A candidatura de Isaltino Morais reuniu 9.600 assinaturas, que já foram entregues no Tribunal de Oeiras. O autarca aproveitou para agradecer aos oeirenses o facto de terem ajudado a mais do que duplicar o número de assinaturas necessárias para formalizar a candidatura.
A nova Lei Eleitoral Autárquica, aprovada pelo PS e PSD em agosto de 2020 — que gerou grande polémica na altura e que foi prontamente contestada pelos autarcas independentes que alegaram dificultar as candidaturas independentes, como a de Isaltino Morais — obriga os Grupos de Cidadãos Eleitores (GCE) a recolher nos concelhos com mais de 135 mil eleitores exatamente 4 mil assinaturas.
Para concorrer às freguesias, o mínimo são 3% de proponentes do universo de eleitores por cada Junta. Os proponentes têm de estar recenseados no concelho em causa e as assinaturas feitas presencialmente.
Pois bem, o candidato independente Isaltino Morais superou largamente as exigências da lei e deu conta da sua “vitória” rejubilando com o apoio popular, conseguido nas ruas do concelho entre o povo oeirense, no dia de ontem, dia 11 de agosto.
Isaltino Morais apresentou no Tribunal de Oeiras as candidaturas necessárias para concorrer às eleições autárquicas de outubro. O líder do Município fez-se acompanhar dos candidatos e de muitos apoiantes, entre os quais se contavam muitos jovens, para a formalização da sua candidatura a mais um mandato como presidente de Câmara.
Ao longo das últimas semanas, a candidatura “Isaltino Inovar Oeiras 25” andou pelas ruas do concelho a recolher assinaturas para formalizar a corrida a mais um mandato.
Agradecimento aos apoiantes
Isaltino Morais, em vídeo partilhado no Instagram, agradeceu o apoio dos oeirenses, a quem enviou “um grande abraço caloroso” e “um reconhecimento afetuoso”, pois “sem eles não era possível apresentar a candidatura”.
E enalteceu o facto de a recolha de assinaturas ter superado as expectativas. “Eram necessárias 4 mil assinaturas. Conseguimos reunir 9.600, ou seja, mais do que duplicámos o número de assinaturas” necessárias para a formalização da candidatura.
Visivelmente bem-disposto, Isaltino Morais apelou aos munícipes para não ficarem em casa nas eleições autárquicas de outubro. “No dia 12 de outubro, vá votar”, concluiu, aplaudido pelos muitos jovens que estavam a seu lado neste ato simbólico, gritando: “É, é, é, Isaltino é que é”.
Apoio do PSD “é bem-vindo”
Em julho, após ter recebido o apoio da Comissão Política Nacional do PSD, o presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, recandidato nas autárquicas de outubro, reafirmou a independência do seu projeto, mas assumiu que “todo o apoio é bem-vindo” e que o do PSD reconhece as “políticas sociais-democratas” do Município de Oeiras.
Em declaração por escrito à Lusa, declarou então: “A minha candidatura é independente e é com base nela que queremos manter a confiança dos oeirenses, mas naturalmente que todo o apoio é bem-vindo e este apoio do PSD significa que o partido se revê nas políticas sociais-democratas que têm sido desenvolvidas por este movimento independente ao longo dos últimos anos”.
Em 2005, Isaltino Morais pediu a desfiliação do PSD, que não apoiou a sua candidatura em Oeiras às autárquicas desse ano, sob a liderança de Marques Mendes.
Isaltino Morais, que foi também ministro das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente, no Governo de Cavaco Silva, foi eleito presidente da Câmara de Oeiras pela primeira vez em 1985, nas listas do PSD, renovando o mandato nas eleições de 1989, 1993, 1997, 2001, 2005, 2009, 2013, 2017 e 2021 – nestes dois últimos mandatos já como independente.
O autarca transmontano é considerado por muitos dos seus seguidores como um “autarca modelo”, pese embora os problemas com a Justiça no passado, e um verdadeiro dinossauro da política autárquica portuguesa. Devido à lei da limitação de mandatos, as autárquicas deste ano serão as últimas a que poderá concorrer no Município onde reside há quatro décadas e que ajudou a mudar radicalmente.