pública de Lisboa estarão a presentear o presidente da Câmara sempre que faz uma visita a estes bairros municipais, segundo o testemunho de Moedas.
O autarca entregou as chaves de 42 habitações, disponibilizadas no âmbito de diversos programas municipais de acesso à habitação, e de 27 espaços não habitacionais que serão transformados em comércios ou em pequenos negócios locais.
Carlos Moedas sublinhou que, ao abrigo deste programa de habitação pública, foram já entregues 2706 casas neste mandato. E não são só para as classes mais desfavorecidas, diz o autarca, mas também aos “jovens (de classe média) profissionais, como enfermeiros, professores, polícias, que não conseguem pagar uma casa na cidade”.
O edil aproveitou para publicitar o programa de apoio ao arrendamento, que se traduz em ajudas monetárias para que os moradores possam chegar ao fim do mês de forma mais desafogada, graças ao apoio da CML. “Peço-vos que digam aos vossos amigos, que temos um programa que já ajudou 1200 famílias, para as pessoas chegarem ao fim do mês e possam governar a casa”, solicitou, explicando que esta medida foi gizada pela vereadora Filipa Roseta.
“Havia um grupo de pessoas de classe média que não estava a conseguir aceder à habitação. Foi a vereadora Filipa Roseta que traçou este plano”, informou, enaltecendo o papel “fundamental” da vereadora da Habitação do seu Executivo.
Carlos Moedas entregou ainda as chaves de 27 espaços não habitacionais que serão transformados em comércios ou pequenos negócios. Estes espaços não habitacionais, localizados em vários bairros municipais, são os primeiros que a Câmara Municipal de Lisboa vai entregar ao abrigo do concurso “A Minha Loja”.
Lançada pelo Executivo presidido por Carlos Moedas no passado mês de fevereiro, esta iniciativa vai permitir a instalação nos bairros de lojas de diferentes atividades económicas, contribuindo assim para promover a sua dinamização económica e a empregabilidade local.
“Com a iniciativa ‘A Minha Loja’, que a autarquia realiza pela primeira vez, queremos promover a dinamização económica dos nossos bairros, reforçar os serviços de proximidade ao dispor dos seus residentes, estimular a empregabilidade local e promover a coesão social”, sublinha Carlos Moedas, destacando “o investimento sem precedentes que tem vindo a ser concretizado por este executivo nos bairros municipais da cidade”.
Os espaços não habitacionais hoje entregues estão distribuídos por 16 bairros municipais, de 12 freguesias do concelho, estando cada espaço associado a necessidades prioritárias identificadas em articulação entre Juntas de Freguesia, Gebalis, Grupos Comunitários e Associações de Moradores, garantindo que a oferta responde às especificidades de cada território.
Os 27 projetos vencedores incluem atividades económicas que vão desde mercearias, lavandarias e papelarias, até negócios de estética, moda, costura, gastronomia, cultura, mobiliário artesanal e terapias. A grande maioria destes projetos foi apresentada por moradores dos bairros, reforçando o objetivo de promover a integração profissional e o desenvolvimento local.
Carlos Moedas afirmou que este programa “é um dos mais interessantes” em curso na autarquia porque possibilita que as pessoas “montem os seus negócios nos seus bairros”, fazendo “vida” nos locais onde habitam, dinamizando as comunidades locais.
O concurso “A Minha Loja” integra-se na estratégia municipal de valorização dos bairros, que inclui também o concurso “O Meu Bairro“, dedicado a atividades sem fins lucrativos nas áreas sociais, culturais, desportivas e recreativas, com candidaturas abertas até 5 de setembro.