O secretário-geral do PS salientou esta sexta-feira os compromissos do candidato socialista em Loures, Ricardo Leão, com a “habitação condigna para as famílias vulneráveis” e manifestou confiança que o partido vai reforçar a maioria no concelho nas autárquicas de outubro. Por seu turno, Ricardo Leão apresentou a recandidatura à presidência da câmara de Loures, com críticas a quem duvidava do apoio do PS, garantindo estar “mais forte e mais unido” para as autárquicas de outubro.
O socialista Ricardo Leão apresentou a recandidatura à presidência da câmara de Loures, com críticas a quem duvidava do apoio do PS, garantindo estar “mais forte e mais unido” para as autárquicas de outubro.
Ricardo Leão, que se recandidata a um segundo mandato na presidência da Câmara de Loures, no distrito de Lisboa, falava na sexta-feira à noite, durante um jantar comício que encheu o pavilhão Paz e Amizade, que juntou mais de mil apoiantes, e contou com a presença do secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, do ex. ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro e da presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS, Carla Tavares, e de vários autarcas socialistas.
“Há um ano e meio, sempre que me entrevistavam, perguntavam-me: `Você sente o apoio do PS na sua candidatura? ` Está aqui a prova. Está aqui o PS. Está aqui o PS unido à volta da candidatura à Câmara Municipal de Loures. Está aqui a resposta”, afirmou.
O anúncio da recandidatura de Ricardo Leão, no início de 2025, tinha coincidido com a polémica em que esteve envolvido ao defender o despejo, “sem dó nem piedade”, de inquilinos de habitações municipais que participaram nos distúrbios ocorridos na Área Metropolitana de Lisboa, em outubro de 2024.
O episódio, um dos mais marcantes do mandato, levou a que vários militantes do PS, incluindo o ex-primeiro-ministro António Costa, criticassem o seu posicionamento político.
Num discurso de quase uma hora, sob o lema “sim, continuar a fazer”, o autarca destacou os investimentos realizados durante o mandato e teceu críticas à gestão anterior de oito anos da CDU (2013-2021).
“Quando há quatro anos, o Partido Socialista venceu a Câmara Municipal de Loures, encontrámos um concelho inerte, acomodado e parado no tempo”, referiu.
Sobre o futuro, o autarca destacou investimentos na segurança, com a instalação de 230 câmaras de videovigilância, e na mobilidade, com a chegada do metropolitano (Linha Violeta) à cidade de Loures.
Para o final de discurso, Ricardo Leão deixou uma pequena referência à área da habitação e à polémica com as demolições de habitações precárias que têm ocorrido no concelho, com especial incidência no bairro do Talude Militar.
“Estamos a encontrar soluções, já as temos para combater e erradicar as barracas do nosso concelho, mas com regras. Um concelho sem regras é um concelho sem futuro”, sublinhou.
“Garantias estão no PS”
Já para José Luís Carneiro é no PS que estão as garantias de “humanismo, compreensão, tolerância e uma sociedade aberta”, enumerando os “compromissos muito concretos” do partido para o “bem-estar de todos”.
Com o atual mandato de Ricardo Leão marcado pelo processo de demolições de construções precárias no Bairro do Talude Militar, Carneiro salientou, como primeiro exemplo dos compromissos da candidatura, a intenção de garantir “habitação condigna para as famílias mais vulneráveis”, bem como para a classe média e os mais jovens.
“Quando este município está a investir em quase 300 novas habitações para mais de 1.200 pessoas, o que está a reafirmar é o nosso compromisso com um valor constitucional fundamental, o direito à habitação de todas e de todos”, acrescentou.
O líder socialista enfatizou também o compromisso do município com a escola pública, referindo o “investimento em novas escolas” e “criação de condições para que todos os jovens encontrem na escola um verdadeiro espaço de igualdade, cidadania e progresso social”.
Na saúde, Carneiro elogiou o compromisso de Ricardo Leão nessa área, afirmando que o autarca se está a substituir ao Governo a “garantir melhor saúde à sua comunidade local”, depois de acusar o executivo de “criar uma ilusão” sobre a resolução dos problemas.
