O movimento independente “Isaltino Inovar Oeiras 25” apresentou este sábado, no Palácio dos Aciprestes, em Linda-a-Velha, a sua lista de candidatas à Câmara Municipal e à Assembleia Municipal de Oeiras. A candidatura é liderada pelo atual presidente da autarquia, Isaltino Morais, que se recandidata a mais um mandato naquele que é considerado um dos municípios mais ricos do país. O movimento, liderado por Isaltino Morais, apresenta como candidata à presidência da Assembleia Municipal a juíza desembargadora jubilada Maria do Rosário Barbosa.
”Juntos continuamos a construir um futuro melhor para Oeiras, com políticas que colocam as pessoas em primeiro lugar”. Estas são, de certa forma, as ”linhas mestres” da campanha de Isaltino Morais para Oeiras. Este sábado, Isaltino fez a apresentação oficial dos candidatos do movimento Inovar Oeiras 25, o que, de certa forma, marcou o arranque oficial da campanha do autarca, que completa em 2025 quarenta anos de domínio político no concelho, apenas interrompidos por curtos períodos.
A força da sua imagem pessoal é tal que a propaganda eleitoral do movimento dispensa apelido, fotografia ou referência partidária. Nos outdoors espalhados pelo município surge apenas a inscrição “Isaltino”, acompanhada da sigla “TM”, numa alusão ao conceito de “marca registada”.
Desde que iniciou a sua carreira política em Algés, por volta dos 35 anos, Isaltino Morais transformou Oeiras de um subúrbio de Lisboa num dos concelhos mais prósperos do país. O domínio é tão marcante que, ao longo de quatro décadas, só por uma vez foi verdadeiramente ameaçado. Nas eleições de 2021, conquistou 38.776 votos, deixando muito atrás os adversários diretos.
Se vencer em outubro, iniciará o terceiro mandato consecutivo após o regresso em 2017, já perto de completar 80 anos. A marca “Isaltino” mantém-se assim no centro da política local, consolidando uma imagem que, para muitos habitantes do concelho, se confunde com a própria identidade de Oeiras.
Juíza é candidata a presidente da A.M.
A juíza desembargadora jubilada, Maria do Rosário Barbosa, com uma vida dedicada à Justiça e ao serviço público, passando por vários tribunais e assumindo responsabilidades de grande relevância, é a candidata do movimento ”Isaltino Inovar Oeiras 25” a presidente da Assembleia Municipal de Oeiras.
Com uma longa carreira na área da Justiça, com uma passagem em 1984 pelo Tribunal Judicial de Oeiras, Maria do Rosário Barbosa, que passou pelos Tribunais da Relação de Évora, Porto e Lisboa, onde exerceu funções na área Cível, pretende, à frente da A.M., “congratula-se em estar num Município em que a Habitação é uma prioridade! Isso para mim é um orgulho.”
Residente em Oeiras desde 1990, Maria do Rosário conhece bem o concelho e, por isso, quer agora dar o seu contributo cívico, contribuindo ”para uma maior aproximação entre a Assembleia Municipal e a comunidade”.
A candidata a presidente da Assembleia Municipal recordou que foi com Isaltino Morais, que conheceu nos bancos da Faculdade de Direito de Lisboa, que Oeiras deixou de ter barracas, louvando o discernimento do atual executivo em manter a ”aposta na habitação pública, contribuindo assim para a melhoria da qualidade de vida dos residentes no concelho”.
Por seu turno, Isaltino Morais, que apresentou o seu programa para o próximo mandato, realçou que Oeiras é ”um motor económico da Área Metropolitana de Lisboa e do País. Com quase 30.000 empresas (640 por cada quilómetro quadrado)”, gerando anualmente uma riqueza superior a 36 mil milhões de euros – mais 44% face a 2020 – e empregando mais de 168 mil pessoas.
”Somos líderes em investimento e exportações. Temos o segundo maior número de grandes empresas em Portugal, o segundo maior volume de negócios e o segundo maior Valor Acrescentado Bruto (VAB). Só a capital nos supera nestes indicadores. Somos uma comunidade altamente qualificada, que possui o maior rendimento per capita em Portugal. A nossa qualidade de vida, segurança e bem-estar são referências nacionais”, salientou, sublinhando que tudo isso ”resulta de décadas de muito trabalho, apoiado no planeamento a longo prazo e em políticas estáveis, com uma noção clara das necessidades do presente, mas uma visão ambiciosa para o futuro do concelho”.
”Em 2017 tinha encontrado a Câmara Municipal completamente desorganizada. Não podia aceitar aquilo em que Oeiras se havia tornado em poucos anos: um concelho apático, sem visão, sem futuro, sem visibilidade e prestígio nacional e internacional. Corríamos o sério risco de perder tudo aquilo que tínhamos conquistado ao longo de décadas e com tanto trabalho e persistência”.
