A freguesia Avenidas Novas conta com um novo parque infantil no seu território. Trata-se do parque infantil Amália Rodrigues, um equipamento que pretende revalorizar socialmente a parte mais alta do Parque Eduardo VII, entregando-a às crianças de Lisboa.
O presidente da Junta de Freguesia Avenidas Novas, Daniel Gonçalves, juntou-se ao Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, e ao vereador Rui Cordeiro, para inaugurarem o parque infantil Amália Rodrigues, situado no Alto do Parque, no coração da cidade de Lisboa, no dia 24 de setembro.
Emocionado, o presidente da Junta de Freguesia de Avenidas Novas, Daniel Gonçalves, descreveu o novo parque infantil como um espaço que transforma o jardim num lugar de comunidade e de encontro de gerações. “Sinto-me profundamente comovido por aqui estar convosco neste espaço que deixa de ser apenas um jardim, transformando-se num lugar de vida, onde o riso das crianças se mistura com o verde das árvores, onde a esperança se constrói em cada brincadeira e em cada olhar sonhador”, afirmou.
O autarca fez questão de agradecer ao Patriarcado de Lisboa. “Na pessoa de sua eminência, o senhor Patriarca, que com visão e fé no bem comum nos cedeu este espaço, percebemos como a Igreja, quando caminha lado a lado com a comunidade, é fonte inesgotável de esperança, serviço e fraternidade”, observou.
Dirigindo-se às crianças e lembrando a sua condição de pai e de avô, Daniel Gonçalves lembrou a importância do brincar no processo de crescimento das crianças. “Este parque infantil é uma homenagem às nossas crianças. É uma porta aberta para o futuro, um convite para os sonhos, um espaço de aventuras simples e felizes. Queridas crianças, este lugar é vosso. Brinquem, soltem a imaginação, criem mundos com nuvens, folhas e gargalhadas. Que cada baloiço vos leve acima dos medos, cada escorrega vos conduza à alegria e cada canto vos traga amizade”.
Crianças no centro
Daniel Gonçalves sublinhou que a freguesia “só é verdadeiramente forte quando coloca as suas crianças no centro, oferecendo-lhes proteção, beleza e alegria”. “Este parque é símbolo de uma promessa: cuidar do vosso bem-estar. Que seja sempre um lugar de sorrisos, encontros e felicidade para todas as nossas crianças e para as famílias”, referiu.
O autarca reforçou a importância das crianças no mundo, fazendo um novo apelo aos mais pequenos: “Que o nome de Amália Rodrigues vos lembre sempre que as vozes verdadeiras transformam o mundo. Vocês são essa voz nova, essa canção ainda por escrever, a quem pertence o amanhã, mas também o hoje — porque são o nosso presente, a nossa razão maior”.
“Digo-vos como presidente desta Freguesia, mas também como pai e avô: não existe missão mais importante do que cuidar do vosso bem-estar. Este parque é símbolo dessa promessa que vos faço de coração aberto”, conclui.
Princípio da ecologia integral
Por turno, o Patriarca de Lisboa explicou que a cedência do espaço por parte do Igreja vai além de uma resposta a uma necessidade prática. “Para o Patriarcado de Lisboa, a cedência deste espaço é bem mais, ou quer ser mais, do que responder a uma necessidade de educação e formação. Nós fomos conduzidos e guiados por um princípio que foi consagrado pelo Papa Francisco: a ecologia integral”, afirmou D. Rui Valério.
Para o clérigo, este novo equipamento pretende ser mais do que um simples espaço de lazer para as crianças, assumindo-se como lugar de crescimento humano em harmonia com a natureza. “Este espaço é caracterizado fundamentalmente pela natureza. E este convívio, esta harmonia, esta aliança entre natureza, cidade e infância é um bom pretexto para crescer no respeito pela natureza, na salvaguarda do criado. Acreditamos no crescimento integral, e brincar é um caminho de aprendizagem que ajuda a formar homens e mulheres para a sociedade do futuro. Por isso, ecologia integral em memória do Papa Francisco”, acrescentou.
À semelhança do autarca, D. Rui Valério destacou também o valor do brincar como caminho de formação: “Gosto de imaginar um executivo de uma grande empresa, com a cabeça cheia de problemas, que, ao passar aqui, se depara com um grupo de crianças a brincar. Este lugar é memória e esperança, porque todos fomos crianças e todos precisamos de reencontrar essa experiência de infância. É providencial que, no ano jubilar da esperança, estejamos a inaugurar um equipamento que nos recorda que o ser humano precisa de espaços e tempos para crescer”.
Vereador enaltece “generosidade do Patriarcado”
Também presente na inauguração, o vereador da Câmara Municipal de Lisboa Rui Cordeiro agradeceu ao Patriarcado de Lisboa a cedência do terreno, destacando a importância do direito das crianças ao brincar.
Rui Cordeiro recordou que o direito de brincar “está consagrado pela Declaração Universal dos Direitos da Criança”, acrescentando: “Brincar é essencial para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social das crianças. Brincar em espaços exteriores promove a saúde e o bem-estar e, ao mesmo tempo, a integração social e cultural”.
Em nome da Câmara de Lisboa e dos lisboetas, o vereador agradeceu ao Patriarcado a cedência do terreno. “Este terreno foi cedido em regime de comodato pelo Patriarcado e nós muito agradecemos pelo mesmo. A Câmara Municipal de Lisboa, a Junta de Freguesia de Avenidas Novas e as famílias de Lisboa agradecem a si, senhor Patriarca, a habitual generosidade com que nos tem prestado nos últimos tempos”, declarou.
O vereador anunciou ainda que este novo equipamento “será assistido por um quiosque, cujas infraestruturas aguardam a sua aprovação”.
Projeto anterior com assinatura de Gonçalo Ribeiro Telles
Anteriormente denominado Alto do Parque, o Jardim Amália Rodrigues foi inaugurado em 1996, com projeto paisagístico da autoria de Gonçalo Ribeiro Telles, e prolonga-se para norte do Parque Eduardo VII, numa área central e das mais altas da cidade. Possui um anfiteatro virado para o vale da Avenida da Liberdade e um lago circular, junto do qual se localiza um bar com esplanada. No ponto mais alto do jardim existe ainda um restaurante.
No jardim foi colocada uma estátua do escultor colombiano Fernando Botero, escolhida pelos lisboetas e turistas aquando de uma exposição de obras suas na Praça do Comércio.
O anterior espaço do Alto do Parque estava associado a diversos problemas sociais registados naquela zona, como prostituição e tráfico e consumo de droga. Com a inauguração deste novo equipamento, é objetivo “devolver” aquela área verde à população lisboeta, em especial ao mais pequenos.
Fotos: Pedro/JFAN