Cristo Rei ilumina-se a vermelho para simbolizar a perseguição aos cristãos pelo mundo

O Cristo Rei, em Almada, iluminar-se-à de vermelho esta quarta-feira, em solidariedade com os cristãos que são perseguidos e discriminados no mundo. A iluminação do monumento português faz parte de uma iniciativa global, em mais 600 igrejas e monumentos em todo o mundo, que se iluminam de vermelho durante quatro dias, simbolizando o sangue dos mártires.  

De acordo com agência Ecclésia, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS, sigla em inglês) vai organizar entre hoje e 23 deste mês de novembro mais uma edição da “Red Week” (Semana Vermelha), que deverá mobilizar a nível global cerca de meio milhão de pessoas e em que serão iluminados, em todo o mundo, em nome da fé e da liberdade, mais de 600 igrejas e monumentos.

Durante esta semana, Portugal vai contar com a presença do padre Hugo Alaniz, um sacerdote argentino em missão há vários anos em Alepo, na Síria, “que vem ao país para testemunhar o que significa viver a fé num cenário de violência e de enorme pobreza”, lê-se numa nota divulgada pela agência Ecclesia.

A Semana Vermelha deste ano acontecerá de hoje a 23 de novembro e abrangerá mais de 100 eventos em todo o mundo, muitos deles programados para o dia 19 de novembro, data central desta campanha internacional promovida pela FAIS.

Espera-se que a iniciativa atraia mais de 10 mil participantes diretos em momentos de oração, atos públicos, reuniões escolares, concertos e marchas, e que reúna mais de 500 mil participantes através dos meios de comunicação e plataformas online.

Testemunhos de religiosos perseguidos

Entre aqueles que darão testemunho na Red Week 2025 estarão pessoas que sofreram pessoalmente perseguição, incluindo duas vítimas de sequestros terroristas: a freira Gloria Narváez, a religiosa colombiana que esteve em cativeiro no Mali durante quase cinco anos, às mãos de extremistas islâmicos, e que falará no México sobre a sua terrível experiência, e o padre Hans-Joachim Lohre, missionário alemão também sequestrado no Mali e posteriormente libertado, que dará testemunho na Suíça.

Aproveitando a presença do missionário argentino em Portugal, a Fundação AIS vai apresentar também em diversas dioceses o seu mais recente relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, como em Viana do Castelo, Braga, Porto, Lisboa e Setúbal, como destaque para a Diocese de Viana do Castelo, onde a Fundação AIS vai organizar pelo segundo ano consecutivo a “Noite das Testemunhas”, evento que contará com a presença do Bispo, D. João Lavrador.

Durante a Semana Vermelha, o santuário de Cristo Rei, em Almada, será iluminado com a cor do sangue dos mártires, simbolizando dessa forma a solidariedade dos portugueses para com os cristãos perseguidos. Mas, além deste monumento, irão ser iluminados em Portugal diversos outros espaços emblemáticos nas cidades de Lisboa, Braga, Porto e Viana do Castelo.

Está previsto ainda a celebração de uma missa em Lisboa, na paróquia de São Domingos de Benfica, no domingo, dia 23, pelas 10h30 horas. A missa terá transmissão em direto pela RTP1.

A “Red Week” é uma campanha mundial organizada pela Fundação AIS para, literalmente, lançar luz sobre a difícil situação dos cristãos perseguidos, sensibilizar para a perseguição religiosa e defender a liberdade de culto.

Entre outros países, além de Portugal, vão participar a Austrália, Áustria, Alemanha, Holanda, Reino Unido, França, Itália, Irlanda, Suíça, Hungria, Canadá, México e Colômbia.

220 milhões de cristãos perseguidos

De acordo com as estimativas do último relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, da Fundação AIS e divulgado pela Ecclesia, 413 milhões de cristãos vivem em países onde a liberdade religiosa é gravemente restringida; destes, aproximadamente 220 milhões vivem diretamente expostos à perseguição.

Esta perseguição assume muitas formas e varia consoante a região, mas os números totais oferecem uma visão ilustrativa da magnitude do problema: os cristãos estão expostos à perseguição ou discriminação em 32 países.

Segundo a agência do vaticano, foram registadas agressões físicas ou verbais por motivos religiosos em 73 países, e em 57 deles os cristãos são vítimas de violência física ou detenções devido à sua fé. Em 33 países, os cristãos são obrigados a fugir, tornando-se deslocados no seu próprio país ou refugiados no estrangeiro devido à perseguição religiosa.

O vermelho, que simboliza o sangue dos mártires, servirá como um lembrete visual do sofrimento que milhões de pessoas enfrentam por causa da sua fé.

A Fundação AIS exorta “todas as paróquias, escolas e comunidades a unirem-se a este gesto de solidariedade internacional, iluminando as suas igrejas de vermelho”, organizando momentos de oração e partilhando uma mensagem durante a Semana Vermelha 2025 nas redes sociais com os hashtags #RedWeek2025 e #RedWednesday2025.

Foto de capa: Ecclesia

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