Novo ciclo de desenvolvimento
Por isso, como faz questão de adiantar, ”lançámos em 2017 aquilo a que chamei de um Novo Ciclo de Desenvolvimento. Queríamos voltar a colocar Oeiras à frente do seu tempo. E conseguimos. Recuperámos a cultura de planeamento estratégico, reorganizámos os serviços municipais, reconquistámos a dinâmica e o entusiasmo”. E, neste mandato que agora termina e que teve início em 2021, acelerou este Ciclo de Desenvolvimento.
A habitação foi uma prioridade absoluta. Antecipando que a crise habitacional seria grave, elaborou o Plano Municipal de Habitação 2030 e a Estratégia Local de Habitação. Implementou 14 novos programas de habitação, para construir 745 novas casas. Lançou ainda um concurso para adquirir 230 casas a privados. Avançou com a requalificação de 3.472 casas em bairros municipais. Também continuou o Programa de Habitação Jovem nos Centros Históricos, com 21 casas já reabilitadas, 27 em obra e 75 em projeto.
Na Educação, promoveu uma política transformadora centrada na equidade, na qualidade das aprendizagens e na inovação pedagógica. O Programa de Bolsas de Estudo apoiou milhares de jovens no acesso ao ensino superior. Disponibilizou às escolas apoio financeiro regular para desenvolver projetos pedagógicos. Os Centros de Apoio ao Estudo acompanharam mais de mil alunos do 1.º ao 3.º ciclo. Reabilitou e modernizou mais de 40 escolas, com um investimento superior a 30 milhões de euros, incluindo a renovação da EB Gil Vicente, em Queijas, e a tão aguardada requalificação da ES Prof. José Augusto Lucas, em Linda-a-Velha.
Apoio social
O Apoio Social continuou a ser uma prioridade, com uma política de proximidade e abrangência, reforçando o apoio aos mais vulneráveis, promovendo a inclusão social e investindo na promoção do envelhecimento ativo e saudável.
Ao mesmo tempo, o executivo de Isaltino melhorou a saúde pública local, tanto em infraestruturas como em literacia e acesso a cuidados de proximidade, desenvolvendo programas para garantir a igualdade de oportunidades e combater a exclusão social, assegurando que todas as pessoas, independentemente da idade ou condição, se sintam parte integrante da nossa comunidade.
A Cultura posicionou-se como fator de coesão e afirmação da identidade de Oeiras. Temos uma política cultural abrangente, com uma programação que vai ao encontro da diversidade da comunidade oeirense, desde o folclore à ópera, passando por exposições de grande qualidade, fazendo do concelho um dos centros culturais mais dinâmicos da AML. ”Isto sem esquecer o hercúleo trabalho que está em curso no domínio da recuperação patrimonial e na construção de novos equipamentos culturais”, referiu.
No Ambiente, consolidou Oeiras como referência nacional em sustentabilidade urbana. ”Hoje, contamos com 815 hectares de estrutura verde, o maior valor do país por habitante. Plantámos 25 mil árvores, criamos prados floridos, restauramos ecossistemas, implementámos a rega inteligente e disponibilizamos o cadastro arbóreo no Geoportal municipal. Avançámos com a recolha seletiva de bio resíduos, abrangendo mais de 38 mil lares, instalamos 134 contentores enterrados e cinco ecocentros móveis, e desenvolvemos sistemas de gestão de resíduos que reforçam a economia circular”, revelou o autarca de Oeiras.
Mobilidade e transportes
Na área da Mobilidade e Transportes, Oeiras sofreu uma profunda transformação, tendo sido criados 2.700 novos lugares de estacionamento e lançada a aplicação Oeiras Move, que integra todos os serviços de mobilidade e oferece 120 minutos diários gratuitos.
”Introduzimos a mobilidade suave partilhada e investimos em novas ciclovias. Com a chegada da Carris Metropolitana, aumentamos em mais de 54% a oferta de autocarros, e avançámos com os projetos do novo SATUO, o LIOS – BRT Lisboa/ Oeiras e a ligação fluvial Algés/Trafaria”, afirmou.
Por estes motivos, Isaltino Morais defende que ”é esta ambição e esta cultura de fazer que queremos continuar a ter em Oeiras, em todos os domínios. Porque em Oeiras é diferente e tem de continuar a ser diferente. Continuaremos a ser uma comunidade livre, aberta e justa, que promove a criação de riqueza e de emprego, gerando os recursos que promovem a sustentabilidade e a coesão social.”
Os adversários
À frente de Isaltino Morais, que parte como favorito para as eleições autárquicas de 12 de outubro, está um conjunto de adversários de diferentes quadrantes políticos. A candidatura do PS, em coligação com o PAN, é encabeçada por Ana Sofia Antunes, ex-secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência nos governos de António Costa.
O Chega aposta em Pedro Frazão, vice-presidente do partido e a coligação Evoluir Oeiras, que reúne Livre, Bloco de Esquerda e Volt, será novamente liderada por Carla Castelo.
Bruno Martins representa a Iniciativa Liberal e Sandra Lemos é a candidata da CDU. Já o PSD, que em 2021 sofreu uma derrota pesada às mãos de Isaltino — com o então candidato Alexandre Poço a ser afastado por uma diferença superior a 40 pontos percentuais —, optou este ano por não apresentar candidatura própria, evitando novo desgaste.
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