“Não há nada mais belo do que lutar pelo bem dos outros”, sublinha Miguel Belo Marques  

A sessão de apresentação pública do candidato socialista Miguel Belo Marques à Junta de Freguesia de Campolide ficou marcada pelo ataque cerrado à “santa aliança” de Carlos Moedas (PSD, CDS e IL) com João Ferreira (CDU). Miguel Belo Marques volta a candidatar-se e assume que “não há nada mais belo do que lutar pelo bem dos outros”.  

Miguel Belo Marques já tem no currículo quatro anos de liderança na freguesia de Campolide. O ex-comissario de intervenção da PSP, passou de membro da assembleia de freguesia, a sucessor André Couto, que cumpriu o último mandato há quatro anos.

Assume-se como “filho de Campolide”, freguesia para onde os seus avós se mudaram há 60 anos, e como alguém que conhece os problemas (e as soluções para o resolver) como a palma das suas mãos.

Diz que servir os seus vizinhos e amigos de toda a vida “é um privilégio” e que “não há nada mais belo do que lutar pelo bem dos outros”.

O autarca acredita “na competência da sua equipa” para “concretizar o projeto iniciado há quatro anos”. “A nossa marca é fazer e vontade de continuar a fazer”, designadamente pelos fregueses que continuam a viver em condições precárias.

Ambições para o próximo mandato 

Refere que tem um plano para recaltroar as vias que estejam em más condições, embora seja “uma competência da Câmara”; a criação de uma Brigada de Intervenção Rápida “para acudir às situações mais urgentes e não desviar recursos humanos que são precisos para manter a freguesia limpa e cuidada”; a instalação de câmaras de videovigilância “não só para os turistas, mas também para moradores” se sentirem seguros; a contratação de guardas-noturnos.

E sublinha que a autarquia Campolidense “vai continuar a cuidar das pessoas e dos animais”, comprometendo-se para que a construção de um pavilhão multiusos “avance, finalmente”, mas também na criação de uma “biblioteca rica” e no reforço do apoio à Educação.

Miguel Belo Marques assume ainda um “pacto com as coletividades”, que representam a “alma de Campolide” e que não irão ser deixadas para trás, segundo promessa do autarca.

“Aprendi que na vida podemos ser bandeira ou vento. As bandeiras estão estáticas e só se desfraldam por ação do vento. Escolho ser o vento para ajudar a minha terra a mover-se em destino ao progresso”, conclui.

 “Santa aliança” 

Com um discurso contundente, Pedro Moz Caldas, candidato da coligação “Viver Lisboa” à presidência da Assembleia Municipal, acusou Carlos Moedas e o vereador comunista João Ferreira de terem feito uma espécie de “pacto de regime” para impedir a coligação “Viver Lisboa” de ascender ao poder.

O ideólogo do programa da coligação de esquerda, considera que os referidos autarcas estabeleceram “uma santa aliança” que tem vindo a crucificar (nos vários debates entre os candidatos) a Reforma Administrativa da cidade de Lisboa como sendo “responsável” pela depauperação da higiene urbana na cidade.

“João Ferreira propõe que um modelo de higiene urbana de retrocesso ao modelo antigo, centralizado na Câmara, como se não tivesse memória, não se lembrando do caos de antigamente”.

Já Carlos Moedas, “diz que tem um novo modelo de gestão dos resíduos, o que é isso? Estará a pensar privatizar a higiene urbana? Em todo o caso, estará em causa a perda de direitos dos trabalhadores”, atira.

Para Pedro Moz Caldas, o atual presidente de câmara tem sacudido a água do capote, atirando as culpas para cima do “elo mais fraco”, as juntas de freguesia.

“Esta história de que a culpa dos problemas da higiene urbana é das juntas de freguesia, é uma cobardia de quem se esconde por detrás dos mais fracos, não assumindo responsabilidades de nada”.

Aos olhos de Moz Caldas, Alexandra Leitão “jamais se vai pôr atrás de ninguém para se esconder dos problemas”.

O socialista reforça que o voto na CDU “é um voto perdido”, uma vez a escolha de João Ferreira “só vai eleger um vereador” e, tem como consequência, a “eleição de Moedas”, como presidente de Câmara, “o que seria uma tragédia para a cidade”, segundo diz.

“Que ninguém vá por ‘caras bonitas’, por discursos bem articulados, que já enganaram os lisboetas uma vez, acontece, mas enganar duas vezes, não vai acontecer”.

Sentido de comunidade

Em relação à candidatura de Miguel Belo Marques, Pedro Moz Caldas assume o seu apoio incondicional a alguém que “muito tem contribuído para solidificar o sentido de comunidade” da freguesia, sendo a autarquia “o elo que nos une a todos”.

Moz Caldas, que reside em Campolide, exemplifica com uma vivência ocorrida no local onde vive. Trata-se de um grupo de gatos vadios que habita no seu prédio. Tem sido a equipa da junta de freguesia a levá-los às consultas no veterinário, que cuida e trata deles.

Sem “medos” do escrutínio público

A candidata à Câmara de Lisboa, por seu turno, apontou o alvo para o seu adversário mais direto, Carlos Moedas. Alexandra Leitão considera que a sua coligação “não se esconde em salas” para apresentar ideias e objetivos das candidaturas, fazendo todos os discursos, de todos os candidatos, em espaços a céu aberto.

“O nosso programa é público e pode ser consultado por toda a gente. O nosso movimento está a crescer. As apresentações são feitas nas praças, não nos escondemos nas salas. Não temos medo da crítica, daquilo que as pessoas nos possam dizer”.

Alexandra Leitão diz que não poderia escolher “melhor candidato” que Miguel Belo Marques. “O Miguel tem feito um trabalho exemplar na junta de freguesia de Campolide. Aliás, devo referir que as juntas de freguesia são parceiras da Câmara e não são ‘inimigos’, como considera Carlos Moedas, que vive da vitimização. Mas os lisboetas já perceberam as vitimizações de Moedas”, acusa.

Confiante no crescimento da “onda de apoio” que “é sentida nas ruas”, Alexandra Leitão concluiu a intervenção com uma declaração de crença na vitória. “No dia 14 de outubro (dois dias depois das eleições), vamos ao trabalho”.

Clínica Veterinária Municipal em falta

Pelo PAN, António Morgado Valente enalteceu o trabalho “de excelência” Miguel Belo Marques à frente da Junta de Freguesia de Campolide nos últimos quatro anos. “O Miguel está sempre do lado certo”, designadamente no apoio aos mais frágeis, às pessoas e aos animais.

O orador salienta que a autarquia de Campolide é das poucas que possui um “pelouro animal”, algo que “faz toda a diferença” no cuidado com que os animais da freguesia são tratados.

Morgado Valente aproveitou para criticar Carlos Moedas. “É aqui, em Campolide, que a Câmara se tinha comprometido a construir a Clínica Veterinária Municipal. Carlos Moedas prometeu, mas não cumpriu. Já passaram quatro anos e continua tudo igual”.

O candidato da coligação à Assembleia Municipal de Lisboa assevera que o voto na coligação “Viver Lisboa”, “é um voto numa equipa, não numa figura, numa ‘equipa’ de uma só pessoa”.

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