Para o secretário-geral, esta candidatura é um “compromisso de desenvolvimento” assente nos objetivos de “valorizar e qualificar a vida das pessoas”, do território e das infraestruturas e equipamentos culturais.
“Estas são as três grandes prioridades das políticas locais, dos autarcas do Partido Socialista e essa é a razão por que Ricardo Leão vai reforçar a sua maioria nas próximas eleições do dia 12 de outubro”, concluiu.
“Coragem de decidir”
Por último, o presidente da concelhia do PS de Loures, Ricardo Lima, que é também candidato à junta de Freguesia de Moscavide e Portela, salientou que Ricardo Leão “é hoje uma das maiores referências nacionais no poder local. Um autarca que se distingue pela coragem de decidir, pela capacidade de fazer e pela visão clara de transformar Loures num concelho mais justo, mais moderno e mais próximo das pessoas”.
Ricardo Lima sublinhou, por outro lado, que para a Assembleia Municipal, os socialistas apresentam “uma candidatura encabeçada por alguém com enorme qualidade política, credibilidade e experiência, alguém que dá garantias de liderança, de rigor e de capacidade de unir a diversidade do concelho em torno de soluções concretas, a Susana Amador.”
Para Ricardo Lima, “no conjunto, esta é a única candidatura que apresenta uma equipa completa, credível, com provas dadas e com projetos claros para cada freguesia e para o concelho como um todo. Uma candidatura que alia experiência a renovação, proximidade a visão estratégica, coragem a resultados.
Candidatos às Juntas
Às dez freguesias e uniões de freguesias do concelho, o PS apresentou os seguintes nomes: União de Freguesias Moscavide e Portela – Ricardo lima; Junta de Freguesia da Lousa – José Grossinho; Junta de Freguesia de Loures – António Firmino; Junta de Freguesia de Bucelas – Hélio Santos; Junta de Freguesia de Fanhões – António Emídio; União de Freguesias de Santo Antão e São Julião do Tojal – Luís Matias; União de Freguesias de Camarate Unhos e Apelação – Renato Alves; União de Freguesias de Santo António dos Cavaleiros e Frielas – Jorge Silva; União de Freguesias de São João da Talha, Santa Iria de Azóia e Bobadela – Samuel Saldanha; e União de Freguesias de Sacavém e Prior Velho – Carlos Gonçalves.
Alternância de poder
Em termos políticos, o concelho de Loures, no distrito de Lisboa, tem assistido desde 1976 (ano das primeiras eleições autárquicas) a uma alternância entre o PS e a CDU (PCP/PEV) na presidência da Câmara.
Depois de duas décadas de governação comunista (1979-2001), com nomes como Severiano Falcão (1979-1990), Demétrio Alves (1990-1999) e Adão Barata (1999-2001), a presidência do executivo passou para o PS, sob a liderança de Carlos Teixeira (2001-2013).
Na sequência das eleições autárquicas de 2013, já com a lei de limitação de mandatos aprovada, o antigo deputado comunista Bernardino Soares reconquistou a autarquia, após 12 anos de presidência socialista.
Nas eleições autárquicas de 2021, somados oito anos de gestão e ainda com um mandato possível, Bernardino Soares perdeu as eleições para o socialista Ricardo Leão, eleito sem maioria absoluta.
Concorrem à presidência da Câmara Municipal de Loures nas eleições autárquicas de 12 de outubro Ricardo Leão (PS), Gonçalo Caroço (CDU), Nélson Batista (PSD), Bruno Nunes (Chega), Luís de Sousa (Coligação Livre/BE/PAN), Isabel Elias (MPT), Luís Martins (IL) e João Gomes (ADN).
O atual executivo de Loures é composto por quatro eleitos do PS, incluindo o presidente, quatro da CDU, dois do PSD e um do Chega. A Assembleia Municipal é liderada pelo PS, também sem maioria absoluta.