Tragédia no elevador da Glória já é tema ‘oficial’ de campanha eleitoral

O tema da tragédia do Elevador da Glória entrou definitivamente na campanha autárquica em Lisboa. Neste sábado, 4 de outubro, Alexandra Leitão, Carlos Moedas e João Ferreira trocaram acusações, na sequência de uma notícia avançada pela RTP que dava conta de familiares de vítimas e feridos que nunca terão sido contactados pela Câmara Municipal de Lisboa (CML).

Em Benfica, a candidata socialista acusou o autarca lisboeta de mentir. “Querem eleger alguém que mentiu, alguém que se esquivou a dar esclarecimentos com o argumento de que estava a apoiar as vítimas e afinal não estava?”, questionou Alexandra Leitão.

A candidata acusou ainda Moedas de “uma total falta de empatia, uma total falta de sensibilidade e, mais grave, de ser alguém que, ainda ontem, quando confrontado com esta situação, disse que era falso porque tinha falado com todos; e depois, já à noite, em comunicado, admitiu que afinal não tinha falado com todos, mas apenas com aqueles que se dirigiram à Câmara”, comentou, a propósito da notícia da RTP.

Carlos Moedas, por sua vez, garantiu que “não falhou” no apoio às vítimas e familiares do acidente. “Tenho uma tristeza enorme por ver um partido como o Partido Socialista assinalar um mês de uma tragédia que nos afeta a todos, que afeta todos os lisboetas, tentando partidarizar e politizar a dor. A Câmara de Lisboa não falhará nessa ajuda e não falhou nessa ajuda”, respondeu o autarca, que esteve em campanha pela manhã em Alvalade.

Ambos são os candidatos com mais chances de serem eleitos, de acordo com as sondagens. Moedas concorre com apoio do CDS-PP da Iniciativa Liberal (IL), na coligação intitulada “Por ti, Lisboa”. Já Alexandra Leitão conta com apoio do Bloco de Esquerda (BE), Livre e do PAN, na coligação “Viver Lisboa”.

PCP exige esclarecimentos

Já a candidatura de João Ferreira r os vereadores do PCP manifestaram o seu repúdio pela alegada ausência de apoio por parte da câmara a vítimas e familiares, o que não só contraria declarações públicas do presidente da câmara, como desrespeita deliberações da CML. Segundo a CDU, ”nestas circunstâncias, impõem-se os necessários esclarecimentos por parte do presidente da CML a quem os vereadores do PCP já dirigiram um pedido de esclarecimentos sobre esta questão”.

Cabo cedeu no ponto de fixação do elevador da Glória

Aliás, afiança a CDU, em comunicado, na reunião extraordinária de CML, convocada a pedido dos vereadores do PCP, realizada no dia 8 de setembro, todas as propostas aprovadas (foram três propostas) incluíam, ainda que com formulações diferenciadas, um ponto onde se estabelecia a necessidade de a CML garantir o apoio a todas as vítimas do acidente, lembrando que a proposta apresentada pelo PCP, votada por unanimidade, estabelecia, explicitamente, no seu ponto 4. a necessidade de o Executivo “assegurar, em colaboração com as entidades nacionais competentes, o apoio a todas as vítimas e familiares das vítimas mortais, nacionais e estrangeiras, em tudo o que for necessário à sua recuperação”.

Para o PCP, a confirmação da informação da reportagem ”traduz uma grosseira violação das deliberações tomadas em reunião de CML por unanimidade do Executivo municipal num caso de tão relevante importância e sensibilidade”.

Foto de capa / maqueta : GPIAAF

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