Alexandra Leitão acusa Carlos Moedas de ter deixado Lisboa pior na habitação e na higiene urbana e sem respostas para as famílias. Estas acusações foram feitas durante a apresentação do candidato do PS à Junta de Freguesia da Estrela, Luís Filipe Monteiro, que prometeu apoiar o comércio local, reabrir as instalações da antiga Junta de Freguesias de Santos e combater o excesso de ruído provocado nas zonas de diversão nocturna.
O professor Guilherme de Oliveira Martins e a jornalista Maria Antónia Palla são dois dos nomes de peso da lista socialista candidata à junta de Freguesia da Estrela, que tem como mandatária a actriz Maria do Céu Guerra e que é liderada por Luís Filipe Monteiro que advoga uma junta mais próxima das populações para resolver os problemas existentes, designadamente os da higiene urbana e dos ruído nocturno.
Alexandra Leitão, cabeça de lista de PS/Livre/BE/PAN à Câmara de Lisboa nas próximas autárquicas, afirmou que a higiene urbana da cidade está “mal gerida”, porque Lisboa “nunca foi tão suja e nunca cheirou tão mal”, propondo a recolha sete dias por semana, uma central de lavagem de contentores e um estudo de carga sobre esta matéria.
Luís Monteiro afiança que uma das suas principais preocupações refere-se à higiene urbana e, por isso, pretende reorganizar contentores e limpeza rápida da junta e realizar campanhas de fiscalização reforçada.
Gestor de condomínio
A socialista, que acusou Moedas de ser um mau gestor de condomínio, a política de habitação foi um dos pontos principais do discurso de apresentação da candidatura de Luís Monteiro, com Alexandra Leitão a assumir o objetivo estratégico a longo prazo de Lisboa vir a ter 20% de habitação pública. Para o próximo mandato, prometeu acelerar a construção municipal para arrendamento acessível, mencionando os projetos do Restelo, Marvila e Tapada das Necessidades que não viram avanços durante a gestão da direita no executivo da cidade.
No mandato de Moedas, “não foi construído um único fogo de habitação na zona ocidental”, acrescentou a candidata da coligação Viver Lisboa. “A emergência da habitação exige que tenhamos todas as ferramentas públicas ao nosso dispor”, incluindo o recurso ao setor privado e cooperativo. Alexandra Leitão propõe que seja concedida uma majoração na construção para os promotores que aceitem locar 25% da construção para arrendamento acessível.
Alexandra Leitão diz que também é necessário “mobilizar os devolutos”, e que “só na freguesia de Arroios há mais de três mil devolutos, muitos são municipais e do Estado”. E deu o exemplo dos imóveis da Segurança Social “que podem ser imediatamente mobilizados”.
O candidato socialista à Estrela, indo ao encontro das aspirações de Alexandra Leitão, comprometeu-se a criar um gabinete de habitação de apoio às famílias, criar uma bolsa de habitação jovem e promover parcerias com universidades para fixar estudantes na freguesia.
Unidos contra Moedas
No mesmo sentido foram os discurso da antiga secretária de Estado da Igualdade no XVIII Governo Constitucional e candidata à freguesia da Estrela, Elza Pais, que fez questão de referir que Lisboa precisa dos seus melhores, de Patrícia Rebelo, do Livre, que saudou a decisão do governo de reconhecer o Estado palestiniano, da actriz Carolina Serrão, do Bloco de Esquerda, que falou da especulação imobiliária ma freguesia. Davide Amado, presidente da FAUL, que garantiu que os socialistas vão combater a desigualdade.
Todos, à semelhança de Alexandra Leitão, foram unânimes em criticar Moedas e Luís Newton, actual presidente da junta de freguesia da Estrela, por não terem limitado o alojamento local, sem a qual não será possível “libertar casas para arrendamento duradouro”, acusando Moedas de não ter cancelado registos de Alojamento Local quando o podia ter feito.
“Lisboa precisa de equilíbrio entre turismo e casa para as pessoas viverem, os lisboetas não têm casas que possam pagar”, defenderam.
Luís Monteiro, que também não se coibiu de criticar Luís Newton e Carlos Moedas, considera a freguesia tem de ter um presidente e um executivo que ande nas ruas, que preste atenção e tenha tempo para ouvir os moradores, comerciante, no fundo todos os desejam uma Estrela limpa, cuidada e responsável e defensora de todos no que diz respeito às responsabilidades do Município.
Ou seja, uma Junta de Freguesia de portas abertas e em que todos sejam recebidos como recebem as vossas visitas, dando garantias de uma Freguesia cuidada e limpa.
Morador na Freguesia há 64 anos, Luís Monteiro promete, em termos de mobilidade, mais lugares exclusivos para moradores e ciclovias seguras, autocarro do bairro com horários reforçados e mais paragens essenciais, requalificação de passeios degradados, assim como cruzamento elevados com prioridade às ruas críticas identificados em conjunto com os moradores.
Abrir os espaços públicos
Quanto aos espaços públicos e comunidades, o candidato à Estrela quer reabilitar o jardim da Estrela e a Tapada das Necessidades, reabertura de espaços públicos devolutos para associações, cultura e oficinas de bairro.
Em relação ao comércio local, Luís Monteiro promete uma redução de taxas de ocupação pública (a Estrela tem as taxas mais altas de Lisboa), Dias do comércio, feiras e mercados de bairro, micro-programas de apoio a lojas tradicionais e cafés de bairro e uma incubadora de StartUps e novos espaços de proximidade.